sexta-feira, 13 de junho de 2014

Morre a cantora Marlene, estrela da era de ouro do rádio

RIO — A cantora Marlene, grande estrela da era do rádio no Brasil, morreu nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, por volta das 17h15. Marlene, cujo nome verdadeiro era Victória Delfino dos Santos, estava internada há alguns dias no hospital Casa de Portugal por conta de uma queda, e nesta sexta teve falência múltipla dos órgãos. Ela tinha 89 anos

— Ela era uma artista vigorosa e forte. Trabalhou no teatro, cinema, cantou Chico Buarque... Fez de tudo, e não só rádio — disse o compositor, poeta e produtor musical Hermínio Bello de Carvalho, amigo de Marlene.

Assim que soube da morte da cantora, o escritor Ruy Castro comentou:
— Nunca entendi como o mundo podia se dividir entre Marlene e Emilinha. Como era possível não torcer por Marlene?

Nascida Victoria de Martino Bonaiute, em 22 de novembro de 1924, no estado de São Paulo, a cantora Marlene começou a cantar na adolescência, aos 16 anos, no programa "Hora do Estudante", da Rádio Bandeirantes. Foi lá que ela adotou o nome artístico que carregaria até o fim da vida — seus colegas de rádio passaram a chamá-la assim, por conta de sua semelhança com a estrela Marlene Dietrich.

Foi contra a vontade da família que Marlene mudou-se para o Rio de Janeiro nos anos 1940 e passou a trabalhar no Cassino Icaraí. Na sequência, tornou-se uma das principais crooners do Cassino da Urca e com a proibição do jogo enveredou por outras boates e locais famosos da noite carioca, como a Boate Casablanca e o Copacabana Palace, que a tornou uma das mais admiradas vozes da elite da cidade.
As ambições de Marlene, no entanto, não se restringiam ao restrito — por mais que requintado — circuito de boates, bares e teatros. Seu sonho era alcançar o grande público na Rádio Nacional, o que aconteceu em 1947. Mas ao vivo, em seus shows, Marlene oferecia mais do que sua bela voz ao público. Sua presença, domínio de palco e magnetismo com o público criou um estilo único. A aposta num repertório eclético, marcado por canções dos mais variados estilos e compositores, além de abordar temas como a pobreza e o cotidiano do povo brasileiro foram, aos poucos, aproximando Marlene das camadas mais populares.

RAINHA DO RÁDIO

Sucessos como “Lata d’água na cabeça”, “Zé Marmita”, “Sapato de pobre” entre outros hits foram de fundamental importância para tal mudança, e marcaram seu nome de modo definitivo na História da música popular brasileira.

Ao passo que tornava-se conhecida e amada por todo o Brasil, Marlene também passou a colecionar inveja e desafetos, já que, aos poucos, tomou o lugar da até então mais famosa cantora do país, Emilinha Borba. Foi em 1949 que Marlene destronou Emilinha, a superando na predileção dos ouvintes no concurso Rainha do Rádio. A vitória da cantora foi inesperada e inaugurou uma das mais históricas rivalidades da canção popular do país. 

Donas dos fãs-clubes mais inflamados e passionais do país, Emilinha e Marlene era motivo de discussão e disputas acirradas, e chegou a ser tratada pelo jornalista Mário Filho como “o fla-flu dos que não gostam de futebol”.

— Marlene é um mito das artes no Brasil, pois era do tipo que jogava nas onze — definiu o pesquisador musical Rodrigo Faour. — Fez de tudo que se possa imaginar. Foi cantora e atriz de cinema (das poucas que além de cantar, também atuou como atriz nas chanchadas), teatro (de revista e teatro sério) e televisão (como apresentadora, atriz de novela e cantora). Foi das pioneiras a cantar temas de crítica social no carnaval. Foi Rainha do Rádio em 1949 e dona de uma das maiores popularidades da história radiofônica, ao lado de Emilinha Borba, Angela Maria, Dalva de Oliveira e Cauby Peixoto. Foi a primeira cantora a puxar um samba-enredo na avenida (em 72, no Império Serrano). Gravou em todos os formatos que conhecemos, do 78 rpm ao DVD.

Imponente em cena, com dotes físicos notáveis e explorados ao máximos, Marlene era alvo de alguns críticos da época, que de modo pouco justo insinuavam ou sugeriam que sua voz era "pequena" se comparada a de outras divas. Mas isso não impediu que ela fosse a primeira cantora brasileira a apresentar-se no Olympia de Paris, arrebatando a plateia francesa e, em especial, o ícone Edith Piaf, que a convidou para dividir o palco com ela durante uma série de shows que durou mais de seis meses.

