sábado, 11 de outubro de 2014
PSB exclui da direção quem foi contra apoiar PSDB
O presidente interino do partido, Roberto Amaral, e a deputada Luiza Erundina (SP), ficaram de fora da chapa oficial para a direção.
Divulgação/ Igo Estrela/Coligação Muda Brasil
Aécio Neves e Roberto Amaral, presidente do PSB, se cumprimentam após anunciarem apoio para o segundo turno
Brasília - Após declarar apoio a Aécio Neves (PSDB) na sucessão presidencial, a ala do PSB favorável ao apoio ao tucano Aécio Neves montou ontem uma chapa para concorrer à nova direção da sigla sem os nomes mais próximos ao PT e que defendiam a neutralidade ou o apoio à presidente Dilma Rousseff neste 2.º turno.
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Com isso, o presidente interino do PSB, Roberto Amaral, e a deputada Luiza Erundina (SP), ficaram de fora da chapa oficial para a direção do partido no triênio de 2014 a 2017. A reunião que elegerá o novo diretório está marcada para segunda-feira.
A chapa é encabeçada por Carlos Siqueira, até então primeiro secretário do PSB. A articulação foi feita em conjunto com o grupo de Pernambuco, Estado de Eduardo Campos, que presidia a sigla até morrer em um acidente aéreo em agosto.
Fortalecido após o resultado das urnas, o governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara, ficou com a vice-presidência. Outros dois pernambucanos integram a chapa: o ex-ministro de Integração e senador eleito, Fernando Bezerra, e o prefeito de Recife, Geraldo Júlio.
Amaral era candidato à presidência, mas a articulação comandada por Siqueira e os pernambucanos o isolou. Em reação, ele acusou os correligionários do Nordeste de praticar a política do "coronelismo, enxada e voto", tese do ex-ministro Victor Nunes Leal para tratar das relações entre donos de engenho e empregados.
A articulação, além de aproximar o partido do PSDB, afasta-o ainda mais de Marina Silva, candidata à Presidência pela sigla, que foi derrotada nas urnas. Siqueira, que deve assumir o comando da sigla, se desentendeu com ela no dia em que o PSB a escolheu para ocupar o lugar de Campos na chapa presidencial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/psb-exclui-da-direcao-quem-foi-contra-apoiar-psdb
Aécio dispara e abre 17 pontos de vantagem sobre Dilma
Primeiro levantamento após divulgação de áudios da Petrobrás mostra que escândalo atingiu em cheio campanha da petista
Mário Simas Filho
Primeira pesquisa ISTOÉ\Sensus realizada depois do primeiro turno da sucessão presidencial mostra o candidato Aécio Neves (PSDB) com 58,8% dos votos válidos e a petista Dilma Rousseff com 41,2%. Uma diferença de 17,6 pontos percentuais. O levantamento feito entre a quarta-feira 7 e o sábado 10 é o primeiro a captar parte dos efeitos provocados pelas revelações feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa sobre o detalhamento do esquema de corrupção na estatal. “Além do crescimento da candidatura de Aécio Neves, observa-se um forte aumento na rejeição da presidenta Dilma Rousseff”, afirma Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus.
Segundo a pesquisa, o índice de eleitores que afirmam não votar em Dilma de forma alguma é de 46,3%. A rejeição de Aécio Neves é de 29,2%. “O tamanho da rejeição à candidatura de Dilma, torna praticamente impossível a reeleição da presidenta”, diz Guedes. A pesquisa também capta, segundo o diretor do Sensus, os apoios políticos que Aécio recebeu durante a semana, entre eles o do PSB, PV e PPS.
As 2000 entrevistas feitas em 24 Estados e 136 municípios mostra que houve uma migração do eleitorado à candidatura tucana mais rápida do que as manifestações oficiais dos líderes políticos. No levantamento sobre o total dos votos, Aécio soma 52,4%, Dilma 36,7% e os indecisos, brancos e nulos são 11%, tudo com margem de erro de 2,2% e índice de confiança de 95%.
Nos votos espontâneos, quando nenhum nome é apresentado ao eleitor, Aécio soma 52,1%, Dilma fica 35,4% e os indecisos são 12,6%. “A analise de todos esses dados permite afirmar que onda a favor de Aécio detectada nas duas semanas que antecederam o primeiro turno continua muito forte”, diz Guedes.
