terça-feira, 6 de abril de 2021

NPOR DO 4º GRUPO DE ARTILHARIA DE MONTANHA REALIZA DIA VERDE


No dia 30 de março, o Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR) do 4º Grupo de Artilharia de Campanha Leve de Montanha (4º GAC L Mth), “Grupo Marquês de Barbacena”, realizou o primeiro “Dia Verde” do ano.


Ao longo do dia, os alunos do NPOR receberam instruções de armamento, munição e tiro; de abrigos; participaram das instruções preparatórias para o tiro (IPT) e realizaram o tiro instrução básico (TIB). Na parte da noite, os instruendos complementaram o TIB e encerraram a jornada em campanha com o pernoite em bivaques.

O “Dia Verde” teve a finalidade de habilitar os alunos a empregar o armamento individual, aprimorar o aprestamento operacional, bem como reforçar os atributos da área afetiva, como a rusticidade e espírito de corpo. 

Fonte: 4º GAC L Mth

Fotos: Sgt Barela e Sd Santos

Aspirantes do NPOR 1954 Juiz de Fora - Assista o vídeo

 


NOVO COMANDANTE DO EXÉRCITO, CONHEÇA-O

 


O novo comandante do Exército, Gen Ex Paulo Sergio assume oficialmente hoje.

Quem é o novo comandante?

O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o General de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira assumirá o Comando do Exército, conforme indicação do Sr Ministro de Estado da Defesa, ratificada pelo Sr Presidente da República nesta data.


Ao ser nomeado para o cargo de Comandante do Exército, o General de Exército (Gen Ex) Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira exercia o cargo de Chefe do Departamento-Geral do Pessoal (DGP), situado em Brasília-DF.


O Gen Ex Paulo Sérgio nasceu na cidade de Iguatu, estado do Ceará, em 28 de agosto de 1958, e é filho de José Adolfo de Oliveira (in memorian)  e Lindalva Nogueira de Oliveira.


Foi promovido ao posto atual em 31 de março de 2018.


Oriundo do Colégio Militar de Fortaleza, foi incorporado às fileiras do Exército em 4 de março de 1974, na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas-SP.


Em 1977, ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), sediada em Resende - RJ, tendo sido declarado Aspirante a Oficial da Arma de Infantaria em 15 de dezembro de 1980.


Além dos Cursos de Formação, de Aperfeiçoamento, de Altos Estudos Militares e de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército, realizou o Curso de Operações na Selva e os Estágios de Escalador Militar, de Operações Psicológicas e de Comunicação Social.


Durante a sua carreira militar, serviu em unidades de Infantaria, como o 15º Batalhão de Infantaria Motorizado (BI Mtz), em João Pessoa-PB; 71º BI Mtz, em Garanhuns-PE; e 2º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), em Belém-PA. Foi instrutor da AMAN em três oportunidades, onde exerceu diferentes funções, com destaque para a de Comandante do Curso de Infantaria daquela Academia. Foi, também, Subcomandante do 2º BIS, em Belém-PA e Comandante do 10º Batalhão de Infantaria Leve - Montanha, em Juiz de Fora–MG.


Ainda como oficial superior, exerceu as funções de: Oficial de Estado-Maior da 12ª Região Militar, em Manaus-AM; Adido de Defesa, Naval, do Exército e Aeronáutico do Brasil, no México; Chefe da Seção de Promoções de Oficiais da Diretoria de Avaliação e Promoções - DAProm e Subdiretor de Avaliação e Promoções, em Brasília-DF; e Chefe da Seção de Comunicação Social do Comando da 10ª Região Militar, em Fortaleza-CE.


Como Oficial General, exerceu os cargos de Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Oeste, em Campo Grande - MS; Comandante da 16Brigada de Infantaria de Selva, em Tefé-AM; Chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia e Comandante da 12ª Região Militar, em Manaus-AM; Subchefe de Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa e Subchefe de Organismos Americanos do mesmo Ministério, em Brasília-DF; Comandante Logístico do Hospital das Forças Armadas, também em Brasília-DF; Comandante Militar do Norte, em Belém-PA; e Chefe do Departamento-Geral do Pessoal.


