sábado, 28 de agosto de 2021

XXXIII CORRIDA DUQUE DE CAXIAS EM JUIZ DE FORA

 


O 4° Grupo de Artilharia de Campanha Leve organizou a XXXIII Corrida Duque de Caxias, que ocorreu no dia 22 de agosto, no Campo de Instrução de Juiz de Fora. Com um percurso de 9,3 km através campo, a Corrida Duque de Caxias, em 2021, faz parte das Olimpíadas da Brigada de Montanha. A prova contou com a participação das equipes das organizações militares da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha (4ª Bda Inf L Mth), totalizando 48 atletas.


Na competição nível unidade, sagrou-se campeã a equipe do 11° Batalhão de Infantaria de Montanha, de São João del-Rei. Foi vice-campeã a equipe do 10° Batalhão de Infantaria Leve de Montanha, de Juiz de Fora. Na competição nível subunidade, sagrou-se campeã a equipe da 4ª Companhia de Comunicações Leve de Montanha, de Belo Horizonte, e foi vice-campeã a equipe da Companhia de Comando/4ª Bda Inf L Mth.


Fonte e fotos: 4° GAC L Mth

Solenidade de Passagem do Comando de Operações Especiais

 


O presidente Jair Bolsonaro participa, em Goiânia (GO), da Solenidade de Passagem do Comando de Operações Especiais. O General de Brigada Carlos Alberto Rodrigues Pimentel substitui o General de Divisão Gustavo Henrique Dutra de Menezes.

Guerra do futebol - Por Otávio Santana do Rêgo Barros

 


Nos acostumamos a metáforas futebolísticas para tudo. Somos a pátria da chuteira, reis do futebol, cinco vezes campeões do mundo e maior celeiro de jogadores.

É natural valer-se dessa figura de linguagem para comentar o entrechoque dos poderes constituídos da República. Uma confusão que assumiu proporções inaceitáveis, avessas ao que se deseja de serenidade para o país.

Estavam em campo as equipes do Executivo Esporte Clube e Clube de Remo Supremo. O juiz era do quadro de árbitros do poder legislativo, cuidadoso órgão redator das regras do jogo.

Com tantas provocações, veio à lembrança o conflito conhecido como “guerra do futebol”. Uma escaramuça entre Honduras e El Salvador iniciada por desavenças nas eliminatórias para a Copa do Mundo do México. Cem horas de caos.

As partidas entre os times do Supremo e do Executivo sempre foram duras batalhas. Nessa, a pandemia impediu os torcedores de assistirem ao jogo final dentro do estádio. Nos arredores, houve choques entre grupos rivais, com cenas de inaceitável violência, contidos pela polícia militar. Comentaristas tinham dúvidas sobre a capacidade dos órgãos de segurança pública de controlar o ambiente.

Com a bola rolando, um zagueiro do Supremo dividiu com firmeza e atingiu o tornozelo de um jogador adversário. Os ânimos se exaltaram. Cartão amarelo, chamada de atenção aos capitães dos times e um alerta: o próximo será vermelho.

O revide foi violento. O centroavante do Supremo sofreu um carrinho e teve a perna lacerada pelas travas das chuteiras do goleiro do Executivo. O árbitro sacou o cartão vermelho, expulsou o agressor e marcou a penalidade máxima.

Começou um empurra empurra, comissões técnicas trocaram desaforos. O juiz, incapaz de conter o tumulto, correu para o vestiário e encerrou a partida.

Na súmula, sequer relatou a confusão. Não queria se comprometer. Todos que assistiam pela TV não entenderam a leniência. Viram as claras infrações das regras do fair-play.

Os juízes do VAR também não avaliaram prontamente a dimensão do ocorrido e as consequências para a disputa. Silenciaram diante do entrevero.

Deveriam atuar, pois representam a sociedade não extremada. As instituições apartidárias. Os órgãos com funções de Estado. Exigem alinhamento à sadia convivência entre poderes e, principalmente, à consciência de bem servir para a estabilidade social.