O tucano, segundo a pesquisa ISTOÉ\Sensus, vence em todas as regiões do País, menos no Nordeste. No PSDB, a espectativa é a de que a diferença a favor de Dilma no Nordeste caia nas próximas pesquisas, principalmente em Pernambuco, na Bahia e no Ceará. Em Pernambuco devido o engajamento da família de Eduardo Campos na campanha, oficializado na manhã do sábado 10. Na Bahia em função da presença mais forte do prefeito de Salvador, ACM Neto, no palanque tucano. E, no Ceará, com a participação do senador eleito Tasso Jereissati.
Além da vantagem regional, Aécio, de acordo com o levantamento, supera Dilma em todas as categorias socioeconômicas, o que, segundo a análise de Guedes, indica que a estratégia petista de apostar na divisão do País entre pobres e ricos não tem dado resultado.
PESQUISA ISTOÉ|Sensus
Realização – Sensus
Registro na Justiça Eleitoral – BR-01076/2014
Entrevistas – 2.000, em cinco regiões, 24 Estados e 136 municípios do País
Metodologia – Cotas para sexo, idade, escolaridade, renda e urbano e rural
Campo – de 07 a 10 de Outubro de 2014
Margem de erro - +/- 2,2%
Confiança – 95%
http://www.istoe.com.br/reportagens/387301_AECIO+DISPARA+E+ABRE+17+PONTOS+DE+VANTAGEM+SOBRE+DILMA+MOSTRA+PESQUISA+ISTOE+SENSUS?pathImagens&path&actualArea=internalPage
Márcio Santiago obteve votos em 830 cidades de MG
Por Renato Sales
O sistema de informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já disponibilizou os detalhamentos das votações dos candidatos no primeiro turno das eleições 2014. Com a estratificação dos dados é possível perceber algumas características do eleitorado que contribuiu para a eleição de cinco deputado estaduais com domicílio eleitoral em Juiz de Fora, resultado que elevou consideravelmente a representatividade do município na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que hoje conta com apenas dois parlamentares locais. A partir de 2015, Antônio Jorge (PPS), Isauro Calais (PMN), Lafayette Andrada (PSDB), Márcio Santiago (PTB) e Noraldino Júnior (PSC) assumem suas cadeiras no Legislativo mineiro.
Entre os eleitos, dois tiveram votação concentrada em Juiz de Fora. Noraldino Júnior (PSC) e Isauro Calais (PMN) receberam mais de 50 mil votos cada um em todo o estado. Noraldino foi o candidato a deputado estadual com o maior número de eleitores na cidade, onde recebeu a confiança de 38.471 pessoas. Percentualmente, os juiz-foranos foram responsáveis por 74,16% da votação total do agora deputado eleito. Situação semelhante foi vivenciada por Isauro, que teve 67,6% de seus votos oriundos das urnas locais.
Tal diagnóstico deixa claro que as eleições dos dois vereadores em exercício em Juiz de Fora estão intimamente ligadas às suas atuações na Câmara, que acabaram por criar uma influência também na região. Ao todo, Isauro obteve votos em 283 das 853 cidades mineiras, com os melhores desempenhos em municípios como São João Nepomuceno, Guarani e Miraí, sua terra natal. Da mesma forma, Noraldino foi citado nas urnas de 360 localidades. Além de Juiz de Fora, suas melhores votações ocorreram em cidades da Zona da Mata, como Ubá, Matias Barbosa, Santos Dumont e São João Nepomuceno.
Os outros três eleitos, ao contrário, tiveram votações mais diluídas entre outros municípios. Tanto que dois deles tiveram seus melhores desempenhos além das fronteiras locais. O maior votação de Lafayette foi em Barbacena, no Campo das Vertentes. Para garantir sua reeleição, o tucano amealhou 7.050 votos na Cidade das Rosas, eleitorado que corresponde a 12,13% do total computado a seu favor no último domingo. O maior número de eleitores de Márcio Santiago vieram das urnas de Belo Horizonte, onde o missionário somou 7.655 contra o 7.329 recebidos em Juiz de Fora.
Ex-secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge atraiu eleitores em 590 dos 853 municípios mineiros. Assim, foi lembrado por pelo menos uma pessoa em quase 70% das localidades do estado, reflexos claro de sua atuação no primeiro escalão do Governo de Minas. Apesar disso, sua melhor votação foi em Juiz de Fora: 20.182 votos.
