Os trabalhos que investigam uma suposta pirâmide financeira na empresa Mister Colibri, em Juiz de Fora, serão realizados em conjunto entre as polícias Civil e Federal a partir de agora. Este foi o acordo firmado entre a delegada Mariana Veiga, da 7ª Delegacia Distrital de Polícia Civil, e o delegado Humberto Brandão, da Polícia Federal. O encontro entre os dois aconteceu a portas fechadas, na tarde de ontem, no gabinete do promotor de Defesa do Consumidor, Plínio Lacerda. Ambos saíram do local cerca de uma hora após o início da reunião e não revelaram outros detalhes sobre as investigações.
Na delegacia em Santa Terezinha, não aconteceu o esperado depoimento do principal suspeito de comandar o suposto esquema na cidade. De acordo com Mariana, apenas o advogado dele esteve no local e informou que seu cliente não está em Juiz de Fora e irá se pronunciar apenas na próxima semana.
Sobre as supostas vítimas, Mariana informou que estão sendo ouvidas cerca de 40 pessoas por dia. Ontem a Tribuna encontrou um veículo com adesivo da Mister Colibri com placa de João Monlevade na cidade. Conforme a delegada, ela tem sido procurada por prováveis vítimas de outros municípios. "Já vieram até de Belo Horizonte. Outras telefonam para a delegacia, buscando orientações. É importante esclarecermos que não há a necessidade de essas pessoas se deslocarem até Juiz de Fora. As denúncias podem ser registradas na delegacia de Polícia Civil do próprio município."
Pessoas de outros municípios que se dizem lesadas também continuam entrando em contato com o jornal, por meio de telefone ou e-mail. Depois de prováveis vítimas de Fortaleza (CE), Niterói (RJ) e João Monlevade, ontem foi a vez de uma pessoa de Cabo Frio (RJ) se pronunciar. A pessoa pediu para não ser identificada, mas disse que investiu R$ 12 mil na empresa e, há dois meses, não recebe qualquer quantia.
O caso
A suposta pirâmide financeira, que teria uma empresa representante na cidade para auxiliar associados, a Dream Team Brasil, foi desmantelada em uma operação da Polícia Civil na última segunda-feira. Na ocasião, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, na casa do principal suspeito, em uma revendedora de veículos de luxo e no escritório da empresa. O número de pessoas que teriam sido lesadas no município ainda não é conhecido. Os produtos apreendidos durante a operação ainda não foram catalogados, mas entre eles há joias, relógios, máquinas fotográficas, notebooks e equipamentos eletrônicos.