O jogo foi um péssimo espetáculo. O conflito não ficou restrito às quatro linhas do Monumental da Democracia. Espalhou-se como fogo em campo seco. Ocorreram invasões das sedes dos clubes, quebras de vitrines, impossível relativizar.

Uma ficção, por certo, mas com possibilidade de tornar-se realidade.

Caso os profissionais desse jogo não atuem dentro da legalidade e com equilíbrio emocional, nos escapará a chance de vencermos o campeonato da democracia – no qual ganhar ou perder é reflexo da boa e justa discussão de ideias.

Não carrego dúvidas quanto ao desejo da maioria da sociedade, mesmo dos torcedores das equipes em confronto: NÃO a uma nova “guerra do futebol”. A polarização de momento exige evitá-la.

A persistir a MARCHA DA INSENSATEZ, termo da Bárbara Tuchmann, com a cegueira que impede os duelistas de avaliarem o desastre de seus comportamentos, a solução é o VAR interferir no processo. Chamar ao vestiário do diálogo os envolvidos e solicitar impositivamente que voltem ao jogo sob as regras vigentes. Os que se recusarem serão banidos do torneio.

O agir é premente. O controle das torcidas não está nas mãos dos cartolas. A dinâmica é historicamente conhecida. A massa está sendo manipulada. Pedir moderação é quimera. Alguns dirigentes nunca trabalharam com ela. Diálogo quando possível, ações firmes quando necessárias: é o que nos resta. Além disso, a incerteza.

Paz e bem!

Otávio Santana do Rêgo Barros. General de Divisão R1

OPERAÇÃO ACOLHIDA - MILITARES DA 4ª BRIGADA DE MONTANHA SEGUEM PARA RORAIMA


 A 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, sediada no Bairro Mariano Procópio, região Nordeste de Juiz de Fora, enviará cerca de 120 homens e mulheres para atuarem na Operação Acolhida, em Boa Vista (RR). A operação é destinada a recepcionar e apoiar os imigrantes que ingressam no país pela fronteira a partir da Venezuela. De acordo com agências da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de cinco milhões de venezuelanos já deixaram o país desde 2018, e o Brasil é considerado o 5º maior destino dessa população.

A 4ª Brigada é responsável por quarteis de Juiz de Fora, Belo Horizonte, São João del-Rey e Petrópolis (RJ). Dos 120 militares, 45 são de unidades de Juiz de Fora. Todos passaram por um processo de seleção, onde foram avaliados o perfil profissiográfico e a higidez física.

Posteriormente, foram vacinados contra diversas moléstias e o coronavírus.

Eles começam a atuar no dia 3 de setembro e integram o 12º Contingente da Força-Tarefa Logística Humanitária.

Apoio à família

Neste sábado (28), o Comando da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha realizará uma formatura de despedida dos militares. Como a participação em missões dessa natureza, que implica em um afastamento temporário da cidade em que reside, de cerca de 5 meses, podendo ser prorrogado por mais um mês, a Seção de Assistência Social da Brigada de Montanha desenvolve um programa específico de apoio aos militares e suas famílias que permanecem em Juiz de Fora,

O trabalho conta com uma equipe multidisciplinar, com apoio de saúde, psicológico e administrativo.

https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/27-08-2021/exercito-militares-de-juiz-de-fora-seguem-para-roraima-na-operacao-acolhida.html

terça-feira, 24 de agosto de 2021

NOTA DE PESAR - MORRE A QUERIDA MILOCA

 

Foto: Fernando Priamo

Quando era Gilmara, sentia falta de ser Miloca. Agora, Juiz de Fora sentirá falta de ambas. A artista, instrumentadora cirúrgica e professora Gilmara Delmonte morreu, no último domingo (22), aos 65 anos. Natural de Pirapetinga (MG), Gilmara fez-se notável popularmente como a irreverente boneca Miloca, do projeto social Doutores do Amor. O grupo visitava recreativamente pacientes em leitos de clínicas, hospitais e asilos para levar amor, amparo e carinho. Gilmara deixa os filhos Romara e Romeu Delmonte. A causa da morte, bem como horário de velório e sepultamento, não foram informados.

