26 de Setembro de 2013 - 07:00
Serviço não atendeu homem encontrado desmaiado na Itamar Franco, o que causou comoção no Facebook após jovem publicar foto
Por Kelly Diniz
Um homem de 39 anos foi encontrado desmaiado na Avenida Itamar Franco quase esquina com a Avenida Rio Branco, no Centro, na última terça-feira (24). Alguns populares pararam para ajudá-lo e acionaram o Samu para prestar socorro. No entanto, após ouvir os relatos sobre o estado da vítima, o serviço de atendimento entendeu que não havia necessidade de enviar ambulância para o local.
A situação ganhou repercussão após uma estudante de 17 anos postar fotos do fato na rede social Facebook. Ela foi a primeira a ligar para o Samu, solicitando a assistência. O post da jovem na internet teve 4.548 curtidas e 1.397 compartilhamentos. Segundo ela, o homem estava gemendo e reclamando de dores no peito. Ele ainda tinha dificuldade de locomoção e havia uma muleta ao seu lado. "Após a recusa do Samu, ligamos para a polícia, e eles disseram que nada poderia ser feito. Também ligamos para o serviço social da Prefeitura e, mais uma vez, nos disseram que não poderiam fazer nada." De acordo com a estudante, os populares ligaram várias vezes para o Samu, encontrando a linha ocupada. No último atendimento, após repassar novamente todas as informações já fornecidas, a equipe médica do Samu constatou que não haveria mesmo necessidade de enviar a ambulância.
Muitas foram as manifestações de revolta dos usuários da rede social, definindo a situação como "desumana" e o fato como "omissão" e "descaso". "Penso que poderia ter sido com meu pai, meu avô ou até comigo mesma. A pessoa passa mal, e nenhum serviço pode ajudar? E as pessoas que passavam na rua no momento fingiam que não viam. Fiquei muito triste com a situação," conta a estudante de 17 anos.
De acordo com ela, uma advogada que parou para ajudar chamou um táxi e levou o homem para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), com recursos próprios. Segundo a assessoria da Secretária de Saúde, ele passou por exames médicos, sendo medicado e liberado. A suspeita, de acordo com a assessoria, é de que ele teria tido uma queda de pressão.
O coordenador-geral do Samu, Paulo Oliveira, garante que não houve omissão de socorro por parte do atendimento. "Na última conversa, na qual uma senhora pedia o socorro para o homem, ficou claro que ele queria ir para casa e não para o hospital. E, pelos relatos, não havia indicação para envio de unidade móvel." O coordenador esclarece que é necessário filtrar as ligações e priorizar os casos mais graves, pois não há ambulâncias disponíveis para todos. "Quando é realmente necessário o atendimento e não há ambulâncias, entramos em contato com o Corpo de Bombeiros para nos auxiliar."
Oliveira ressalta ainda que é obrigação de todo cidadão prestar socorro quando solicitado. "É um dever de cidadania. Se uma pessoa nega ajuda, ela pode ser processada por omissão de socorro."
Em relação às linhas ocupadas do telefone 192, o coordenador explica que muitas pessoas ligam ao mesmo tempo, solicitando atendimento para a mesma ocorrência, acarretando no congestionamento.
Nota do editor: Estamos mesmo desamparados pelo poder público. É revoltante.
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