sexta-feira, 12 de março de 2021

Água na canela - Por Otávio Santana do Rêgo Barros

 


Nunca tive receio das checagens realizadas pelas equipes de migração, qualquer que fosse o país. A única vez que precisei aguardar um pouco mais para aprofundar as minhas repostas foi por um motivo pitoresco. 

Estava chegando com minha família no aeroporto em Nova Iorque. Levava dois vidrinhos de azeite de dendê. Um pedido de amigos carentes deste ingrediente tão específico da culinária baiana. 

Ao ser questionado pelo agente de migração se levava algum produto que pudesse infringir as normas sanitárias daquele país, tendo dúvidas, informei que levava azeite de dendê.

Eis o problema, como se fala dendê em inglês? Expliquei do que se tratava, o agente foi ao Google e fez-se a luz. Chegou a ser engraçado. Em seguida, fui liberado.

Hoje, com a deterioração da imagem que o nosso País carrega no exterior, estamos praticamente impedidos de retomar esses eventos em família. O meu passaporte será alvo de um alerta nas telas dos computadores por ter sido emitido pelo governo brasileiro?

Como somos vistos lá fora? Potenciais vetores da perigosa variante P1 da Covid-19? Um dos países que pior se comportou no embate contra a pandemia? 

A resposta será sim a todas essas perguntas. 

Fomos inseridos, por diversos governos estrangeiros, nas listas restritivas de viajantes que devem submeter-se a rigorosa quarentena antes serem liberados para o trânsito normal. 

Lá fora, aqueles que sempre nos olharam com admiração como o berço do carnaval, do futebol arte, da bossa-nova, da alegria estão apavorados com o que se passa por aqui.

Os jornais de todo o mundo circulam mostrando as festas clandestinas. Não importa se na comunidade ou na zona nobre das grandes cidades. 

Comentam em primeira página a falta de liderança para executar um plano minimamente capaz de prover nossa população das vacinas salvadoras. Ou, as afrontas a provas científicas corroboradas em grande universidades e centros de pesquisas.

As análises dos nossos governantes não ultrapassam o nível da água na canela (jargão militar para indicar pouco aprofundamento no estudo das condicionantes que levem à decisão).

As portas do mundo se fecharão a todos nós, tanto mais, quanto mais formos inconsequentes no enfrentamento da pandemia.

Imagino que nos identificam como os anjos da destruição, portadores da estrovenga que ceifará suas vidas. 

Domingo (07 de março), uma comitiva brasileira com status diplomático, em visita ao Estado de Israel, foi admoestada para adequar-se às normas sanitárias deveras rigorosa daquele País. Uso obrigatório de máscara, exame PCR com 72 horas de antecedência, impedimento de circular livremente, distanciamento, cumprimento com cotovelo.

Quando o medo nos domina, nos fechamos em copas. É compreensível a conduta protetiva de tantos governos para impedir novas ondas de infectados e em consequência de mortos pelo SARS-Cov-2, da COVID 19. 

O que não pode ser admitido é o nosso modo de agir em sociedade. Não somos membros de uma seita (lembrei-me do episódio com o fanático reverendo Jim Jones), na qual um líder nos convence da grandeza do suicídio (metafórico ou real) e aceitamos seguir em fila indiana para o abate.

Se a importante questão sanitária não é compreendida na devida dimensão por nossos governantes, que meditem sobre o texto do Jornalista Demétrio Magnoli: “a balança geopolítica tenderá a se inclinar para o lado das sociedades imunizadas, que poderão reabrir, com segurança, as suas economias e as suas fronteiras.”

Uma nova Era aflorará pós-pandemia. Os conceitos políticos, econômicos, militares, psicossociais e diplomáticos se ajustarão drasticamente aos novos tempos. 

Na segunda Guerra Púnica, o General cartaginês Aníbal exortou seus subordinados, na (im)possível travessia dos Pirineus e dos Alpes com elefantes de combate: “ou acharemos o caminho, ou então o construiremos.” 

Será preciso reunir tal determinação para achar ou construir nosso caminho. E, sobretudo, decidir, em momento tão adverso, que os elefantes velhos e viciados não farão a travessia. Não temos opção. Não podemos ser mais párias do que já aceitamos ser.

Paz e Bem!

