sexta-feira, 12 de março de 2021

Água na canela - Por Otávio Santana do Rêgo Barros

 


Nunca tive receio das checagens realizadas pelas equipes de migração, qualquer que fosse o país. A única vez que precisei aguardar um pouco mais para aprofundar as minhas repostas foi por um motivo pitoresco. 

Estava chegando com minha família no aeroporto em Nova Iorque. Levava dois vidrinhos de azeite de dendê. Um pedido de amigos carentes deste ingrediente tão específico da culinária baiana. 

Ao ser questionado pelo agente de migração se levava algum produto que pudesse infringir as normas sanitárias daquele país, tendo dúvidas, informei que levava azeite de dendê.

Eis o problema, como se fala dendê em inglês? Expliquei do que se tratava, o agente foi ao Google e fez-se a luz. Chegou a ser engraçado. Em seguida, fui liberado.

Hoje, com a deterioração da imagem que o nosso País carrega no exterior, estamos praticamente impedidos de retomar esses eventos em família. O meu passaporte será alvo de um alerta nas telas dos computadores por ter sido emitido pelo governo brasileiro?

Como somos vistos lá fora? Potenciais vetores da perigosa variante P1 da Covid-19? Um dos países que pior se comportou no embate contra a pandemia? 

A resposta será sim a todas essas perguntas. 

Fomos inseridos, por diversos governos estrangeiros, nas listas restritivas de viajantes que devem submeter-se a rigorosa quarentena antes serem liberados para o trânsito normal. 

Lá fora, aqueles que sempre nos olharam com admiração como o berço do carnaval, do futebol arte, da bossa-nova, da alegria estão apavorados com o que se passa por aqui.

Os jornais de todo o mundo circulam mostrando as festas clandestinas. Não importa se na comunidade ou na zona nobre das grandes cidades. 

Comentam em primeira página a falta de liderança para executar um plano minimamente capaz de prover nossa população das vacinas salvadoras. Ou, as afrontas a provas científicas corroboradas em grande universidades e centros de pesquisas.

As análises dos nossos governantes não ultrapassam o nível da água na canela (jargão militar para indicar pouco aprofundamento no estudo das condicionantes que levem à decisão).

As portas do mundo se fecharão a todos nós, tanto mais, quanto mais formos inconsequentes no enfrentamento da pandemia.

Imagino que nos identificam como os anjos da destruição, portadores da estrovenga que ceifará suas vidas. 

Domingo (07 de março), uma comitiva brasileira com status diplomático, em visita ao Estado de Israel, foi admoestada para adequar-se às normas sanitárias deveras rigorosa daquele País. Uso obrigatório de máscara, exame PCR com 72 horas de antecedência, impedimento de circular livremente, distanciamento, cumprimento com cotovelo.

Quando o medo nos domina, nos fechamos em copas. É compreensível a conduta protetiva de tantos governos para impedir novas ondas de infectados e em consequência de mortos pelo SARS-Cov-2, da COVID 19. 

O que não pode ser admitido é o nosso modo de agir em sociedade. Não somos membros de uma seita (lembrei-me do episódio com o fanático reverendo Jim Jones), na qual um líder nos convence da grandeza do suicídio (metafórico ou real) e aceitamos seguir em fila indiana para o abate.

Se a importante questão sanitária não é compreendida na devida dimensão por nossos governantes, que meditem sobre o texto do Jornalista Demétrio Magnoli: “a balança geopolítica tenderá a se inclinar para o lado das sociedades imunizadas, que poderão reabrir, com segurança, as suas economias e as suas fronteiras.”

Uma nova Era aflorará pós-pandemia. Os conceitos políticos, econômicos, militares, psicossociais e diplomáticos se ajustarão drasticamente aos novos tempos. 

Na segunda Guerra Púnica, o General cartaginês Aníbal exortou seus subordinados, na (im)possível travessia dos Pirineus e dos Alpes com elefantes de combate: “ou acharemos o caminho, ou então o construiremos.” 

Será preciso reunir tal determinação para achar ou construir nosso caminho. E, sobretudo, decidir, em momento tão adverso, que os elefantes velhos e viciados não farão a travessia. Não temos opção. Não podemos ser mais párias do que já aceitamos ser.

Paz e Bem!

Otávio Santana do Rêgo Barros

General de Divisão R1

Tenente do Exército morre em tentativa de assalto na Zona Norte do Rio


Tenente do Exército morre em tentativa de assalto na Zona Norte do Rio
João Pedro Fontaine Manso, de 25 anos, foi abordado na Rua Ramiro Magalhães, uma das saídas da Linha Amarela. Ele reagiu e conseguiu matar um dos assaltantes, mas acabou atingido e também morreu.

