quinta-feira, 25 de março de 2021

A MÍSTICA - POR OTÁVIO SANTANA DO RÊGO BARROS

 


Diversas forças armadas, mundo afora, possuem em suas estruturas organizacionais agrupamentos de tropas e equipamentos destinados ao cumprimento de missões com características distintas das convencionais.

Seus integrantes são reconhecidos por suas habilidades técnicas, disposição inabalável de cumprimento do dever e, não raras vezes, pela aceitação do sacrifício de suas próprias vidas.

Os mais aficionados estudiosos do tema os conhecem como tropas especiais. Apenas como referência, citamos os SEALS nos Estados Unidos, os SAS no Reino Unido, os SPETSNAZ na Rússia, os GUERRA NA SELVA e os FORÇAS ESPECIAIS no Brasil. E, de uma maneira geral, os paraquedistas em todas as forças armadas.

Esses grupos adquirem as capacidades física, emocional e intelectual que os habilitam a serem infiltrados na retaguarda inimiga em missões pontuais, isoladas, que exijam muita determinação, audácia e adestramento, em benefício do conjunto.

O resgate de reféns em Entebe, por forças israelenses; a operação “Market Garden”, na Segunda Guerra Mundial; e o sacrifício francês em Dien Bien Phu são exemplos clássicos de operações desenvolvidas por esses especialistas.

No Rio de Janeiro, uma cobertura televisiva maciça, mostrou ao público mundial a Brigada de Infantaria Paraquedista executando o cerco e o investimento aos complexos do Alemão e da Penha, na crise de segurança pública em 2010.

Essas tropas incorporam uma mística cunhada e preservada ao longo do tempo com o intuito de potencializar o espírito de corpo e, ao mesmo tempo, gerar instabilidade nos potenciais adversários.

Os ingleses, quando da operação de retomada das Ilhas Malvinas, em 1982, sobressaíram a incorporação de batalhões Gurkhas no desembarque, ressaltando a habilidade desses lendários soldados no emprego das facas Kukry, particularmente durante os combates aproximados. Mística centenária que gerou receio aos adversários instalados nas trincheiras geladas da região.

Depreende-se, portanto, que essas organizações não podem nem devem abdicar de treinamento contínuo, severo e aplicado para o cumprimento de seus propósitos operacionais. Não há tempo para tergiversações não profissionais.

O ajuntamento de pessoas no último domingo (21.03.21), ao longo da avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, identificados pelos meios de comunicação como paraquedistas em desfile para homenagear autoridade, não pode ser relacionado às tropas especiais brasileiras e às suas místicas.

Eram cidadãos, no exercício dos seus direitos de ir e vir, ainda que afrontando normas sanitárias legais vigentes na ocasião, que decidiram pelo pitoresco encontro dominical. 

Que se afaste de pronto qualquer tentativa de relacioná-los com o Exército Brasileiro.

O Exército é uma instituição de Estado e constantemente assevera esse conceito para mais amalgamá-lo junto à população brasileira. Ele não referendou, nem referendará atitudes que afrontem, por seu posicionamento, a estabilidade, a legalidade e a legitimidade junto à nação brasileira. Age, como consequência dessa postura, no total acatamento aos ditames constitucionais.

A política do Exército vem prevalecendo sobre a política no Exército com a firme e sensível condução dos atuais chefes militares, herdeiros de nobres tradições e sólidos exemplos. 

Acredito, em foro íntimo, que declarações políticas que tentem tragar a Instituição, sofrem claro e forte repúdio da maioria de seus integrantes, já imunizados contra essa cantilena, em especial nos momentos tão sensíveis pelos quais o país ultrapassa de crise pandêmica.

Estaremos sempre prontos a compartilhar com a sociedade o nosso preparo técnico-profissional reconhecido, de há muito, como politicamente isento e socialmente abrangente. Prisioneiros de um único adágio: serviremos com grandeza ao povo brasileiro.

Paz e bem! 

Otávio Santana do Rêgo Barros 

General de Divisão R1

10º BATALHÃO DE INFANTARIA LEVE DE MONTANHA COMEMORA ANIVERSÁRIO DE 272 ANOS

 


Em 17 de março, no 10º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha (10º BIL Mth), ocorreu a formatura em que foi comemorado o aniversário de 272 anos de criação da 5ª organização militar mais antiga do Exército Brasileiro, comandada pelo Tenente-Coronel Luis Felipe Moraes Daltro Campos.


A solenidade foi presidida pelo Chefe do Departamento-Geral do Pessoal (DGP), General de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, em visita de orientação técnica (VOT) à Guarnição de Juiz de Fora, e contou ainda com a presença do Comandante Militar do Leste, General de Exército José Eduardo Pereira, do Comandante da 1ª Divisão de Exército, General de Divisão Kleber Nunes de Vasconcellos, do Comandante da 4ª Região Militar, General de Divisão Jorge Antônio Smicelato, do Gerente do Projeto EB S@úde, General de Divisão R1 Altair José Polsin, e do Comandante da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, General de Brigada João Felipe Dias Alves. 


Todo o evento seguiu as normas e recomendações adotadas para o combate e prevenção à covid-19.


Fonte: 10º BIL Mth

Fotos: 3º Sgt Patrocínio e Sd Wendell

terça-feira, 23 de março de 2021

VOCÊ CONHECE O GEN SILVA E LUNA? NÃO? ENTÃO CONHEÇA, VAI SE EMOCIONAR.