Otávio Santana do Rêgo Barros

General de Divisão R1

Tenente do Exército morre em tentativa de assalto na Zona Norte do Rio


Tenente do Exército morre em tentativa de assalto na Zona Norte do Rio
João Pedro Fontaine Manso, de 25 anos, foi abordado na Rua Ramiro Magalhães, uma das saídas da Linha Amarela. Ele reagiu e conseguiu matar um dos assaltantes, mas acabou atingido e também morreu.

Luiza Silvestrini e Marcelo Victor, Bom Dia Rio


O tenente do Exército João Pedro Fontaine Manso, de 25 anos, foi morto na noite de quinta-feira (11) durante uma tentativa de assalto na Rua Ramiro Magalhães, uma das saídas da Linha Amarela para o Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio.
Testemunhas informaram que o militar, do Batalhão de Infantaria de Petrópolis, foi abordado por dois criminosos quando parou o carro em um sinal. João Pedro reagiu e chegou a balear um dos assaltantes, mas também acabou atingido e não resistiu.


O assaltante baleado morreu no local. O outro fugiu.


“Pediram para ele sair do veículo, mas ele demorou. Começaram a gritar que iriam matá-lo”, narrou uma testemunha.


“Quando ele desceu, um deles [assaltantes] gritou que ele estava armado, e então houve uma luta corporal”, prosseguiu.


“Foi bem agoniante, porque teve muitos tiros, e os dois foram para cima dele. Depois os dois correram, e ele, aparentemente baleado, tentou entrar no veículo”, emendou.


Na madrugada, o Disque Denúncia divulgou um cartaz oferecendo uma recompensa de R$ 5 mil para quem der informações que levem à prisão do assaltante que conseguiu escapar. Veja como ajudar:

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/03/12/tenente-do-exercito-morre-em-tentativa-de-assalto-na-zona-norte-do-rio.ghtml

PJF busca apoio do Exército no atendimento aos pacientes com Covid-19

 


A prefeita Margarida Salomão (PT) e a secretária de Saúde Ana Pimentel se reuniram com o comandante da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, general João Felipe Dias Alves, na última quarta-feira (10), para solicitar o acesso dos pacientes com Covid-19 da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) aos leitos do Hospital Militar em Juiz de Fora.

De acordo com a assessoria da Prefeitura, o general se comprometeu a repassar o pedido ao comando do Exército Brasileiro, mas explicou que as vagas do Hospital Militar se encontram reservadas para o uso dos militares.

Procurada pela Tribuna, a assessoria da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha não deu detalhes sobre a possibilidade de uma parceria entre a Prefeitura e o Exército, mas destacou o trabalho que vem sendo realizado no combate à pandemia. ” Todas as Organizações Militares da Brigada têm seguido os protocolos de segurança, inclusive restringindo a realização de atividades em grandes grupos e solenidades”, declarou em nota.

“O general Felipe destacou (durante a reunião) que o Exército vive o momento de incorporação dos novos militares, para os quais tem sido direcionado todo o suporte e atenção, a fim de garantir as condições adequadas de formação – com a adoção de todas as medidas de prevenção, controle e distanciamento – de forma a preservar e proteger seus integrantes e toda a população juiz-forana.”

https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/11-03-2021/pjf-busca-apoio-do-exercito-no-atendimento-aos-pacientes-com-covid-19.html


segunda-feira, 8 de março de 2021

Não ataque morro acima - Por Otávio Santana do Rêgo Barros

 


Uma nuvem carregada verte incertezas sobre nossos destinos. Os dramáticos acontecimentos sanitários destas últimas semanas me fizeram recordar velhos tempos do Colégio Militar do Recife (CMR).

Era época do ginásio, estudávamos a teoria do heliocentrismo, na qual o sol é apresentado como astro central, em torno do qual a terra e os outros planetas do sistema giram em movimentos de rotação e translação.

A tese do astrônomo alemão Nicolau Copérnico foi uma verdadeira revolução na astronomia. Ao tempo em que amolava a igreja católica defensora de que a terra era inapelavelmente o centro do universo (geocentrismo).

Cinco séculos depois estamos às voltas com políticos que parecem querer desafiar essa teoria, acreditando-se o centro do universo.