Luiza Silvestrini e Marcelo Victor, Bom Dia Rio


O tenente do Exército João Pedro Fontaine Manso, de 25 anos, foi morto na noite de quinta-feira (11) durante uma tentativa de assalto na Rua Ramiro Magalhães, uma das saídas da Linha Amarela para o Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio.
Testemunhas informaram que o militar, do Batalhão de Infantaria de Petrópolis, foi abordado por dois criminosos quando parou o carro em um sinal. João Pedro reagiu e chegou a balear um dos assaltantes, mas também acabou atingido e não resistiu.


O assaltante baleado morreu no local. O outro fugiu.


“Pediram para ele sair do veículo, mas ele demorou. Começaram a gritar que iriam matá-lo”, narrou uma testemunha.


“Quando ele desceu, um deles [assaltantes] gritou que ele estava armado, e então houve uma luta corporal”, prosseguiu.


“Foi bem agoniante, porque teve muitos tiros, e os dois foram para cima dele. Depois os dois correram, e ele, aparentemente baleado, tentou entrar no veículo”, emendou.


Na madrugada, o Disque Denúncia divulgou um cartaz oferecendo uma recompensa de R$ 5 mil para quem der informações que levem à prisão do assaltante que conseguiu escapar. Veja como ajudar:

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/03/12/tenente-do-exercito-morre-em-tentativa-de-assalto-na-zona-norte-do-rio.ghtml

PJF busca apoio do Exército no atendimento aos pacientes com Covid-19

 


A prefeita Margarida Salomão (PT) e a secretária de Saúde Ana Pimentel se reuniram com o comandante da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, general João Felipe Dias Alves, na última quarta-feira (10), para solicitar o acesso dos pacientes com Covid-19 da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) aos leitos do Hospital Militar em Juiz de Fora.

De acordo com a assessoria da Prefeitura, o general se comprometeu a repassar o pedido ao comando do Exército Brasileiro, mas explicou que as vagas do Hospital Militar se encontram reservadas para o uso dos militares.

Procurada pela Tribuna, a assessoria da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha não deu detalhes sobre a possibilidade de uma parceria entre a Prefeitura e o Exército, mas destacou o trabalho que vem sendo realizado no combate à pandemia. ” Todas as Organizações Militares da Brigada têm seguido os protocolos de segurança, inclusive restringindo a realização de atividades em grandes grupos e solenidades”, declarou em nota.

“O general Felipe destacou (durante a reunião) que o Exército vive o momento de incorporação dos novos militares, para os quais tem sido direcionado todo o suporte e atenção, a fim de garantir as condições adequadas de formação – com a adoção de todas as medidas de prevenção, controle e distanciamento – de forma a preservar e proteger seus integrantes e toda a população juiz-forana.”

https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/11-03-2021/pjf-busca-apoio-do-exercito-no-atendimento-aos-pacientes-com-covid-19.html


segunda-feira, 8 de março de 2021

Não ataque morro acima - Por Otávio Santana do Rêgo Barros

 


Uma nuvem carregada verte incertezas sobre nossos destinos. Os dramáticos acontecimentos sanitários destas últimas semanas me fizeram recordar velhos tempos do Colégio Militar do Recife (CMR).

Era época do ginásio, estudávamos a teoria do heliocentrismo, na qual o sol é apresentado como astro central, em torno do qual a terra e os outros planetas do sistema giram em movimentos de rotação e translação.

A tese do astrônomo alemão Nicolau Copérnico foi uma verdadeira revolução na astronomia. Ao tempo em que amolava a igreja católica defensora de que a terra era inapelavelmente o centro do universo (geocentrismo).

Cinco séculos depois estamos às voltas com políticos que parecem querer desafiar essa teoria, acreditando-se o centro do universo.

Imaginando-se portadores da infalibilidade divina.

O mundo gira porque eu existo!

Trata-se de um comportamento presunçoso, de escárnio, vaidoso, que provoca desassossego em nossa sociedade já tão friccionada pela competição em todos os planos da vida terrena.

O Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em

artigo recente, afiançou que os verdadeiros líderes

devem simbolizar um sentimento.

Eu agrego. Devem buscar reforçá-lo com a serenidade de palavras e gestos. Conclamar humildemente pela união de todos para superação das vicissitudes provocadas por divergências políticas e ideológicas que nada contribuem no vencimento da pandemia que se alastrou.

Na tradução de A Arte da Guerra (BIBLIEX-2003), clássica obra de Sun Tzu, conduzida pelo sinólogo inglês Lionel Gilles, faz-se referência ao “comandante como o árbitro do destino do povo, o homem de quem depende haver paz ou perigo para a nação.”

“O Chefe perfeito cultiva a lei moral e se apega aos métodos e a disciplina”. Parece-nos que Sun Tzu não é leitura de cabeceira de nossos governantes.