Dentre as condecorações com que foi agraciado, destacam-se: a Ordem do Mérito Militar; a Ordem do Mérito Naval, a Ordem do Mérito Aeronáutico, a Ordem do Mérito Judiciário Militar, a Ordem do Mérito do Ministério Público Militar, a Medalha Militar de Ouro, com Passador de Platina, a Medalha do Pacificador, a Medalha da Vitória, a Medalha Santos Dumont, o Distintivo de Comando Dourado e a Medalha de Serviço Amazônico, com Passador de Prata.


O General Paulo Sérgio é casado com a Sra Maria das Neves Paiva França de Oliveira. O casal possui três filhos, dois netos e uma neta.


Imagens do Gen Paulo Sérgio, ainda como Ten Cel, quando o comandou o 10º BIL Mth, em Juiz de Fora/MG.


Nosso comandante e sua esposa Maria, Carlos Henrique e o Ten QAO Reis

Gen Santana, comandante da 4ª Bda Inf L Mth, Dr. Paulo Rossi e nosso comandante

Dr Paulo Rossi recebendo das mãos do nosso comandante o diploma de amigo do Batalhão

Nosso comandante, integrante do 10º BIL Mth e o atual Cel R/1 Jaqueira, na época SubCmt do Batalhão

Fotos gentilmente cedidas por nossos amigos

Exército Brasileiro na vacinação contra a COVID-19, em Porto Alegre.


 


segunda-feira, 5 de abril de 2021

Ensinamentos estoicos - Por Otávio Santana do Rêgo Barros


 “Quando os que comandam perdem a vergonha, os que obedecem perdem o respeito.” (Georg Lichtenberg)

Ao retomar a obra O POVO CONTRA A DEMOCRACIA – por que nossa liberdade corre perigo e como salvá-la, de Yascha Mounk, encontrei uma passagem que me pareceu casada com as circunstâncias políticas deste momento.

Nero, no apogeu de seu poder, passou a humilhar e matar rivais, incluindo até parentes na macabra chacina. A mãe, o irmão e uma longa fila de políticos renomados foram vítimas de suas anomalias mentais.

Incontrolável, voltou suas aleivosias para o senador Floro, destacado membro de uma família romana. Ordenou-lhe que dançasse em seus jogos (pão e circo sempre), o que seria uma afronta moral sem precedentes para o político.

O dilema: caso se submetesse à ordem, legitimaria o insano governo. Caso se recusasse, o imperador mandaria matá-lo. 

Floro consultou Agripino, conhecido filósofo estoico, cuja doutrina defendia que homens sábios eram capazes de superar quaisquer adversidades, desde que fossem resignados aos horrores da vida e seus reflexos no indivíduo.

Era esperado um conselho na linha do enfrente o tirano, não se preocupe com o que lhe advirá após fazer a coisa certa.

Não foi isso que Agripino lhe disse. Ao contrário, afirmou que a decisão já não fazia diferença. “Vá participar dos jogos!”

Floro quedou-se desconcertado: “Então por que você também não participa?”

“Porque nem sequer cogitei essa possibilidade”, explicou Agripino. “Quem se rebaixa a considerar essa circunstância já está prestes a perder o caráter. Será a vida preferível à morte? Sim. Será um prazer preferível à dor? Claro que sim. Você me dirá: ‘se eu não participar do trágico espetáculo ele vai cortar a minha cabeça!’. Vá então e participe dos jogos, mas eu não vou.”

É uma visão difícil de ser acatada no mundo moderno. Conforme os estoicos preconizavam, a exclusiva maneira de deter controle total sobre o seu destino é tornar-se indiferente (uma forma de egoísmo?).

O estoicismo recolheu-se aos bancos escolares, que me perdoem os filósofos aderentes à prática. Não sei se existem. Difícil ficar indiferente às coisas, mesmo que fujam ao nosso controle. Permanecer insensível enquanto o entorno colapsa como um prédio em implosão, não deve ser o padrão a ser seguido por pessoas de bem.  Talvez a cínicos e sociopatas, como afirmou Mounk.

No entanto, existe um importante conceito propugnado pelos estoicos. Nunca faremos a coisa (supostamente) apropriada se sempre tentarmos calcular o resultado provável dos nossos atos. Seremos covardes ao não abrirmos uma nova janela?