 

Rubens Fraulini/Itaipu Internacional/Reprodução


ARMAS EM FUNERAL - SUBTEN PAULO CAMPISSI


Nos deixou hoje, 
vítima de um infarto fulminante em sua residência, o nosso querido e estimado amigo ST Paulo Campissi , um eterno apaixonado pelo 4º GAC L Mth, onde prestou seus excelentes serviços como chefe da Oficina Mecânica por muitos anos.

Campissi era de uma alegria a toda prova, tudo poderia estar desmoronando que ele estava otimista e confiante.



Vai deixar muita saudade àqueles, assim como eu, que tiveram a honra e o prazer de trabalhar e conviver com ele.

Mas, segue para sua nova morada feliz, pois vai se reencontrar com sua amada esposa e amiga inseparável, nossa querida amiga Terezinha, que nos deixou em 2009. Onde estava Paulo Campissi, lá estava a Terezinha...


Vá em paz meu amigo, missão cumprida.

O sepultamento estará ocorrendo hoje às 17h, no cemitério Parque da Saudade, sem velório.



segunda-feira, 22 de março de 2021

EFEITO BACKFIRE - POR OTÁVIO SANTANA DO RÊGO BARROS

 


Há poucos dias, recebi indicação para leitura do artigo “Por que você não deveria argumentar com radicais – o efeito backfire (blogs.unicamp.br/covid-19/) produzido pelo cientista político Davi Carvalho da UNICAMP. Gostei!

Trata-se de um trabalho na área da psicologia social no qual o autor discorre sobre a dificuldade de convencer pessoas extremadas a mudar de posição.

Pesquisas acadêmicas revelam que esses indivíduos, ao serem confrontados com uma realidade da qual discordam, tendem a assumir um comportamento mais radical em defesa de suas ideias. “As pessoas frequentemente ignoram informações novas que as contradigam, argumentam contra ou descartam suas fontes para manter crenças já existentes”. (David Redlawsk)

A reação psicológica ficou conhecida como efeito backfire. O autor esclarece que “não é fruto de ignorância ou burrice”, trata-se de um reflexo do chamado raciocínio motivado - forma de pensar na qual elegemos tão somente as evidências que nos confortam para chegar-se a uma conclusão à qual já tínhamos optado de antemão.

A teoria ajuda a compreender as defesas apaixonadas de posições polarizadas com as quais parte de povo acredita e declara amor ou ódio aos agrupamentos políticos de ocasião. 

Carl Sagan afirmou que as crenças não se baseiam em evidências, mas em uma profunda necessidade de acreditar. Acreditar em qualquer coisa embalada com laço colorido nas cores de preferência.

Quando posturas reacionárias tomam o rumo de escolhas políticas, como soe acontecer no Brasil, adentra-se em um campo de batalha onde os digladiadores, se sobreviverem, sairão com sequelas irreversíveis.

O fato novo – possibilidade de o ex-presidente Lula concorrer às eleições do próximo ano – agitou os grupos a favor e contra, empurrando-os ainda mais para os polos de suas posturas políticas e ideológicas.

Do baralho eleitoral, os valetes que despontam mais robustos são o atual e o ex-presidente. Natural que o sejam, trazem a força do cargo associado ao uso da caneta executiva ou do emocional de tempos passados.

É fácil desfiar um rosário de maus feitos e atribui-los a cada um deles, às vezes aos dois ao mesmo tempo. Segundo a teoria, seria “tiro no pé”. Apenas reforçaria o raciocínio motivado de cada grupo, já antecipadamente decidido por lutar pelo sufrágio de seus mitos.

O professor Carvalho ilumina uma possibilidade de enfrentar a tese inicial e prefiro usá-la como tábua de salvação. Convencer os indecisos, valendo-se de argumentação qualificada. 

As últimas pesquisas de intenção de voto (verdade que perderam, no mundo todo, parte da confiabilidade) trazem uma disputa cabeça a cabeça entre os dois preferidos. Ressalve-se, o somatório das intenções desses valetes, não ultrapassa a quantidade de intenções atribuídas aos outros contendores. Para tratar apenas de matemática...

Muitas pessoas que no último pleito depositaram suas esperanças naquele que refletia as aspirações de contestação ao governo da esquerda estão órfãs pelas posturas tomadas pelo governo da direita. 

Procedimentos iguais, sinal trocado!

Elas aceitariam de bom grado alguém que assuma o papel de aglutinador, que as acolha com projetos equilibrados e que as faça voltar a ter esperança.

Se essa tese que se avoluma em parte da sociedade encaminhar-se de forma adequada, aparecerão outros valetes para qualificar a disputa democrática, dignos de cooptar a predileção dos não impactados pelo raciocínio motivado.

Nobres valetes, tomem como estímulo o pensamento de Gandhi: “se tiver fé em que serei capaz de fazê-la, adquirirei certamente a capacidade de realizá-la, mesmo se não a possuía ao começar.”

Tenham fé. Vocês são capazes. Nos acreditamos!

Paz e Bem!

Otávio Santana do Rêgo Barros

General de Divisão R1

A GENTE VAI EMBORA E FICA TUDO AÍ. ASSISTA AO VIDEO, VAI SE EMOCIONAR

 




domingo, 21 de março de 2021

ARMAS EM FUNERAL - SGT ADALBERTO FRANCISCO SANT'ANA

 

Sgt Adalberto, no ano de 2019, foi o mestre da banda e em um vídeo em Passo Fundo, que viralizou no país inteiro, em homenagem aos pracinhas demonstrou o grande companheiro que era!