O número mais surpreendente, entretanto, foi apresentado por Márcio Santiago, que conquistou ao menos um eleitor em 830 cidades, o que corresponde a 97% do território do estado. O percentual expressivo pode ser creditado à força do eleitorado evangélico, já que o deputado eleito é pastor missionário e sobrinho do líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, o apóstolo Valdemiro Santiago.
http://www.tribunademinas.com.br/marcio-santiago-obteve-votos-em-830-cidades/
Delator da Petrobras diz que a campanha de Dilma em 2010 foi beneficiada por dinheiro desviado
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef afirmam que o PT foi o partido mais contemplado pela propina. As revelações estarrecedoras escancaram a falência moral do Estado nos últimos anos
Josie Jerônimo (josie@istoe.com.br)
Na quarta-feira 8, vieram à tona áudios de depoimentos feitos em regime de delação premiada na Justiça Federal em Curitiba por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e pelo doleiro Alberto Youssef – considerados hoje dois dos maiores arquivos vivos da República e detentores dos segredos mais explosivos da maior estatal do País.
As declarações dos delatores descrevem uma gigantesca rede de corrupção formada por dirigentes da Petrobras, empreiteiras e partidos políticos integrantes da base de sustentação do governo Dilma Rousseff. As revelações são estarrecedoras. A corrupção estatal poucas vezes foi exposta de maneira tão crua e direta narrada abertamente por seus executores a serviço do Estado. Nos áudios, os depoentes apontam PT, PMDB e PP como as legendas beneficiadas pelo propinoduto e colocam sob suspeição a campanha de 2010 da presidenta Dilma Rousseff. “Dos 3% da Diretoria de Abastecimento, 1% seria repassado para o PP e os 2% restantes ficariam para o PT. Isso me foi dito com toda a clareza”, afirmou o ex-diretor da Petrobras.
“Outras diretorias também eram PT. O comentário que pautava dentro da companhia era que em alguns casos os 3% ficavam para o PT”, acrescentou. Um dos operadores dos desvios na Petrobras, de acordo com os depoimentos, era João Vaccari Neto, tesoureiro do PT. Indicado para o cargo pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-diretor de Serviços Renato Duque e Nestor Cerveró, ex-dirigente da Área Internacional da Petrobras da cota do PMDB, também recebiam propina. “Bom, era conversado dentro da companhia e isso era claro que sim. Sim. A resposta é sim”, afirmou Paulo Roberto Costa, questionado sobre o pagamento de suborno aos dois. As movimentações irregulares, segundo disseram, continuaram até 2012, quando Costa deixou a estatal, e pode ter contaminado a atual campanha de Dilma à reeleição.
É fato que se a sociedade brasileira encarar como natural esse assalto à coisa pública terá de estar preparada para aceitar todo e qualquer tipo de desmando de seus governantes. Os limites estarão rompidos indissoluvelmente.
Mas, sabe-se, não é da índole do brasileiro compactuar com malfeitos. Neste caso, malfeitos perpetrados no coração da maior estatal do País, motor do desenvolvimento e outrora símbolo da soberania nacional. O dinheiro desviado tinha origem no superfaturamento dos contratos da Petrobras. A taxa média do sobrepreço, além da boa margem de lucro, girava em torno de 3%. Paulo Roberto Costa explicou como funcionava a fábrica de dinheiro para as campanhas políticas e o bolso dos corruptos. Costa confessou que atuava como guardião dos numerários da corrupção. Ele intermediava contatos políticos, gerenciava o pagamento de propina das empreiteiras e cuidava dos critérios da distribuição dos lucros aos partidos envolvidos.
O ex-diretor foi assertivo ao apontar o PT como o maior beneficiário dos desvios. Cada partido tinha seus próprios operadores. De acordo com os depoimentos, o ex-deputado José Janene (PR), que faleceu em 2010, e Youssef eram os responsáveis por distribuir o dinheiro da propina no PP. Eles também entregavam a parte que cabia ao ex-diretor da Petrobras por sua atuação nas irregularidades. Costa não detalhou como era feita a divisão dos recursos no PT, tarefa do tesoureiro João Vaccari. No organograma do crime, o delator aponta o ex-diretor de Serviços Renato Duque, apadrinhado de José Dirceu, como o contato do tesoureiro do PT na estatal.