Imaginando-se portadores da infalibilidade divina.

O mundo gira porque eu existo!

Trata-se de um comportamento presunçoso, de escárnio, vaidoso, que provoca desassossego em nossa sociedade já tão friccionada pela competição em todos os planos da vida terrena.

O Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em

artigo recente, afiançou que os verdadeiros líderes

devem simbolizar um sentimento.

Eu agrego. Devem buscar reforçá-lo com a serenidade de palavras e gestos. Conclamar humildemente pela união de todos para superação das vicissitudes provocadas por divergências políticas e ideológicas que nada contribuem no vencimento da pandemia que se alastrou.

Na tradução de A Arte da Guerra (BIBLIEX-2003), clássica obra de Sun Tzu, conduzida pelo sinólogo inglês Lionel Gilles, faz-se referência ao “comandante como o árbitro do destino do povo, o homem de quem depende haver paz ou perigo para a nação.”

“O Chefe perfeito cultiva a lei moral e se apega aos métodos e a disciplina”. Parece-nos que Sun Tzu não é leitura de cabeceira de nossos governantes.

A falta de rumo dos dirigentes para liderar a crise sanitária que se instalou em nosso País, a meu ver de difícil controle pelas ações também da sociedade, nos levará a uma acentuada perda da unidade (nacional).

Por inépcia sobejamente identificada, chegamos muito atrasados ao mercado mundial de compra e venda das vacinas contra a COVID-19 e, portanto, a peleja será muito dura para reconquistar o terreno!

É como se tivéssemos deliberadamente acampado em terreno baixo e alagado. Agora, com a percepção do erro, precisaremos combater morro acima um inimigo já postado no terreno. Batalha com previsão de muitas perdas.

É fato a dificuldade de boa parte do povo brasileiro em avaliar a situação insustentável que nos metemos, identificar os responsáveis e os caminhos a seguir.

Algumas pessoas por sinecura – satisfeitas pela zona de conforto em que se encontram -, outras por incompreensão intelectual do problema e muitas por indolência de enfrentar o perigo.

Ainda em referência à obra citada, e na busca de hierarquizar a cadeia de comando para enfrentamento de batalhas (pode-se chamar de crise), ilumina-se o texto: “na guerra, o general recebe seus comandos das mãos do soberano”.

Nós, o povo em agonia, somos o soberano. Portanto, que sejam substituídos os dirigentes incompetentes e irracionais, que promovem confusões para lançar cortina de fumaça, criando incompreensão sobre seus desatinos.

Encontrem-se logo os líderes que saibam distinguir com clareza as ações transformadoras de uma refrega dessas dimensões.

Inúmeras são as lições do mestre chinês e, mesmo cifradas, facilmente compreensíveis. Leia-as com atenção e prepara-se para usá-las. Vai ser preciso.

Paz e bem!

Otávio Santana do Rêgo Barros

General de Divisão R1

domingo, 7 de março de 2021

ARMAS EM FUNERAL - CEL PM WESLEY RODRIGUES ROSA

 




Prefeita decreta lockdown em Juiz de Fora

 

A prefeita Margarida Salomão decretou na manhã deste domingo o fechamento de todas as atividades públicas consideradas não essenciais, mantendo em funcionamento apenas aquelas que atendem às “necessidades absolutamente imprescindíveis das pessoas”. Na prática, a cidade vai à Faixa Roxa, a mais restritiva, equivalente ao fechamento total (lockdown), do programa Juiz de Fora pela Vida, de combate ao coronavírus. “A medida de lockdown será determinada por ato administrativo formal e devidamente motivado, onde estarão previstas as atividades permitidas, garantindo o funcionamento dos serviços públicos e essenciais, como os de saúde, abastecimento, transporte e segurança”, diz o texto descritivo da Faixa Roxa no programa.

O decreto passa a valer a partir de zero hora desta segunda e terá validade de uma semana. Está autorizado o funcionamento apenas de supermercados, mercearias, padarias, farmácias e implementos veterinários. O sistema bancário deverá funcionar em horário estendido e sem filas nas portas das agências. A frota de ônibus terá de circular com 100% dos carros e será proibido que passageiros trafeguem de pé. Todos os serviços da Prefeitura continuarão funcionando presencialmente.