Quando nos deparamos com perigos reais, os estímulos psicológicos do viver em sociedade – nossa zona de conforto - nos levam à inércia ou à aquiescência. 

- Vou protestar, mas que diferença vai fazer?

- Vou denunciar, mas como vou prover a minha família sem trabalho?

- Vou enfrentar, mas o que fazer se a horda adversária me perseguir?

Agripino, reafirma Mounk, asseverava a postura válida ainda hoje: se esperarmos o perigo iminente para sopesar quais os riscos que estaremos dispostos a correr, é provável que no momento decisivo ficaremos servos de nossa fragilidade humana.

Como cidadãos de uma sociedade enferma é preciso definir prontamente “a coisa certa”, para quando a coragem for mais necessária e mais difícil de obtê-la, ao esbarrar em uma resolução inesperada e arriscada, saibamos o que fazer.

Concluo.

Meu profundo respeito aos substituídos Ministro da Defesa, Fernando Azevedo; Comandante da Marinha, Ilques Barbosa; Comandante do Exército, Edson Leal Pujol; e Comandante da Aeronáutica, Antonio Carlos Bermuzez. 

“Obrigado Soldado!” 

Vocês fizeram a coisa certa. Faltaram aos jogos.

Paz e Bem!

Otávio Santana do Rêgo Barros

General da Reserva do Exército

sábado, 3 de abril de 2021

NOTA DE FALECIMENTO - DELEGADO CARLOS ALBERTO BELLEI


Faleceu na manhã de hoje nosso amigo Dr. Bellei.

O corpo se encontra no cemitério Parque da Saudade até às 14h, com sepultamento na cidade de Bicas/MG às 15h.

Aos familiares e amigos nossos sentimentos

Vá em paz meu amigo, missão cumprida.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

SESSENTA E DOIS ANOS SÃO PASSADOS E EIS-ME AQUI...


Sessenta e poucos anos são passados.

Dia após dia procurando abrigos,

e me vejo sozinho, sem amigos

aguardando o meu dia de Finados.


A vida que nos dá os seus recados,

que maltrata, que fere, dá castigos,

mostrará aos jovens que os mais antigos

também podem e devem ser amados.


Ela fará ver aos jovens de agora

que, no futuro, a sua ingratidão

terá uma paga muito cruel e forte.


E, lembrando-se dos velhos de outrora

Como eles, solitários estarão,

abandonados, esperando a morte.


Feliz aniversário para mim...


Soneto escrito a duas mãos, por mim e nosso saudoso Cláudio Coelho, em 30 de janeiro de 1992, em Cabo Frio, dia do aniversário do Cláudio. Hoje me lembrei dele, pois é meu aniversário e faço desse soneto o meu presente solitário.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Uma noite invernal - Por Otávio Santana do Rêgo Barros

 


Às quatro horas da tarde, no dia 27 de outubro de 1915, a natureza inclemente da noite invernal antártica venceu o homem apaixonado pelas aventuras.

A força das banquisas que estrangulavam o costado do Endurance há nove meses, aprisionado no Mar de Weddell, rompeu o madeirame do navio, assinando a sua sentença de morte.

A voz resignada do comandante da expedição, embora cheia de convicção, ordenou: “Está acabado, rapazes. Acho que está na hora de desembarcar.”

O grupo com 27 exploradores, liderados por Sir Ernest Shackleton, transferiu equipamento, comida, animais e outros bens de interesse para um acampamento improvisado no meio de um banco de gelo.
Havia serenidade e notável ausência de desânimo.

Passariam à deriva cerca de cinco meses, enfrentando temperaturas de –37ºC, até que o derretimento da placa os obrigasse a lançar três pequenos barcos (Caird, Wills e Docker) em águas gélidas e agitadas rumo a uma terra firme que doravante os abrigasse.

Alcançaram a Ilha Elephant, em 9 de abril de 1916, após uma travessia em mar encapelado, cheia de perigos a cada nova onda. Velas e remos foram a força motora. O pedaço de terra era um rochedo inabitável, coberto de excrementos de aves e animais marinhos. Como relata Alfred Lansing em sua obra, A incrível viagem de Shackleton, “terra sólida, inafundável, irremovível, abençoada.”

Tão logo Shackleton identificou a impossibilidade de sobreviverem naquelas condições, organizou mais uma corajosa jornada, cujo intento era alcançar uma ilha habitada que tivesse meios de resgatar toda a tripulação.