A força de sua interpretação expressionista não demorou a chamar a atenção de produtores de teatro, e Marlene passou a receber e a aceitar convites diversos para estrelar peças e musicais. Fez também cinema, TV e apresentou seu próprio programa de rádio, “Marlene, meu bem”.
Marlene em editorial de moda para a revista 'Radiolândia' - O Globo
Ao longo da carreira, Marlene gravou mais de quatro mil canções e colecionou prêmios e títulos diversos, entre eles “A Favorita da Aeronáutica”, “A que canta e dança diferente”, “A Incomparável” e “É a maior”.

Um de seus mais recentes trabalhos foi o CD e DVD “Marlene, a Rainha e os Artistas do Rádio”, lançado em 2007. Em 2011, Marlene também foi homenageada no musical "Emilinha e Marlene — As rainhas do rádio", com direção de Antonio de Bonis e texto de Thereza Falcão e Julio Fischer . No elenco Solange Badin interpretava Marlene e Vanessa Gerbelli vivia Emilinha.

— Com a morte da Marlene uma época se despede de nós brasileiros. Ela foi uma das mais destacadas cantoras do rádio. Soube como ninguém no período pós Carmen Miranda reinar junto com Emilinha no Carnaval Brasileiro. Corajosamente enveredou por outros gêneros e estilos mas foi imbatível encarnando com muito glamour o papel de diva fatal da Era do Rádio, midia que ela soube explorar magistralmente. É um triste adeus de uma época inesquecível e historicamente decisiva para os rumos que música popular veio a trilhar depois — disse a pesquisadora musical Stella Caymmi.

http://oglobo.globo.com/cultura/morre-cantora-marlene-estrela-da-era-de-ouro-do-radio-12851062

Pai vai buscar filho em protesto de black blocs em São Paulo

SÃO PAULO - Um pai foi buscar o filho, que participava de um protesto de black blocs no Tatuapé, zona leste de São Paulo, nesta quinta-feira, marcado por atos de vandalismo e confronto com a Polícia Militar. O jovem, identificado apenas como Renan, de 16 anos, foi surpreendido com a chegada do pai, em meio à manifestação. O rapaz, que argumentava que tinha o direito de protestar, foi arrastado pelo pai. As imagens foram registradas pelo cinegrafista da TV Globo Marcelo Campos.

O diálogo mostra os argumentos do pai, que tenta convencer o jovem a voltar para casa, e do filho, que dizia protestar por melhores condições de saúde e educação. 

- Deixa eu protestar. Eu não quero isso. Esse governo é errado - dizia o rapaz. 

- Você vai ter o seu direito quando trabalhar e ganhar o seu dinheiro, tá? Eu sou seu pai, escuta o seu pai - falou o pai logo na chegada. - Ele é meu filho - argumentava o pai, retirando o filho, entre os manifestantes.

O pai tirou a camiseta do rosto do filho, dizendo “ você não é criado para isso. Eu trabalho para te sustentar, não é para você esconder a cara”.

- Eu quero escola, eu quero saúde. Deixa eu protestar. Minha avó quase morreu num hospital público. Você acha certo isso? Pelo amor de Deus, deixa eu correr atrás. Tanta gente morrendo. Deixa eu fazer a minha parte, ajudar um pouco. Eu sei que eu tenho 16 anos. Eu não vou me machucar, relaxa.
- Eu pago a sua escola. Eu e sua mãe trabalhamos para te sustentar. Vamos para casa, por favor, Renan. Você não vai mudar o mundo. Meu filho, você tem 16 anos, não é a hora agora. Eu te amo, cara. Você é meu filho. Eu estou pedindo demais? Renan, um passo de cada vez - implorava o pai, na presença de câmeras da imprensa.

No fim, ele foi convencido a ir para casa.

http://oglobo.globo.com/brasil/pai-vai-buscar-filho-em-protesto-de-black-blocs-em-sao-paulo-12841002

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Max Nunes morre aos 92 anos no Rio



 
O humorista, roteirista, escritor e diretor Max Nunes morreu no início na madrugada desta quarta-feira (11) no Rio, aos 92 anos, informou o Jornal Hoje. Um dos redatores do programa "Balança mas não cai", sucesso de público nas décadas de 1960 e 1970. O  Hospital Samaritano divulgou nota informando que ele estava internado desde o dia 20 de maio e a causa da morte foi infecção generalizada.

Nunes teve complicações de saúde após sofrer uma queda e fraturar a tíbia. Ao lado do apresentador Jô Soares, ele produzia textos para o "Programa do Jô", da TV Globo, desde 2000. Max Newton Figueiredo Pereira Nunes estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul.