Foto: Arquivo pessoal do editor

A mãe, conta Romeu Delmonte, deixa a lição de vida de levar amor e alegria para todo mundo. “Ela veio para esta vida para contagiar as pessoas com o máximo de amor, carinho e alegria. Ela fazia isso com os frentistas do posto de gasolina pelo qual passava, com os mais próximos, como parentes e conhecidos, e também nos hospitais, com os mais necessitados. Preocupava-se sempre com o outro.” Com as restrições sanitárias da pandemia de Covid-19, os abraços deixaram de ser físicos para ser de alma, acrescenta Romeu.

Como já detalhou à Tribuna, Gilmara conheceu o voluntariado ainda na infância na cidade natal, onde o pai era prefeito. Sempre o acompanhava em várias atividades. Quando se mudou para Juiz de Fora para estudar, aos 15 anos, as visitas a asilos eram um subterfúgio para compensar a distância da família. Gilmara virou Miloca “há mais ou menos 20, 30 anos”, diz Romeu. “Enquanto instrumentadora cirúrgica, entre um turno e outro visitava os pacientes que já conhecia no hospital.” O trabalho tornou-se uma organização não-governamental ao lado de voluntários no Doutores do Amor.

Uma vida vivida para os outros

Adriana Couto, a Doutora Drica, trabalhava junto à Miloca no Doutores do Amor desde 2015. “Foi uma honra ter convivido com a Miloca nos últimos anos”, emociona-se. A princípio, quando pediu para fazer parte do grupo, não havia vagas. “Depois de um ano, Miloca entrou em contato e perguntou se eu ainda estava interessada. A nossa relação desde então foi se estreitando. Eu tenho muitas, muitas lembranças com a Miloca.” A vida dela, ressalta, era sempre em função de ajudar o próximo. “Se precisasse, ela tirava a roupa do próprio corpo para vestir outra pessoa. Várias vezes em restaurantes ela dava o que pedia para moradores em situação de rua.”

Doutora Drica, por fim, foi uma das pessoas mais próximas de Miloca nos últimos anos. Nasceu no voluntariado uma grande amizade. “Gostava de Miloca como se fosse a minha mãe e também percebia que ela gostava de mim como se fosse sua filha”, diz Adriana. “Éramos muito próximas, muito amigas, de todas as horas.” Ela despertava nas pessoas próximas o que tinham de melhor, acrescenta Doutora Drica. “Sou outra pessoa hoje graças à Miloca, graças ao trabalho dela. Aprendi a ver a vida, os momentos, com outros olhos.”

Cada dia um presente
Por dois anos, Lisa Consuelo foi uma das voluntárias do Doutores do Amor. “Aprendi demais com a Miloca. Ela foi uma pessoa que mudou a minha vida. Ela me fez ter uma perspectiva, uma percepção das coisas de outra forma, com generosidade, gratidão, amor ao próximo”, afirma. Uma das últimas mensagens públicas de Miloca foi em uma de suas redes sociais após doação ao Instituto Oncológico. “Cada pessoa que amamos é um achado. Cada momentos juntos é um tesouro. Cada dia de vida que temos é um presente.”

https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/23-08-2021/morre-aos-65-anos-gilmara-delmonte-a-miloca.html

COMEMORAÇÃO DO DIA DO SOLDADO EM JUIZ DE FORA

 


segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Oradores inconsequentes - Por Otávio Santana do Rêgo Barros

 


O filósofo e sacerdote jesuíta Antônio Vieira, renomado orador, preencheu magistralmente o vazio literário do Brasil no século 17 com clássicos sermões. Suas falas, dirigidas a um público hipnotizado, envolviam um perfeito português e uma justa harmonia entre as ideias. Vez por outra, emboscava os ouvintes. “Maldito seja o pai, maldito seja o filho, maldito seja o espírito.” Uma pausa inesperada, um suspiro prolongado, um olhar ardiloso. “Essas, meus irmãos, são as palavras mais proferidas nas profundezas do inferno.”