O MAGISTRADO
Os depoimentos, colhidos pelo juiz Sérgio Moro,
impressionaram pela riqueza de detalhes e pela
sofisticação do esquema corrupto narrado
A farra da base aliada na estatal se iniciou, de fato, em 2007, quando a Petrobras direcionou o orçamento para grandes projetos, como a construção de refinarias. Mas a idealização e a montagem da rede de corrupção remetem a 2004, com a nomeação de Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento.
Na cúpula da estatal, ele teve grande importância na ampliação do poder do cartel das empreiteiras e na geração de mais divisas para a ala de políticos da quadrilha. Por isso, contou com o lobby de fortes lideranças do cenário nacional para chegar ao posto, com o aval do Palácio do Planalto. Nesse ponto, o doleiro Youssef fez uma das revelações mais importantes de seu depoimento. “Para que Paulo Roberto Costa assumisse a cadeira de diretor da Diretoria de Abastecimento, esses agentes políticos trancaram a pauta no Congresso durante 90 dias. Na época o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou louco, teve que ceder e realmente empossar o Paulo Roberto Costa”, contou Youssef no interrogatório.
Ao afirmar que Lula se curvou aos interesses de um bando especializado em drenar dinheiro dos cofres da Petrobras, o doleiro pode ter fornecido um dos fios da meada para se entender como os governos petistas contemplaram as práticas ilícitas. Registros do Congresso trazem indícios de que o doleiro, realmente, tinha razão. Na primeira quinzena de abril de 2004, um mês antes de Costa ser nomeado diretor da Petrobras, o governo Lula sofreu com uma rebelião da base, capitaneada pelo PMDB.
À época, o presidente mandou ao Congresso uma medida provisória que reajustava o salário mínimo para R$ 260. Para retaliar o governo, a base passou a exigir o cumprimento de uma promessa de campanha de Lula, que previa o salário mínimo a US$ 100, o equivalente a R$ 289. O PT trabalhava, ainda, para aprovar um projeto que criava 2.800 cargos de confiança no governo. O PP de José Janene passou algumas semanas sem sequer registrar presença no plenário, com o único objetivo de prejudicar o governo do Planalto. Renan Calheiros (PMDB-AL), hoje presidente do Congresso e também citado nas investigações da Lava Jato, comandou a rebelião no Senado.
Presos no início do ano durante a Operação Lava Jato da Polícia Federal, Costa e Youssef aceitaram contribuir com as investigações em troca do abrandamento de suas penas. Nos depoimentos em Curitiba, eles não tinham autorização para explicitar os nomes das autoridades com direito a foro especial, caso de parlamentares, por se tratar de Justiça de primeira instância. Esses casos são apurados somente no Supremo Tribunal Federal (STF).
OS SEGREDOS DO DOLEIRO
Preso em Curitiba, Alberto Youssef disse que o Congresso ameaçou
paralisar a pauta e Lula capitulou às pressões para
que Paulo Roberto Costa fosse nomeado
Mesmo sem poder citar nomes, o ex-diretor forneceu informações que, de forma indireta, tiram o sono de muitas autoridades. O delator descreveu, por exemplo, uma consultoria prestada a um político fluminense candidato a cargo majoritário, que queria fazer um plano de governo direcionado ao setor de energia para captar recursos de financiamento de campanha das empresas da área. Costa também envolveu o PMDB ao citar a Diretoria Internacional da Petrobras como feudo da sigla. Segundo o ex-diretor, o responsável por fazer o serviço sujo do recolhimento da propina junto às empreiteiras seria Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. “Na Diretoria Internacional, o Nestor Cerveró foi indicado por um político e tinha ligação forte com o PMDB”, disse o delator. Nos bastidores do Congresso, atribui-se a indicação de Cerveró a Renan Calheiros.