'Um gênio', diz Jô
 
Jô Soares — que trabalhou por décadas com o humorista — disse estar "profundamente sensibilizado". "Meu padrinho tão querido. Um gênio, um criador, um amigo querido, uma pessoa de uma doçura inacreditável, de uma força criativa inesgotável.
Sempre com um humor na ponta de língua. Uma vez eu estava entrevistando um paraquedista e ele falou para mim: 'É o único meio de transporte que, quando enguiça, você chega mais depressa'. Era sempre muito afiado. Só fica uma saudade imensa e o consolo de que ele teve uma vida vitoriosa, fazendo o que sempre quis fazer e fazendo sucesso", disse Jô, por telefone, ao programa Estúdio I, da GloboNews.


O velório de Max Nunes será realizado a partir das 8h, desta quinta-feira (12), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. O enterro está marcado para as 12h.

Vida e obra
 
Formado em Medicina, 
Max escreveu pela primeira vez para a televisão em 1962, quando criou os programas "My fair show" e "Times Square" para a TV Excelsior. Em 1964, foi para a Globo, onde passou a roteirizar e dirigir, ao lado de Haroldo Barbosa, o humorístico "Bairro feliz" (1965), pelo qual passaram figuras como Paulo Monte, Grande Otelo e Berta Loran. O comediante Mussum, com seu conjunto Originais do Samba, também participou do programa, segundo o Memória Globo.

  •  
Max Nunes do Programa do Jô, com Agildo Ribeiro e Paulo Silvino (Foto: Zé Paulo Cardeal/TV Globo) 
 
Max Nunes do Programa do Jô, com Agildo Ribeiro e Paulo Silvino (Foto: Zé Paulo Cardeal/TV Globo)
 
No ano seguinte, dando sequência à parceria com Haroldo Barbosa, estreou "Riso sinal aberto" e "Canal 0", que a partir de 1967 se transformou no "TV0-TV1". Apresentado por Paulo Silvino e Agildo Ribeiro nas noites de quinta-feira, o programa explorava a paródia da produção televisiva, recurso que influenciaria, muitos anos depois, humorísticos como "TV pirata" (1983) e "Casseta & Planeta, urgente!" (1992).

"Balança mas não cai" foi adaptado para a televisão pela primeira vez na Globo, em 1968. Em 1972, também teve uma versão produzida pela TV Tupi. Dez anos depois, voltou à grade de programação da Globo, com novos personagens e cenários. Foi um grande sucesso de audiência no Rio, em parte por trazer do rádio personagens conhecidos do grande público, como o Primo Pobre (Brandão Filho) e o Primo Rico (Paulo Gracindo). O programa também eternizou expressões populares, como a do personagem Peladinho – "Mengo, tu é o maior!" –, que deu origem ao apelido do Clube de Regatas Flamengo.

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/06/humorista-max-nunes-morre-em-hospital-na-zona-sul-do-rio.html

POEMA "SE" - É DE ARREPIAR E EMOCIONAR.


4º GAC de Juiz de Fora se engalana no Dia da Artilharia - Por Ten Mergulhão



A convite do Tenente Coronel de Artilharia Marcelo Silva Rodrigues, Comandante do 4º Grupo de Artilharia de Campanha Leve, sediado em Juiz de Fora, botei o carro na estrada cedinho, saindo do Rio com uma chuva forte até perto de Itaipava.







Depois, já sem chuva, consegui andar mais rápido e às 8 e meia já estava entrando no Grupo Marquês de Barbacena, sua denominação histórica.


Se a guerra escolher como palco
As montanhas de nosso Brasil
Levarei minha fé minha força
Junto a mim estará meu fuzil




 Foi minha primeira visita ao Grupo e confesso que não encontrei fácil o lugar... Tive de apelar para o Tenente Mauro Lucio Pires, Presidente da AORE/JF que deu a dica... Entrar pelo Colégio Militar de J Fora...




O problema é que chegamos pela Rodovia BR 040, passamos pelo Salvaterra já nosso conhecido e entramos na entrada seguinte. Seguimos a estrada até o fim onde encontramos o muro da ferrovia. O Quartel fica do outro lado da ferrovia...




Temos de andar até encontrar onde cruzamos a ferrovia, que, de 15 em 15 minutos é percorrida por uma grande composição de minério entre a Vale e a CSN... Mineiro adora trem!




A altitude e o ar rarefeito
Adaptado tornei-me assim
Eu sinto que sou parte delas
E que elas são parte de mim






Depois de atravessarmos a via férrea, voltamos até encontrar o Colégio Militar e o contornamos para entrar no Grupo.




Fui recepcionado pelo Comandante que aguardava dois Oficiais Generais entre tantos outros convidados: O General Muniz, antigo membro do alto comando e que também Comandou este Grupo, e o General Leonel, Comandante da Artilharia Divisionária da 1ª DE em sua primeira visita.