Os que ficaram não se sentiam abandonados, tinham plena confiança de que seu comandante os salvaria. Ele inflamava a alma de seus homens. Napoleão afirmava: “Um líder é um negociante de esperanças.”

No dia 24 de abril de 1916, o “Chefe”, como Shackleton era chamado, reuniu os cinco tripulantes mais aptos e se lançaram no Caird para atravessarem a mais perigosa das águas do Atlântico Sul, a temida passagem do Drake.

Ventos com a força de furacão, ondas gigantescas, condições climáticas insuportáveis foram alguns dos desafios desse grupo até tocarem a costa leste da Ilha Geórgia do Sul. Era o dia 10 de maio de 1916. Já se passavam 522 dias da partida no porto de Grytviken, naquela mesma terra da salvação.
Pouco lhes faltava para alcançar a tão sonhada ressureição. Uma marcha de 45km em linha reta através de terrenos escarpados, cobertos de neve, geleiras instáveis, a cerca de 3.000 metros de altura.

Shackleton reuniu as últimas energias para empreender essa pernada. Ao final da marcha, encontrou um grupo de pescadores de baleias que veio ao seu encontro quando os viram descer a ravina escorregadia barbados, sujos, maltrapilhos, magérrimos e com profundas olheiras.

- Eu sou Shackleton.

Não podiam acreditar!

Mais três meses e várias tentativas, Ernest pessoalmente resgatava os últimos 22 homens, jamais desesperançados, na Ilha Elephant.

A saga da tripulação do Endurance, inspirada por Sir Ernest Shackleton, é, sem dúvida, um dos maiores exemplos de liderança do mundo moderno.

A obra Shackleton, uma lição de coragem, de autoria de Margot Morrels e Stephanie Capparell, sintetizou os feitos do “Chefe” e organizou seus princípios de “co (+) mandar”. É uma ótima leitura!
Qual a razão para citar Shackleton neste momento? O nosso país, em algumas áreas, está cercado por banquisas ameaçadoras de incompetência, amadorismo, teimosia e falta de empatia.

O nosso Endurance está prestes a ter o seu costado rompido. Não estamos organizados! A jornada que teremos de enfrentar para sairmos da crise é perigosa e cheia de obstáculos. Estamos quase sem combustível e pouquíssima alimentação.

É hora de descobrir um líder com as características do “Chefe”. Que tenha, sobretudo, condições morais de cativar a tripulação. Que seja humilde, aceite críticas, identifique os desafios, planeje soluções para, como ocorreu à tripulação daquele navio, resgatar a nossa sociedade.

Shackleton estava convencido de que a única chance daquele grupo era permanecerem juntos. E assim os manteve. Venceram o mortal desafio.

Dividir é sentença de morte. O líder que estimula a divisão da sociedade é um parvo. E, lastimosamente, estamos sendo estimulados e divididos por posturas egocentristas.

A propósito, a missão da equipe era cruzar a pé o continente Antártico, considerado a última fronteira da humanidade. Tarefa não cumprida. Que importa?

Estavam todos vivos ao término da desafiadora jornada glacial.

Quem dera tivéssemos um Shackleton!

General da Reserva do Exército


quarta-feira, 31 de março de 2021

GEN EX PAULO SÉRGIO, NOVO COMANDANTE DO EXÉRCITO

 


O general Paulo Sérgio é filho de José Adolfo de Oliveira (in memoriam), bancário do Banco do Brasil, e Lindalva Nogueira de Oliveira. 

Até os 11 anos de idade estudou em sua cidade natal. Após aprovação em concurso público, ingressou no Colégio Militar de Fortaleza, em regime de internato, onde, posteriormente, e fruto de muita dedicação aos estudos, seguiu para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (1974), e Academia Militar das Agulhas Negras (1977), sendo declarado Oficial do Exército da Arma de Infantaria em dezembro de 1980.

O Gen Paulo Sérgio comandou o 10º Batalhão de Infantaria em Juiz de Fora/MG, em 2003.