“Estamos decretando uma semana de luto pelas 842 mortes até o momento registradas pela Covid-19.” Assim abriu a entrevista coletiva, convocada às pressas na manhã deste domingo, a prefeita Margarida Salomão (PT). “A situação se agravou tanto e de forma tão rápida nas últimas horas. Cem por cento dos nossos leitos de UTI estão ocupados, e estão exaustos também os recursos de saúde da região”, afirmou a chefe do Executivo, alertando para a exaustão até mesmo do sistema funerário da cidade. Margarida confirmou que pacientes estão sendo enviados a outros municípios, sem no entanto dar números. Na sexta-feira, a prefeita já havia editado dois decretos restringindo atividades.

Segundo Margarida, Juiz de Fora passa por um momento de “dificuldade crítica”, com risco inclusive de esgotamento de recursos sanitários, como remédios e outros insumos utilizados no enfrentamento à pandemia. A prefeita garantiu, todavia, que o programa de vacinação continuará como está, e que o Município seguirá trabalhando para abrir mais leitos de UTI. O decreto, afirmou Margarida, busca “restrição máxima de circulação e voltar ao isolamento social mais extremo”, no que considerou um momento de “rigor, de dor e de luto”.

https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/07-03-2021/juiz-de-fora-passa-a-faixa-roxa-de-restricao-mais-rigorosa-no-combate-a-covid.html

ARMAS EM FUNERAL - SUBTEN WESLEY PARREIRAS CORRÊA

 

Serviu no 17º B Log.




sábado, 6 de março de 2021

ENVELHECER - PARA REFLETIR


Envelheço quando me fecho para as novas
ideias e me torno radical.

Envelheço quando o novo me assusta. E minha mente insiste em não aceitar.

Envelheço quando me torno impaciente, intransigente e não consigo dialogar.

Envelheço quando meu pensamento abandona sua casa. E retorna sem nada a acrescentar.

Envelheço quando muito me preocupo e depois me culpo porque não tinha tantos motivos para me preocupar.

Envelheço quando penso demasiadamente em mim mesmo e consequentemente me esqueço dos outros.

Envelheço quando penso em ousar e já antevejo o preço que terei que pagar pelo ato, mesmo que os fatos insistam em me contrariar.

Envelheço quando tenho a chance de amar e deixo o coração que se põe a pensar: Será que vale a pena correr o risco de me dar? Será que vai compensar?

Envelheço quando permito que o cansaço e o desalento tomem conta da minha alma que se põe a lamentar.

Envelheço, enfim, quando paro de lutar!

Autor desconhecido

ARMAS EM FUNERAL - CAP QAO WILTON PEREIRA

 


No dia de ontem um excelente amigo nos deixou, nosso querido Cap Wilton.

Quem teve a honra e a oportunidade de conviver com ele na caserna, em especial no 4º GAC L Mth, sabe do que estou me referindo. Eu tive esta honra e agradeço a Deus por isso.

Pessoa do bem, sempre pronto para ajudar e servir a todos.

Uma pessoa diferenciada.

Vá em paz meu amigo, missão cumprida.

Velório no cemitério Parque da Saudade, capela 4, e sepultamento hoje às 16h.

Nossos sentimentos aos familiares e amigos.




quinta-feira, 4 de março de 2021

NOVOS SOLDADOS DO EFETIVO VARIÁVEL INICIAM O SERVIÇO MILITAR NO 10º BIL MTH

 


No dia 2 de março do corrente ano, o 10º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha (10º BIL Mth), realizou a formatura de incorporação dos 125 jovens soldados do efetivo variável, dos quais 121 pertencentes ao Batalhão 4 do 4º Centro de Gestão, Contabilidade e Finanças do Exército (4º CGCFEx), para o cumprimento do serviço militar.

O "Décimo de Montanha" recebeu para a seleção complementar, jovens da cidade de Juiz de Fora e região. No período de 18 de janeiro a 26 de fevereiro, foram realizadas diversas atividades tais como: revisão médica e odontológica, entrevistas, verificação de aptidão física e testes de habilidades. O efetivo incorporado colabora com as atividades e missões da Unidade, bem como executa missões de apoio administrativo e de segurança.