A primeira visita de um novo Oficial General (ele foi promovido ao posto atual em 31 de março), a uma Organização Militar tem por tradição todo um cerimonial, Guarda de Honra e Salva de Gala.


Os Obuseiros de 105 mm estavam posicionados ao lado do campo de futebol e a Guarda de Honra, formada na entrada do Quartel.
 

O meu grito de guerra é montanha
Montanha responde o rochedo
Vencerei o inimigo com garra
Sou guerreiro que luta sem medo

 
O 4º GAC não estava completo. Uma Bateria de Pronto Emprego foi deslocada para Belo Horizonte para participar da segurança da Copa.



Mas, enquanto os convidados não chegavam e como eu chegara bem cedo, o Ten Cel Silva Rodrigues, levou-me a um giro para conhecer sua Unidade.


E mostrando o Pavilhão Escolar onde funciona o NPOR, apontou todo orgulhoso o CFS (Curso de Formação de Sargentos), o NPOR com 20 Alunos e o CFS com 90.

Escalando as paredes de pedra
Hei de ver a vitória chegar
E do alto contemplo o horizonte
A planície o planalto e o mar


Uma figueira centenária chamava a atenção no pátio amplo e bem arrumado.

 

Quando voltamos para a entrada, para aguardar o Comandante da AD/1 que já estava em Juiz de Fora, ainda fui brincar com o Mestre da Banda da 4º Brigada (Brigada 31 de Março sediada em J Fora), Tenente Ivan Pedro, se a Banda sabia tocar a bela Canção da extinta Artilharia de Costa.

  

Como Minas não tem mar imaginei que não soubessem. Qual não foi minha surpresa quando, ao começar o desfile, lá veio a Banda executando a mencionada canção. 

 

Começaram a chegar as autoridades e convidados. O General Marco Antonio Felicio, em seguida o General de Exército Luiz Seldon Muniz e em seguida, o General de Brigada João Batista Bezerra Leonel Filho, Comandante da AD/1.

 

O General Leonel chegou e foi recepcionado pelo Comandante da Guarda de Honra. Enquanto lhe eram prestadas as Honras Militares, a Bateria de Obuseiros em posição executava uma Salva de Gala.

E lutar bem mais perto do céu
Esta é minha nobre missão
Minha alma se eleva ao topo
A seguir os meus pés lá estarão

Em seguida, o General Leonel passou a Guarda de Honra em revista, parabenizou-a pela perfeita execução, e acompanhou o Ten Cel Silva Rodrigues até o Salão onde já estavam os convidados.



Depois, já no pátio interno, ocuparam o palanque diante da tropa para o prosseguimento da cerimônia.


Foi um dia cheio de alegrias e emoções, sem sombra de dúvidas. Mas a maior para este velho escriba foi ter encontrado seu antigo instrutor, na época – 50 anos atrás, Tenente, e agora, o Coronel Silvio Julio Homem de Carvalho.



Foi muito bom encontrá-lo em perfeita saúde, no alto dos seus 79 anos, ele também um ex-comandante do 4º GAC. 



Após as honras militares ao Comandante da AD/1, o General Muniz e o General Leonel, acompanhados do Comandante, colocaram flores no busto do Marechal Mallet, patrono da Arma de Artilharia.



Depois, os agraciados ocuparam seus lugares no dispositivo e o Comandante os premiou com um medalhão do Marquês de Barbacena.



Ouvimos o Poema Se, puxado por um Tenente e respondido por toda a tropa com intensa vibração.



E então, ouvimos as palavras do Tenente Coronel Silva Rodrigues sobre o Dia da Artilharia, e, em meio a sua fala, foi executada uma magnífica demonstração de tiro de Artilharia.




Ao final, a tropa desfilou em continência ao Comandante da AD/1 e foi servido um almoço.




No almoço ainda foram feitas algumas homenagens como a assinatura no livro do Marquês de Barbacena pelos agraciados com o Medalhão e, ao General Leonel, foi oferecido pelo Aspirante que comandara a Salva, um estojo de salva com uma placa alusiva a sua primeira Salva de Gala como Oficial General. 

 



 Mensagem recebida pelo Editor na manhã seguinte:
       
 
 
Prezado Artilheiro!
Cumprimento o irmão de Arma pela excelência da matéria publicada.
O Grupo Marquês de Barbacena agradece.
Forte abraço!
 

Silva Rodrigues - Ten Cel Cmt


http://www.sangueverdeoliva.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=512:4-gac-se-engalana-no-dia-da-artilharia&catid=13&Itemid=105&lang=en