“Em diretorias como gás, energia e exploração, o comentário
na companhia é que 3% ficavam com o PT”
na companhia é que 3% ficavam com o PT”
Chamou a atenção dos investigadores o tom de deboche muitas vezes adotado nas conversas dos envolvidos nas práticas corruptas. Nesse contexto, uma das expressões mais usadas pelos interlocutores era um trecho da Oração de São Francisco de Assis, aquele que prega “é dando que se recebe”. “Nós tínhamos reuniões, com certa periodicidade, com esse grupo político e nesses encontros comentava-se, recebemos isso, recebemos aquilo”, afirmou o ex-diretor, sobre os acertos de propina. As cifras astronômicas que abasteciam o esquema são tratadas com naturalidade pelo ex-diretor, mas deixam confusos até mesmo os experientes investigadores do caso. Ao narrar episódio em que recebeu R$ 500 mil das mãos do presidente da Transpetro, Sérgio Machado, por ter ajudado a intermediar contratação de empresas de navios, os interrogadores não esconderam o espanto e questionaram Costa sobre a forma de pagamento da propina. “Uma parcela”, respondeu.
“Tem uma tabela e ela revela valores de agentes
de vários partidos relativos à eleição de 2010”
de vários partidos relativos à eleição de 2010”
Meio milhão de reais é uma cifra desprezível no universo de dígitos dos contratos firmados entre as empreiteiras que compunham o cartel que dominou a Petrobras. Relatório da Polícia Federal estima que, de R$ 5,8 bilhões em transações firmadas, R$ 1,4 bilhão escoou pelo ralo graças a obras superfaturadas para abastecer a quadrilha.
Paulo Roberto Costa apontou 11 empresas envolvidas nos desvios. Ele detalhou a ação orquestrada das companhias, mas faz questão de dizer que nem todos os contratos da estatal estão contaminados. Como exemplo, ele cita a Refinaria Abreu e Lima, de Pernambuco. De acordo com Costa, o empreendimento reúne aproximadamente 50 empresas, mas o cartel não encampa todas as contratadas. A máquina de irregularidades era tocada pelas empreiteiras Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, UTC, Engevix, Iesa, Toyo Setal, Galvão Engenharia, OAS e Queiroz Galvão. O delator listou, também, o nome de diretores responsáveis por negociar as condições especiais proporcionadas às firmas. As empreiteiras repudiaram publicamente as denúncias. O ex-diretor envolveu os altos escalões das empresas: “Os presidentes das companhias tinham conhecimento do esquema”. As empresas agiam como se fossem donas da Petrobras, segundo relato do delator. Rateavam os contratos conforme a disponibilidade de suas equipes e determinavam a taxa de lucro que queriam. Quando uma firma fora do grupo conseguia romper a barreira do cartel, as empreiteiras protestavam. “Às vezes participaram empresas que não eram do cartel, ganhavam a licitação e isso deixava as empresas do cartel muito zangadas”, afirmou.
DRENAGEM DE BILHÕES
Erguida ao custo de US$ 20,1 bilhões - valor dez vezes superior ao
estimado preliminarmente (US$ 2,5 bilhões) -, a Refinaria Abreu e
Lima é o retrato da corrupção, incompetência e malversação
de recursos, revelou a Polícia Federal
O cartel formado pelas empreiteiras para sangrar as contas da Petrobras, segundo Paulo Roberto Costa, agia também em alguns ministérios. A rede de pagamento de propina da estatal funcionaria para abrir portas em pastas com gordos orçamentos para obras de infraestrutura. “Empresas que tinham interesses em outros ministérios, capitaneados por partidos, participaram de obras de rodovias, saneamento básico, do Minha Casa Minha Vida. No meu tempo na Petrobras, nenhuma empresa deixou de pagar propina. Se você cria um problema de um lado, pode gerar de outro”, afirmou.
“Na refinaria Abreu e Lima a Camargo Corrêa participou
do cartel e efetuou os repasses a políticos”
do cartel e efetuou os repasses a políticos”
Ao fim do trabalho de análise e recolhimento de provas, os empresários atrelados à fraude responderão a processo criminal. Além dos relatos do ex-diretor, os investigadores da Lava Jato conseguiram obter de uma das companhias um tipo de colaboração no formato de um acordo de leniência. A empresa está ajudando a reunir provas financeiras para demonstrar a atuação do cartel. A ajuda garantirá a essa empreiteira a possibilidade de evitar sanções, como firmar novos contratos com o poder público. Seus diretores, no entanto, terão de responder penalmente pela participação nas negociatas.
“Recebia em espécie na minha casa, no shopping ou escritório.
