Passado o primeiro turno das eleições e o fracasso na tentativa de chegar à reeleição, o prefeito Custódio Mattos (PSDB) iniciou a recomposição de seu
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Sueli Reis |
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Eduardo Schröder |
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Aristóteles Faria |
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Ivander Mattos |
secretariado. A volta de integrantes que deixaram cargos de confiança para participar da campanha tucana ou para lançarem-se como uma alternativa ao Legislativo já foi acertada. De nove nomes que foram exonerados por motivos eleitorais, entre secretários e subsecretários, seis reassumiram seus postos. Assim, Rodrigo Barbosa volta a responder pela Secretaria de Comunicação; Manoel Barbosa, pela secretaria de Governo; Vítor Valverde, pela Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SARH); Ivander Mattos, pela Subsecretaria de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Saúde; Sueli Reis, pela Secretaria de Atividades Urbanas (SAU) e Gustavo Vieira, pela Procuradoria Geral do Município.
Última das últimas a acertar seu retorno, Sueli teve sua nomeação publicada esta semana no Diário Oficial Eletrônico, assim como o do procurador geral do Município. A pouco mais de dois meses do término da atual gestão, a volta não deve ser motivo de comemorações. A responsável pela SAU integrou a lista de quatro nomes que deixaram a Administração para concorrer a uma das 19 cadeiras da Câmara. Os outros foram Eduardo Schröder (PSDB), que ocupava a superintendência do Procon Juiz de Fora; Aristóteles Faria (Toti Faria, DEM), à frente da Agência de Gestão Ambiental de Juiz de Fora (Agenda JF), além do subsecretário Ivander Mattos (PSDB). Sem sucesso nas urnas, os secretários também foram vitimados pelo alto índice de rejeição da atual gestão, que variou entre 34% e 51% nas três pesquisas realizadas no primeiro turno pelo Ibope, encomendadas pela Tribuna e pela TV Integração.
"Esse resultado demonstra uma coerência do eleitorado, que manifestou seu descontentamento com a atual gestão. A população mostrou que conhece secretariado. É natural que os nomes ligados à Administração tenham herdado essa rejeição. O mau desempenho nas urnas não é surpresa. Estranho seria o contrário", avalia Raul Magalhães, cientista político ligado à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Para ele, a rejeição de Custódio está mais relacionada a seu desempenho à frente do Executivo, do que quaisquer anseios por mudança e renovação pregados pelos candidatos Bruno Siqueira (PMDB) e Margarida Salomão (PT), que avançaram para o segundo turno. "Penso que essa grande rejeição seja em função de algumas metas que foram estabelecidas nas últimas eleições e não foram cumpridas."
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Prefeito Custódio Mattos (PSDB) |
Custódio somou 60.378 votos, o que representa 21% dos votos válidos, quase 55 mil a menos que Bruno Siqueira, que fechou o primeiro turno na primeira colocação, com 115.267. Entre os secretários que tentaram o Legislativo, o melhor desempenho foi de Toti Faria, que obteve o aval de 1.955 eleitores. Na sequência apareceram Sueli, com 1.933 votos; Schröder, com 1.335; e Ivander, com 640. Aquela que talvez tenha sido a única alegria do atual prefeito foi a reeleição de seu filho e vereador Rodrigo Mattos (PSDB). Se a rejeição à Administração não foi suficiente para tirar Rodrigo da Câmara, com 2.930 votos, a votação obtida pelo vereador, este ano, apresentou uma queda de 20% em relação à obtida nas eleições de 2008, quando somou 3.659 votos.
PSDB prestigia prefeito nos bastidores
Embora Custódio Mattos ainda não tenha declarado publicamente quais seus anseios políticos após deixar a Prefeitura e já tenha insinuado que não pretende voltar a disputar o cargo de chefe do Executivo, seu nome e liderança parecem inalterados dentro do braço local do PSDB. Nos bastidores, os tucanos apostam em uma nova empreitada do prefeito nas urnas já em 2014, com uma candidatura a deputado estadual. Cientista político da UFJF, Raul Magalhães também não acredita que o revés do último dia 8 seja definitivo para comprometer o futuro de Custódio na vida pública.
"É cedo para se tirar qualquer conclusão, ou falar que o resultado deste pleito compromete as aspirações de Custódio ou das pessoas ligadas a ele. Primeiro, é preciso saber ao certo quais são suas aspirações. Caso se lance deputado federal nas próximas eleições e não tenha uma boa votação, ficará clara uma conexão com o resultado deste ano. Vale lembrar que, para os políticos profissionais, perder uma eleição é algo normal. Basta lembrar o ex-presidente Lula, que antes de chegar a Presidência foi derrotado em diversos pleitos."
Desprestígio
O fracasso da atual gestão nas urnas tem interferido até mesmo nas negociações entre partidos da base governista municipal e os candidatos que avançaram ao segundo turno. Na última segunda-feira, Bruno Siqueira rechaçou um possível apoio do secretário de Administração e Recursos Humanos e presidente do braço local do PDT, Vítor Valverde. Na ocasião, Bruno reforçou que "não vai manter nenhum secretário da atual administração".