PAI E FILHO CONCLUEM CURSO BÁSICO DE MONTANHA EM JUIZ DE FORA


Para qualquer pai, ver um filho crescer e seguir a carreira das Armas é motivo de orgulho. Para o subtenente PINNA foi ainda mais emocionante ao poder concluir o Estágio Básico do Combatente de Montanha juntamente com o soldado PINNA, seu filho.


"A realização desse estágio é uma oportunidade ímpar em minha vida. Não há dinheiro que pague a satisfação e a alegria de estar compartilhando com meu filho as atividades típicas da caserna e, mais especificamente, as do combatente de montanha.” relata o Subtenente Pinna.


Na formatura de conclusão do Estágio, pai e filho receberam o gorro cinza e o distintivo de Escalador Militar e agora estão aptos a atuar em ambiente operacional de baixa e média montanha e a ultrapassar obstáculos verticais e horizontais em vias equipadas por especialistas.



“O maior desafio que eu tive no Estágio foi vencer as rotas e o maior ganho foi poder ter aprendido observando a conduta militar e a experiência demonstradas pelo meu pai”, disse o soldado Pinna.


O ST PINNA ingressou no Exército como recruta no 4º Esquadrão de Cavalaria Mecanizada em 1994 e foi aprovado no concurso da Escola de Sargentos das Armas (EsSA) em 1998. Seguindo seus passos, o soldado PINNA incorporou no ano de 2020, também no 4º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado e está em preparação para o concurso as Escola de Sargentos das Armas.


http://www.4bdainflmth.eb.mil.br/index.php/pai-e-filho-realizam-juntos-o-estagio-basico-do-combatente-de-montanha

Ordem do Dia Alusiva ao 31 de março de 1964

 


Brasília, DF, 31 de março de 2021

Eventos ocorridos há 57 anos, assim como todo acontecimento histórico, só podem ser compreendidos a partir do contexto da época.

O século XX foi marcado por dois grandes conflitos bélicos mundiais e pela expansão de ideologias totalitárias, com importantes repercussões em todos os países.

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo, contando com a significativa participação do Brasil, havia derrotado o nazi-fascismo. O mapa geopolítico internacional foi reconfigurado e novos vetores de força disputavam espaço e influência.

A Guerra Fria envolveu a América Latina, trazendo ao Brasil um cenário de inseguranças com grave instabilidade política, social e econômica. Havia ameaça real à paz e à democracia.

Os brasileiros perceberam a emergência e se movimentaram nas ruas, com amplo apoio da imprensa, de lideranças políticas, das igrejas, do segmento empresarial, de diversos setores da sociedade organizada e das Forças Armadas, interrompendo a escalada conflitiva, resultando no chamado movimento de 31 de março de 1964.

As Forças Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o País, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos.

Em 1979, a Lei da Anistia, aprovada pelo Congresso Nacional, consolidou um amplo pacto de pacificação a partir das convergências próprias da democracia. Foi uma transição sólida, enriquecida com a maturidade do aprendizado coletivo. O País multiplicou suas capacidades e mudou de estatura.

O cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias. As Forças Armadas estão presentes, na linha de frente, protegendo a população.

A Marinha, o Exército e a Força Aérea acompanham as mudanças, conscientes de sua missão constitucional de defender a Pátria, garantir os Poderes constitucionais, e seguros de que a harmonia e o equilíbrio entre esses Poderes preservarão a paz e a estabilidade em nosso País.

O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março.

WALTER SOUZA BRAGA NETTO

Ministro de Estado da Defesa

terça-feira, 30 de março de 2021

EU QUERIA ACREDITAR - POR OTÁVIO SANTANA DO RÊGO BARROS

 


Até o otimista mais inveterado está agoniado com os rumos que singramos neste mar de insensatez e hipocrisia que desfigura a dividida sociedade brasileira.

Na terça-feira (23.03.2021), após sete anos de um rumoroso processo, cercado de todo tipo de interesse e revirado pelo avesso na opinião pública, com indiciamento, denúncia, condenação e cumprimento da pena pelo réu, a corte suprema encontrou motivos para considerar a tramitação processual tecnicamente incorreta.

Segundo aquele soberano tribunal, teria ocorrido um equivocado ato administrativo. Anule-se, pois, tudo. É como se nada do que foi realizado houvesse acontecido. 

As centenas de milhares de papéis (terabytes de dados arquivados em servidores) contendo investigações, diligências, apreensões, oitivas, acareações, recursos, agravos, sentenças, prisões - isso não aconteceu?