Recebi da Transpetro R$ 500 mil e quem pagou foi Sérgio Machado”
Recebi da Transpetro R$ 500 mil e quem pagou foi Sérgio Machado”
A divulgação do interrogatório do doleiro e do ex-diretor da Petrobras incendiou o ambiente eleitoral e os citados se apressaram em repudiar as acusações. O ex-presidente Lula usou um repertório que já lhe é peculiar ao reagir às novas denúncias.
Em discurso em Campo Limpo, São Paulo, bradou como se vítima fosse e como se ele e o seu partido estivessem acima do bem e do mal: “Eu já estou de saco cheio (das denúncias contra o PT). Daqui a pouco eles estarão investigando como nós nos portávamos dentro do ventre da nossa mãe”. No governo, intensificam-se as pressões para a demissão de Sérgio Machado, da Transpetro, que teria entregado R$ 500 mil para Paulo Roberto Costa.
O objetivo é evitar mais desgastes para o Planalto. O PT, como Lula, também cumpre roteiro conhecido. Pretende procurar o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, para pedir que não ocorram novos vazamentos, durante o segundo turno das eleições, dos depoimentos feitos em sigilo de justiça. Zavascki desempenha papel de protagonista nas investigações. Como ministro do STF, instância responsável por julgar políticos e autoridades com foro privilegiado, coube a ele validar os depoimentos colhidos pelo juiz Sérgio Moro. Na etapa atual, ele analisa as provas colhidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal que envolvem parlamentares e ministros do Estado na rede de corrupção. Não são poucas.
“Dentro do PT a ligação do diretor de serviço
era com o tesoureiro, o senhor João Vaccari”
era com o tesoureiro, o senhor João Vaccari”
Fotos: JF DIORIO/AE, Nacho Doce/Reuters, Ricardo Borges/Folhapress; Guga Matos/JC Imagem/Folhapress
http://www.istoe.com.br/reportagens/387126_DELATOR+DA+PETROBRAS+DIZ+QUE+A+CAMPANHA+DE+DILMA+EM+2010+FOI+BENEFICIADA+POR+DINHEIRO+DESVIADO?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage
64% dos eleitores de Marina pretendem votar em Aécio; 18%, em Dilma, diz Ibope
Pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (9) mostra que 64% dos que declaram ter votado na candidata Marina Silva (PSB) no primeiro turno pretendem votar em Aécio Neves (PSDB) no segundo; 18% dos eleitores dela têm a intenção de votar em Dilma Rousseff (PT).
Ainda de acordo com o instituto, 10% dos que dizem ter votado em Marina devem anular ou votar em branco; 8% não opinam.
O Ibope ouviu 3.010 eleitores em 205 municípios nos dias 7 e 8 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de dois pontos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-01071/014.
http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2014/blog/eleicao-em-numeros/post/64-dos-eleitores-de-marina-pretendem-votar-em-aecio-18-em-dilma-diz-ibope.html
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Operação Amazônia aprimora interoperabilidade das Forças Armadas
Brasília, 09/10/2014 – Começa nesta sexta-feira (10) mais um exercício militar no qual Marinha, Exército e Força Aérea, de forma integrada, vão aprimorar a doutrina de proteção e soberania da área de maior biodiversidade do planeta: a região Amazônica. Até o próximo dia 21/10, sob o comando do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) do Ministério da Defesa, uma série de atividades vai demonstrar a capacidade de dissuasão das nossas Forças Armadas na garantia da integridade da floresta tropical.
Será a terceira edição da Operação Amazônia, que reunirá 4 mil militares das forças singulares (detalhes na infografia abaixo) e terá como teatro de operações as cidades de Manaus, Boa Vista e Normandia – a cerca de 180 km da capital de Roraima.
O objetivo da Operação Amazônia é aperfeiçoar a logística e os métodos operacionais das forças singulares. “É uma excelente oportunidade de manter a capacidade operativa das tropas brasileiras na região, sempre a fim de garantir a soberania nacional. Além de aprimorar a interoperabilidade das Forças Armadas”, explicou o general Eduardo Paiva Maurmann, chefe do Centro de Operações do Comando Militar da Amazônia.
A operação inclui ações de controle de tráfego fluvial e proteção de estruturas críticas, como estações de energia e barreiras; operações terrestres ofensivas e defensivas; lançamentos de paraquedistas; defesa antiaérea; tarefas de interdição e de combate e coordenação do espaço aéreo. Além disso, serão realizadas ações cívico-sociais junto às comunidades ribeirinhas.