A falta de rumo dos dirigentes para liderar a crise sanitária que se instalou em nosso País, a meu ver de difícil controle pelas ações também da sociedade, nos levará a uma acentuada perda da unidade (nacional).

Por inépcia sobejamente identificada, chegamos muito atrasados ao mercado mundial de compra e venda das vacinas contra a COVID-19 e, portanto, a peleja será muito dura para reconquistar o terreno!

É como se tivéssemos deliberadamente acampado em terreno baixo e alagado. Agora, com a percepção do erro, precisaremos combater morro acima um inimigo já postado no terreno. Batalha com previsão de muitas perdas.

É fato a dificuldade de boa parte do povo brasileiro em avaliar a situação insustentável que nos metemos, identificar os responsáveis e os caminhos a seguir.

Algumas pessoas por sinecura – satisfeitas pela zona de conforto em que se encontram -, outras por incompreensão intelectual do problema e muitas por indolência de enfrentar o perigo.

Ainda em referência à obra citada, e na busca de hierarquizar a cadeia de comando para enfrentamento de batalhas (pode-se chamar de crise), ilumina-se o texto: “na guerra, o general recebe seus comandos das mãos do soberano”.

Nós, o povo em agonia, somos o soberano. Portanto, que sejam substituídos os dirigentes incompetentes e irracionais, que promovem confusões para lançar cortina de fumaça, criando incompreensão sobre seus desatinos.

Encontrem-se logo os líderes que saibam distinguir com clareza as ações transformadoras de uma refrega dessas dimensões.

Inúmeras são as lições do mestre chinês e, mesmo cifradas, facilmente compreensíveis. Leia-as com atenção e prepara-se para usá-las. Vai ser preciso.

Paz e bem!

Otávio Santana do Rêgo Barros

General de Divisão R1

domingo, 7 de março de 2021

ARMAS EM FUNERAL - CEL PM WESLEY RODRIGUES ROSA

 




Prefeita decreta lockdown em Juiz de Fora

 

A prefeita Margarida Salomão decretou na manhã deste domingo o fechamento de todas as atividades públicas consideradas não essenciais, mantendo em funcionamento apenas aquelas que atendem às “necessidades absolutamente imprescindíveis das pessoas”. Na prática, a cidade vai à Faixa Roxa, a mais restritiva, equivalente ao fechamento total (lockdown), do programa Juiz de Fora pela Vida, de combate ao coronavírus. “A medida de lockdown será determinada por ato administrativo formal e devidamente motivado, onde estarão previstas as atividades permitidas, garantindo o funcionamento dos serviços públicos e essenciais, como os de saúde, abastecimento, transporte e segurança”, diz o texto descritivo da Faixa Roxa no programa.

O decreto passa a valer a partir de zero hora desta segunda e terá validade de uma semana. Está autorizado o funcionamento apenas de supermercados, mercearias, padarias, farmácias e implementos veterinários. O sistema bancário deverá funcionar em horário estendido e sem filas nas portas das agências. A frota de ônibus terá de circular com 100% dos carros e será proibido que passageiros trafeguem de pé. Todos os serviços da Prefeitura continuarão funcionando presencialmente.

“Estamos decretando uma semana de luto pelas 842 mortes até o momento registradas pela Covid-19.” Assim abriu a entrevista coletiva, convocada às pressas na manhã deste domingo, a prefeita Margarida Salomão (PT). “A situação se agravou tanto e de forma tão rápida nas últimas horas. Cem por cento dos nossos leitos de UTI estão ocupados, e estão exaustos também os recursos de saúde da região”, afirmou a chefe do Executivo, alertando para a exaustão até mesmo do sistema funerário da cidade. Margarida confirmou que pacientes estão sendo enviados a outros municípios, sem no entanto dar números. Na sexta-feira, a prefeita já havia editado dois decretos restringindo atividades.

Segundo Margarida, Juiz de Fora passa por um momento de “dificuldade crítica”, com risco inclusive de esgotamento de recursos sanitários, como remédios e outros insumos utilizados no enfrentamento à pandemia. A prefeita garantiu, todavia, que o programa de vacinação continuará como está, e que o Município seguirá trabalhando para abrir mais leitos de UTI. O decreto, afirmou Margarida, busca “restrição máxima de circulação e voltar ao isolamento social mais extremo”, no que considerou um momento de “rigor, de dor e de luto”.

https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/07-03-2021/juiz-de-fora-passa-a-faixa-roxa-de-restricao-mais-rigorosa-no-combate-a-covid.html

ARMAS EM FUNERAL - SUBTEN WESLEY PARREIRAS CORRÊA

 

Serviu no 17º B Log.