As demandas das bancas de advogados contratadas a peso de ouro para encontrar filigranas jurídicas que inviabilizassem o processo - isso não aconteceu?

O réu passou 580 dias encarcerado por decisão judicial confirmada em todas as instâncias recursais, até na própria corte suprema - isso não aconteceu? 

Empresários, políticos, funcionários públicos, empresas, consórcios graciosamente devolveram bilhões de reais surrupiados dos cofres públicos. Crimes confessados a centenas nas delações premiadas, instrumento eficaz de combate à corrupção - isso não aconteceu? 

A canetada que promoveu a anulação dos atos, promoveu também um tsunami na corrida eleitoral de 2022, ao fazer ressurgir do ostracismo mais um candidato em condições de enfrentar o atual mandatário. Mas deixa sem resposta o estrago da decisão pretérita que impediu o então ficha suja de concorrer ao pleito anterior. O que certamente mexeria nas composições partidárias.

Não dá para acreditar.

Cinéfilo que sou, viajo em um roteiro ficcional. Nessa hipotética película, a justiça devolveria os autos às partes com uma chave para a ignição da máquina do tempo (como em “De volta para o futuro”, filme estrelado por Michael J. Fox) que levaria os envolvidos ao passado, culpados ou inocentes, para reconstruírem a verdade conforme O Grande Irmão determinasse.

Afinal, como na icônica obra 1984 de George Orwell, se o passado não agradou, se reconstrói. Há sempre especialistas nas linhas de produção do recontar a história. E se esse novo passado não for do agrado, reescreva-se outra uma vez!

Paz e Bem!

Otávio Santana do Rêgo Barros

General de Divisão R1

quinta-feira, 25 de março de 2021

A MÍSTICA - POR OTÁVIO SANTANA DO RÊGO BARROS

 


Diversas forças armadas, mundo afora, possuem em suas estruturas organizacionais agrupamentos de tropas e equipamentos destinados ao cumprimento de missões com características distintas das convencionais.

Seus integrantes são reconhecidos por suas habilidades técnicas, disposição inabalável de cumprimento do dever e, não raras vezes, pela aceitação do sacrifício de suas próprias vidas.

Os mais aficionados estudiosos do tema os conhecem como tropas especiais. Apenas como referência, citamos os SEALS nos Estados Unidos, os SAS no Reino Unido, os SPETSNAZ na Rússia, os GUERRA NA SELVA e os FORÇAS ESPECIAIS no Brasil. E, de uma maneira geral, os paraquedistas em todas as forças armadas.

Esses grupos adquirem as capacidades física, emocional e intelectual que os habilitam a serem infiltrados na retaguarda inimiga em missões pontuais, isoladas, que exijam muita determinação, audácia e adestramento, em benefício do conjunto.

O resgate de reféns em Entebe, por forças israelenses; a operação “Market Garden”, na Segunda Guerra Mundial; e o sacrifício francês em Dien Bien Phu são exemplos clássicos de operações desenvolvidas por esses especialistas.

No Rio de Janeiro, uma cobertura televisiva maciça, mostrou ao público mundial a Brigada de Infantaria Paraquedista executando o cerco e o investimento aos complexos do Alemão e da Penha, na crise de segurança pública em 2010.

Essas tropas incorporam uma mística cunhada e preservada ao longo do tempo com o intuito de potencializar o espírito de corpo e, ao mesmo tempo, gerar instabilidade nos potenciais adversários.

Os ingleses, quando da operação de retomada das Ilhas Malvinas, em 1982, sobressaíram a incorporação de batalhões Gurkhas no desembarque, ressaltando a habilidade desses lendários soldados no emprego das facas Kukry, particularmente durante os combates aproximados. Mística centenária que gerou receio aos adversários instalados nas trincheiras geladas da região.

Depreende-se, portanto, que essas organizações não podem nem devem abdicar de treinamento contínuo, severo e aplicado para o cumprimento de seus propósitos operacionais. Não há tempo para tergiversações não profissionais.

O ajuntamento de pessoas no último domingo (21.03.21), ao longo da avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, identificados pelos meios de comunicação como paraquedistas em desfile para homenagear autoridade, não pode ser relacionado às tropas especiais brasileiras e às suas místicas.