Entre os equipamentos que serão empregados no exercício estão helicópteros Blackhawks, navios-patrulha fluviais, blindados Cascavel, baterias antiaéreas de baixa altura Igla e Guepardi, os caças A-29 Super Tucano e o cargueiro C 130.
Esta é a terceira edição do treinamento, que aconteceu em 2011 e 2012 na região norte. Este último, na foz do rio Amazonas, envolveu os estados do Amazonas, Pará, Rondônia e Acre.
Arte: Pedro Dutra
Fotos: Tereza Sobreira
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
Fotos: Tereza Sobreira
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
http://www.defesa.gov.br/noticias/13989-operacao-amazonia-aprimora-interoperabilidade-das-forcas-armadas
Show do Chiclete com Banana pode acontecer no dia 31 em JF
Procon, MP e Bel Marques chegam a acordo, mas apresentação cancelada em janeiro depende de análise de juíza para ser realizada.
Por Júlio Black
Por Júlio Black
O Procon de Juiz de Fora e o Ministério Público de Minas Gerais protocolaram na última quarta-feira, na 1ª Vara de Fazenda do município, o acordo feito com o cantor Bel Marques (ex-Chiclete com Banana) para a realização de um novo show do artista na cidade. A apresentação estava marcada para janeiro, no Parque de Exposições, mas foi cancelada devido a irregularidades encontradas pelo Corpo de Bombeiros. Cabe agora à juíza Roberta Araújo de Carvalho Maciel analisar o acordo. Caso seja aprovado, já existe uma data para a realização do show: 31 de outubro.
O assessor jurídico do Procon, Eduardo Floriano, explicou que tanto o órgão de defesa do consumidor quanto o MP aprovaram a proposta enviada por Bel e a empresa que o representa. Pelo acordo, toda a estrutura da apresentação prevista para janeiro será mantida (camarotes, shows de outros artistas etc.), havendo apenas a mudança do local, do Parque de Exposições para a casa de shows La Rocca, no Salvaterra. Todos os custos com a estrutura da nova apresentação ficará por conta do ex-vocalista do Chiclete com Banana, e a ação contra ele seria encerrada.
Se a magistrada considerar o acordo válido, será anunciado então o local para a troca dos ingressos. Quem adquiriu as entradas para a festa terá até o dia 24 para realizar a troca. “O La Rocca comporta cinco mil pessoas, e foram vendidos 4.800 ingressos. Pelo que foi acordado, depois da data do dia 24, será iniciada a venda para os lugares restantes. Quem tiver o ingresso e não quiser ir ao show pode trocá-lo e tentar vendê-lo para outra pessoa, ou então entrar com uma ação na Justiça. Para quem perdeu o bilhete e deseja ir à apresentação, ou entrar com uma ação, é preciso comprovar de alguma forma que o adquiriu”, explica Eduardo.
O assessor jurídico lembra, ainda, que a realização do show de Bel Marques não implica no final da ação contra os produtores locais da festa de janeiro. Segundo ele, os responsáveis pelo evento foram chamados várias vezes pelo Procon e o Ministério Público para a realização de um novo show ou a devolução do dinheiro dos ingressos, mas não houve resposta por parte deles.
http://www.tribunademinas.com.br/show-do-chiclete-com-banana-pode-acontecer-no-dia-31-em-jf/
CRONOGRAMA DA CORRUPÇÃO
http://infograficos.oglobo.globo.com/brasil/organograma-da-corrupcao.html?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo
Reação de Aécio foi impecável do ponto de vista da lógica do processo
Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, concedeu a entrevista coletiva de todo dia, e o tema principal, como não poderia deixar de ser, foram as exigências feitas por Marina Silva, da Rede, para declarar apoio à sua candidatura. Entre outros itens, ela quer que o presidenciável retire o apoio ao projeto do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), seu vice, que permite que, em situações excepcionais, menores a partir dos 16 anos possam ser processados criminalmente, o que só seria feito depois de ouvidos o Ministério Público da Infância e da Juventude e a Justiça. Marina, tudo indica, resolveu transformar essa questão num de seus cavalos de batalha.