Para comunicar é preciso propósito, estratégia. Identificar o público e conquistá-lo. Convencer a convencidos não é comunicação. É fala modorrenta, irrelevante. Nos discursos para cerimônias do Exército, a autoridade define a linha mestre da mensagem, um assessor a constrói em rascunho. O texto é submetido a outras autoridades que aportam ideias, contestam as formuladas, colaboram no encaixe da mensagem ao público e ao momento.

Falas de chefes militares têm reflexos. Precisam ser ponderadas. Palavras lançadas ao vento, não voltam atrás. O discurso se apoia no fato histórico que motiva a alocução, com o cuidado de não suscitar qualquer dúvida quanto ao papel legal e institucional assumido pela autoridade, a nome da Força.
Sábado passado (14/8/21), ocorreu a cerimônia de entrega do espadim, símbolo de honra, portado por cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Olhar focado no futuro, impulsionado nos exemplos do patrono: o Duque de Caxias.

O comandante da Aman proferiu um elegante e, ao mesmo tempo, emocionante discurso. Assumiu, diligentemente, o papel esperado de um líder devotado, a conduzir jovens, homens e mulheres, para um compromisso de vida. Perfilado abaixo da frase esculpida na parede do Pátio Marechal Mascarenhas de Moraes: “Ides comandar, aprendei a obedecer”, ele assim se expressou. Sobre o patrono: “...em tempo algum viu-se ofuscado por traços de prepotência, arrogância ou revanchismo”.

Sobre a servidão militar: “... aceitem, incondicionalmente, o encargo de construir o destino de grandeza do país e do nosso Exército, unindo-se, em definitivo, à ética por nós professada e à mentalidade homogênea que mantém nossa Força monolítica.” Sobre dever coletivo: “... não há registro de exército vitorioso sem homens abnegados, que aceitem sorrindo subordinar suas aspirações pessoais aos interesses do grupo.”

E, ao concluir: “... num mundo que se transforma com rapidez maior do que a capacidade de adaptação às novas realidades e onde o relativismo parece haver se tornado a constante, é provável que encruzilhadas surjam em seus caminhos ... não hesitem em recorrer aos nossos códigos, aos nossos valores e às nossas mais caras tradições”.

De cadete a general leva-se mais de 30 anos. Incorporam-se, na caminhada, o espírito de camaradagem e de lealdade, lado a lado com a ética e a moral, com a hierarquia e a disciplina. Enquanto cadetes, aprendem que é pecado mortal ofender a sacralidade dos valores professados pelo Exército. Incorporam o conceito pétreo de Instituição de Estado. Sabem que a missão está cinzelada no Art. 142 da CF/88, sem nenhum outro adendo que a desconstrua.

É justo, portanto, em momentos de incertezas, trazer-vos esse tema, apontar que, há muito, a “política do Exército” derrotou a “política no Exército”. É como no poema de Brecht: “Que a suave água em movimento com o tempo vence a pedra poderosa”.

Não há possibilidade de interseção entre o suave “do” e o poderoso “no”. Quem tenta promovê-la mostra-se escravo da desilusão moral, da concupiscência. Se consome na empáfia temperada na subserviência. A condição de servir como administrador da violência em nome do Estado, por demanda exclusiva da sociedade, não cabe recurso. Transitou em julgado, requer total dedicação a quem se serve.

Depressa, a sociedade precisará assumir a responsabilidade intransferível pela construção da estrada que levará de jovens cadetes a profissionais maduros a ombrear com cidadãos não fardados na caminhada rumo ao objetivo permanente da nação: a paz e o desenvolvimento sociais. Aqueles que teimam em se posicionar contra aquela servidão, que não lancem palavras ao vento.

Vivo, o Padre Vieira curvar-se-ia ao discurso do comandante, mas olhar-vos-ia, oradores inconsequentes, com ironia e pena. “Perdoai-vos Senhor, eles não alcançam o que dizem e fazem!”

Paz e bem!

General de Divisão R1