Eram cidadãos, no exercício dos seus direitos de ir e vir, ainda que afrontando normas sanitárias legais vigentes na ocasião, que decidiram pelo pitoresco encontro dominical. 

Que se afaste de pronto qualquer tentativa de relacioná-los com o Exército Brasileiro.

O Exército é uma instituição de Estado e constantemente assevera esse conceito para mais amalgamá-lo junto à população brasileira. Ele não referendou, nem referendará atitudes que afrontem, por seu posicionamento, a estabilidade, a legalidade e a legitimidade junto à nação brasileira. Age, como consequência dessa postura, no total acatamento aos ditames constitucionais.

A política do Exército vem prevalecendo sobre a política no Exército com a firme e sensível condução dos atuais chefes militares, herdeiros de nobres tradições e sólidos exemplos. 

Acredito, em foro íntimo, que declarações políticas que tentem tragar a Instituição, sofrem claro e forte repúdio da maioria de seus integrantes, já imunizados contra essa cantilena, em especial nos momentos tão sensíveis pelos quais o país ultrapassa de crise pandêmica.

Estaremos sempre prontos a compartilhar com a sociedade o nosso preparo técnico-profissional reconhecido, de há muito, como politicamente isento e socialmente abrangente. Prisioneiros de um único adágio: serviremos com grandeza ao povo brasileiro.

Paz e bem! 

Otávio Santana do Rêgo Barros 

General de Divisão R1

10º BATALHÃO DE INFANTARIA LEVE DE MONTANHA COMEMORA ANIVERSÁRIO DE 272 ANOS

 


Em 17 de março, no 10º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha (10º BIL Mth), ocorreu a formatura em que foi comemorado o aniversário de 272 anos de criação da 5ª organização militar mais antiga do Exército Brasileiro, comandada pelo Tenente-Coronel Luis Felipe Moraes Daltro Campos.


A solenidade foi presidida pelo Chefe do Departamento-Geral do Pessoal (DGP), General de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, em visita de orientação técnica (VOT) à Guarnição de Juiz de Fora, e contou ainda com a presença do Comandante Militar do Leste, General de Exército José Eduardo Pereira, do Comandante da 1ª Divisão de Exército, General de Divisão Kleber Nunes de Vasconcellos, do Comandante da 4ª Região Militar, General de Divisão Jorge Antônio Smicelato, do Gerente do Projeto EB S@úde, General de Divisão R1 Altair José Polsin, e do Comandante da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, General de Brigada João Felipe Dias Alves. 


Todo o evento seguiu as normas e recomendações adotadas para o combate e prevenção à covid-19.


Fonte: 10º BIL Mth

Fotos: 3º Sgt Patrocínio e Sd Wendell

terça-feira, 23 de março de 2021

VOCÊ CONHECE O GEN SILVA E LUNA? NÃO? ENTÃO CONHEÇA, VAI SE EMOCIONAR.

 

Rubens Fraulini/Itaipu Internacional/Reprodução


ARMAS EM FUNERAL - SUBTEN PAULO CAMPISSI


Nos deixou hoje, 
vítima de um infarto fulminante em sua residência, o nosso querido e estimado amigo ST Paulo Campissi , um eterno apaixonado pelo 4º GAC L Mth, onde prestou seus excelentes serviços como chefe da Oficina Mecânica por muitos anos.

Campissi era de uma alegria a toda prova, tudo poderia estar desmoronando que ele estava otimista e confiante.



Vai deixar muita saudade àqueles, assim como eu, que tiveram a honra e o prazer de trabalhar e conviver com ele.

Mas, segue para sua nova morada feliz, pois vai se reencontrar com sua amada esposa e amiga inseparável, nossa querida amiga Terezinha, que nos deixou em 2009. Onde estava Paulo Campissi, lá estava a Terezinha...


Vá em paz meu amigo, missão cumprida.

O sepultamento estará ocorrendo hoje às 17h, no cemitério Parque da Saudade, sem velório.



segunda-feira, 22 de março de 2021

EFEITO BACKFIRE - POR OTÁVIO SANTANA DO RÊGO BARROS

 


Há poucos dias, recebi indicação para leitura do artigo “Por que você não deveria argumentar com radicais – o efeito backfire (blogs.unicamp.br/covid-19/) produzido pelo cientista político Davi Carvalho da UNICAMP. Gostei!