Ela também quer que o tucano se comprometa com o passe livre estudantil, que se comprometa com metas do MST, que se comprometa com o desenvolvimento sustentável, que… Bem, Marina quer, tudo indica, tomar o lugar de Aécio na chapa. Isso não é negociação.
Na coletiva, a fala de Aécio foi impecável do ponto de vista da lógica do processo: “O essencial hoje é a mudança. O caso não é de abrir mão de propostas. É aprimorarmos. Se formos reconstruir o projeto desde o início, não estamos fazendo uma aliança. Aliança tem que acontecer em torno do essencial. O essencial hoje é a mudança. E eu, pela vontade de grande parte dos brasileiros, tenho a responsabilidade de conduzir essa mudança”.
O candidato voltou a defender a proposta de Aloysio e lembrou que a alteração atingiria apenas 1% das infrações cometidas por jovens entre 16 e 18 anos. Mas disse ver convergências com o programa defendido por Marina nas eleições: “Nosso programa tem muita inserção social, educação e sustentabilidade. Mas, quando se busca um apoio no segundo turno, isso não pode nos levar também a abdicar daquilo que acreditamos que seja essencial para o país. Vejo muito mais convergências entre o que tenho ouvido das propostas da candidata Marina do que divergências”.
E fez uma avaliação correta e historicamente fundamentada: “As mudanças não são uniformes. As pessoas que esperam mudanças se distinguem em determinados aspectos ou temas. Na articulação em torno de Tancredo Neves, tinha desde partidos comunistas à Frente Liberal, considerados por alguns da ‘direita conservadora’. Fizeram isso porque Tancredo representava a possibilidade de reencontrarmos a democracia no Brasil. Uma aliança no segundo turno se dá em torno de objetivos maiores: um governo eficiente e ético”.
É isso! Nada a opor ou a acrescentar. Ou talvez acrescente uma coisa: só o PT, entre os oposicionistas, ficou fora daquele arco de alianças que apoiou Tancredo. E ainda expulsou três deputados que votaram no Colégio Eleitoral: José Eudes, Bete Mendes e Airton Soares. Marina Silva, em 2014, não deveria repetir o PT de janeiro de 1985, há quase 30 anos. É política velha, não nova política.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/reacao-de-aecio-as-imposicoes-de-marina-e-impecavel-ou-lider-da-rede-precisa-tomar-cuidado-para-que-nova-politica-nao-vire-politica-velha/
Comandante de batalhão do Exército e esposa morrem em acidente no RS
Publicado originalmente em 9 de out, as 23:41.
Comandante 12º BE Comb e a mulher morrem em acidente na BR 158
Comandante 12º BE Comb e a mulher morrem em acidente na BR 158
Santa Maria (RS) - A música que deveria tocar durante o 70º aniversário do 4º Batalhão Logístico (4º BLog) do Exército, em Santa Maria, foi substituída pelo minuto de silêncio. A homenagem foi em memória ao tenente-coronel Gerson Satlher Ribeiro Lacerda, 45 anos, comandante do 12º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado de Alegrete e à mulher dele, Graziela Campos Lacerda, 40 anos. Os dois morreram em um acidente de carro na tarde de quinta-feira. Eles iriam participar da cerimônia militar em Santa Maria.
O acidente ocorreu por volta das 14h50min, próximo à localidade de Pau Fincado, no município de Dilermando de Aguiar. Conforme informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Santa Maria, o veículo em que eles estavam, um Ford Focus, trafegava na BR-158, na altura do km 390, no sentido Rosário do Sul-Santa Maria, quando o motorista, o soldado Braudon Santos dos Santos, 20 anos, teria perdido o controle do carro, saído da pista e capotado. Com o impacto, o veículo parou a cerca de 200 metros após a pista. O casal morreu na hora.
Santos foi socorrido por outras pessoas que passavam pelo local e encaminhado ao Hospital de Guarnição de Santa Maria (HGu). O trânsito no local precisou ser interrompido e ficou em meia-pista para o trabalho dos peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Santa Maria. Lacerda nasceu em Uberaba (MG) e Graziela era de Alegrete.
Reprodução: Facebook |
O casal tinha dois filhos, um de 16 anos e outro de 12. Até às 20h de quinta-feira, os corpos ainda não haviam sido retirados do local e não havia informações sobre o horário e local de sepultamento.
A morte do casal causou comoção na comunidade militar de Alegrete e junto aos amigos da família.
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