Deputados por JF tomam posse

Eleitos para Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados assumem mandato hoje; em Minas, discurso é união por Juiz de Fora.

POR RENATO SALLES

Os parlamentares eleitos nas eleições de outubro de 2014 serão empossados hoje em solenidades agendadas para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), às 14h, e na Câmara dos Deputados, a partir das 10h. Entre os 53 deputados federais que formam a bancada mineira no Congresso Nacional e os 77 estaduais que terão suas cadeiras oficializadas logo mais, oito têm domicílio eleitoral em Juiz de Fora: Antônio Jorge (PPS), Isauro Calais (PMN), Lafayette Andrada (PSDB), Márcio Santiago (PTB) e Noraldino Júnior (PSC), que integrarão a legislatura 2015-2018 da ALMG, e Júlio Delgado (PSB), Marcus Pestana (PSDB) e Margarida Salomão (PT), reeleitos para mais um mandato de quatro anos em Brasília.

Na Assembleia, o número de eleitos com domicílio eleitoral em Juiz de fora passa de dois para cinco entre uma legislatura e outra. Quatro deles são novatos: Antônio Jorge, Isauro, Márcio e Noraldino. Apesar de estreantes e independentemente de bandeiras partidárias, o quarteto será empossado com um discurso uníssono: concentrar esforços pela união da bancada juiz-forana na busca por incrementos nos investimentos direcionados para a cidade e região. Com larga experiência no legislativo municipal após quatro mandatos e meio na Câmara, Isauro hasteia a bandeira da união. “Temos que nos despir de vaidades e estar unidos para que possamos ter uma agenda para Juiz de Fora e para a Zona da Mata, trabalhando para que essa também seja a agenda do governador (Fernando Pimentel, PT).”

O sentimento é compartilhado por Márcio Santiago. “A cidade e a região têm sofrido muito com a falta de um olhar mais atento do Executivo estadual. Vamos trabalhar para estreitar essa relação e firmar parcerias com os outros deputados e com o prefeito Bruno Siqueira (PMDB).” Noraldino afirma que já iniciou contatos para tirar do papel o anseio, mantendo conversas, inclusive, com os deputados federais da cidade. “Nunca tivemos uma oportunidade como essa e, junto com os demais parlamentares, quero tomar essa iniciativa”, defende o ex-vereador, que promete levar para Belo Horizonte um modelo de mandato aberto à população e à sociedade organizada.

Blocos

Isauro é o único parlamentar juiz-forano que deve integrar a base do governador Fernando Pimentel na Assembleia, já que Noraldino vai compor o bloco independente, enquanto os partidos de Lafayette, Antônio Jorge e Márcio Santiago devem fazer parte do grupo oposicionista. “Vamos defender o legado da gestão anterior. O atual Governo tem a obrigação de cumprir com os compromissos assumidos. É isso que vamos cobrar, além de lutar para que haja continuidade de algumas ações já implementadas, como avanços conquistados na saúde”, explica Antônio Jorge, ex-secretário de Estado da Saúde entre 2010 e 2014, que deverá ter no tema sua principal bandeira de atuação.

Após dois mandatos na situação, durante as gestões de Aécio Neves (PSDB), Antonio Anastasia (PSDB) e Alberto Pinto Coelho (PP), Lafayette terá sua primeira experiência na oposição. “Muda completamente a postura e a forma de atuar. Os trabalhos de fiscalização e cobrança tendem a ser maiores”, prevê o tucano.

Júlio Delgado vive dia decisivo

Enquanto na ALMG a maioria dos parlamentares que serão empossados logo mais é de estreantes no legislativo estadual, na Câmara dos Deputados, o cenário é exatamente o oposto. Os três deputados federais juiz-foranos foram reeleitos e terão a oportunidade de dar continuidade aos seus trabalhos. Assim, mais do que preocupados em apresentar suas metodologias de trabalho, Júlio Delgado, Marcus Pestana e Margarida Salomão concentram seus esforços nas eleições para a presidência da Mesa Diretora da Casa, que também será realizada hoje e está programada para o início da noite. Após ter obtido 165 votos em 2013, Júlio voltará à disputa logo mais, contra as candidaturas apresentadas por Arlindo Chinaglia (PT), Chico Alencar (PSOL) e Eduardo Cunha (PMDB). Com o apoio do PV, PPS e PSDB, além de seu partido, o PSB, o parlamentar juiz-forano chegou a dar declarações públicas em que mostrou confiança em avançar para o segundo turno, apesar de ser apontado como terceira via no pleito.

A candidatura de Júlio divide a bancada juiz-forana. Assim como o PSDB, Pestana está ao lado do socialista. “É a única candidatura capaz de garantir a autonomia necessária para que o Congresso deixe de ser um anexo do Palácio do Planalto”, afirma o tucano, lembrando que os nomes de Chinaglia e Cunha remetem a partidos que integram a base do Governo Dilma Rousseff (PT). Já Margarida Salomão se mostra confiante em uma vitória da chapa encabeçada pelo PT. “(Eduardo Cunha) foi favorito. Saímos de um 4 a 0 para um 4 a 4. Vamos usar essas últimas horas para virar o jogo.” Outro que está ao lado de Chinaglia é o suplente Wadson Ribeiro (PCdoB). Ele não participa da votação, mas tem cadeira garantida no Congresso em uma das vagas dos deputados titulares que serão empossados, porém se afastarão para assumir cargos nos governos federal ou estadual.

Lafayette deve integrar Mesa

Ao contrário da Câmara dos Deputados, onde a disputa pela Presidência é acirrada, na Assembleia o comando da Mesa Diretora deve ser definido sem maiores embates. A costura para a eleição do deputado estadual Adalclever Lopes (PMDB) como presidente da ALMG já está alinhavada. Nome de consenso, o peemedebista tem o apoio de todos os deputados estaduais de Juiz de Fora. Lafayette Andrada, inclusive, deve ficar com a segunda vice-presidência da Casa. A chapa tem ainda Hely Tarquínio (PV), como primeiro vice-presidente e Bráulio Braz (PTB), terceiro vice-presidente. Na mesma linha, o cargo de secretário-geral será de Ulysses Gomes (PT), com Alencar da Silveira (PDT) e Wilson Batista (PSD), como segundo e terceiro secretários.

Todavia, apesar de as apostas até aqui indicarem que a eleição será realizada com chapa única, O PSB já sinalizou que pode lançar o deputado estadual Lerin na disputa. A possibilidade, entretanto, é minimizada por Lafayette, que acredita que o parlamentar teria dificuldade inclusive de montar uma chapa. “Talvez ele possa lançar uma candidatura avulsa, mas o cenário de momento é de que as eleições já estão consolidadas.”

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