Trata-se de um trabalho na área da psicologia social no qual o autor discorre sobre a dificuldade de convencer pessoas extremadas a mudar de posição.

Pesquisas acadêmicas revelam que esses indivíduos, ao serem confrontados com uma realidade da qual discordam, tendem a assumir um comportamento mais radical em defesa de suas ideias. “As pessoas frequentemente ignoram informações novas que as contradigam, argumentam contra ou descartam suas fontes para manter crenças já existentes”. (David Redlawsk)

A reação psicológica ficou conhecida como efeito backfire. O autor esclarece que “não é fruto de ignorância ou burrice”, trata-se de um reflexo do chamado raciocínio motivado - forma de pensar na qual elegemos tão somente as evidências que nos confortam para chegar-se a uma conclusão à qual já tínhamos optado de antemão.

A teoria ajuda a compreender as defesas apaixonadas de posições polarizadas com as quais parte de povo acredita e declara amor ou ódio aos agrupamentos políticos de ocasião. 

Carl Sagan afirmou que as crenças não se baseiam em evidências, mas em uma profunda necessidade de acreditar. Acreditar em qualquer coisa embalada com laço colorido nas cores de preferência.

Quando posturas reacionárias tomam o rumo de escolhas políticas, como soe acontecer no Brasil, adentra-se em um campo de batalha onde os digladiadores, se sobreviverem, sairão com sequelas irreversíveis.

O fato novo – possibilidade de o ex-presidente Lula concorrer às eleições do próximo ano – agitou os grupos a favor e contra, empurrando-os ainda mais para os polos de suas posturas políticas e ideológicas.

Do baralho eleitoral, os valetes que despontam mais robustos são o atual e o ex-presidente. Natural que o sejam, trazem a força do cargo associado ao uso da caneta executiva ou do emocional de tempos passados.

É fácil desfiar um rosário de maus feitos e atribui-los a cada um deles, às vezes aos dois ao mesmo tempo. Segundo a teoria, seria “tiro no pé”. Apenas reforçaria o raciocínio motivado de cada grupo, já antecipadamente decidido por lutar pelo sufrágio de seus mitos.

O professor Carvalho ilumina uma possibilidade de enfrentar a tese inicial e prefiro usá-la como tábua de salvação. Convencer os indecisos, valendo-se de argumentação qualificada. 

As últimas pesquisas de intenção de voto (verdade que perderam, no mundo todo, parte da confiabilidade) trazem uma disputa cabeça a cabeça entre os dois preferidos. Ressalve-se, o somatório das intenções desses valetes, não ultrapassa a quantidade de intenções atribuídas aos outros contendores. Para tratar apenas de matemática...

Muitas pessoas que no último pleito depositaram suas esperanças naquele que refletia as aspirações de contestação ao governo da esquerda estão órfãs pelas posturas tomadas pelo governo da direita. 

Procedimentos iguais, sinal trocado!

Elas aceitariam de bom grado alguém que assuma o papel de aglutinador, que as acolha com projetos equilibrados e que as faça voltar a ter esperança.

Se essa tese que se avoluma em parte da sociedade encaminhar-se de forma adequada, aparecerão outros valetes para qualificar a disputa democrática, dignos de cooptar a predileção dos não impactados pelo raciocínio motivado.

Nobres valetes, tomem como estímulo o pensamento de Gandhi: “se tiver fé em que serei capaz de fazê-la, adquirirei certamente a capacidade de realizá-la, mesmo se não a possuía ao começar.”

Tenham fé. Vocês são capazes. Nos acreditamos!

Paz e Bem!

Otávio Santana do Rêgo Barros

General de Divisão R1

A GENTE VAI EMBORA E FICA TUDO AÍ. ASSISTA AO VIDEO, VAI SE EMOCIONAR

 




domingo, 21 de março de 2021

ARMAS EM FUNERAL - SGT ADALBERTO FRANCISCO SANT'ANA

 

Sgt Adalberto, no ano de 2019, foi o mestre da banda e em um vídeo em Passo Fundo, que viralizou no país inteiro, em homenagem aos pracinhas demonstrou o grande companheiro que era!