A abertura do Portão das Armas, realizada pelo jovem João Pedro Mendes do Carmo, o mais novo dentre os incorporados, marcou o início da solenidade, que culminou com a participação dos novos soldados na formatura presidida pelo Comandante do Batalhão.

Fonte: 10º BIL Mth

Crédito fotos: Sd Wendell

4º GAC L MTH REALIZA AULA INAUGURAL DO NÚCLEO DE PREPARAÇÃO DE OFICIAIS DA RESERVA

 


No dia 2 de março, foi realizada a aula inaugural para os novos alunos do Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR) do 4º Grupo de Artilharia de Campanha Leve de Montanha (4º GAC L Mth), “Grupo Marquês de Barbacena”.


A aula foi ministrada pelo 1º Tenente R2 Bruno Malvaccini D' Almeida e Mendes, aspirante a oficial de Artilharia pelo NPOR/4º GAC L Mth em 1997, onde também serviu como oficial subalterno no Grupo e Instrutor do NPOR. Dentre os assuntos abordados, explorou a importância do Curso do NPOR para o fortalecimento das virtudes cívicas e morais dos futuros oficiais da reserva do Exército Brasileiro.

Fonte: 4º GAC L Mth

Crédito fotos: Sd Santos

4º GAC L MTH REALIZA SOLENIDADE DE INCORPORAÇÃO DOS RECRUTAS DE 2021

 


No dia 3 de março, o 4º Grupo de Artilharia de Campanha Leve de Montanha (4º GAC L Mth), “Grupo Marquês de Barbacena”, realizou a solenidade de incorporação do efetivo de 183 soldados selecionados para prestarem o Serviço Militar Inicial no corrente ano. A atividade foi presidida pelo Diretor do Campo de Instrução de Juiz de Fora/Centro de Educação Ambiental e Cultura (CIJF/CEAC), Coronel Ronaldo da Silva Pires.


Os soldados incorporados receberão instruções voltadas para a formação básica militar e para a qualificação dentro das diversas características de uma Unidade de Artilharia. Além disto, todos os militares serão capacitados para serem empregados nas operações em ambiente de montanha, por meio da realização do Estágio Básico do Combatente de Montanha.

Fonte: 4º GAC L Mth

Crédito fotos: Sgt Barela, Sd Weverson e Sd Santos

TÁVOLA REDONDA, UM EXEMPLO - POR OTÁVIO SANTANA DO RÊGO BARROS

 


Dez horas da manhã, em uma segunda-feira de ressaca, após um clássico do campeonato carioca com a vitória por 1 x 0 do Fluminense diante do Vasco. Dois sujeitos bem humorados se encontram na porta de um boteco, ali no Largo do Machado, famoso reduto da boemia carioca, e transcorre o seguinte diálogo:

- e aí cara, tudo bem?

- tudo bem, e você?

- levando né.

- pois é, tá difícil mesmo.

- e a família?

- tudo bem, e a tua?

- foi todo mundo embora. Não dava mais.

- que pena!

- domingo tem mengão, vamos torcer?

- vamos. Já vou cara, até mais.

Um outro sujeito sentado solitário em uma mesa próxima da entrada, já tendo tomado umas e outras, e para esticar papo, perguntou:

- conhece ele de onde?

- não conheço.

- não conhece? 

- foi só para conversar. É assim mesmo gente boa. Ele não prestou atenção em nada do que eu disse, e eu não tenho a menor ideia do que ele me respondeu.

Essa típica conversa de botequim revela o espírito bonachão e irreverente do carioca. Ocorria diversas vezes, com os mais diversos personagens. Hoje não mais. O coronavírus fechou bares, lanchonetes, restaurantes, agora a conversa é por aplicativo. Ainda bem que eles existem e funcionam.

Poderíamos usá-la como paródia da amadora comunicação dos nossos governantes, no contexto de combate à pandemia do coronavírus.

As autoridades se habituaram a falar impensadamente qualquer coisa, com intenção de preencher o espaço narrativo na imprensa e nas mídias sociais. Elas estão na defensiva por total inabilidade na condução desta batalha.

A sociedade, por seu lado, entende qualquer outra coisa, desde que essa outra coisa não a prejudique e não a faça alterar os seus costumes diários. Ela é refém desses desatinos.

Nessa comunicação desestruturada, emitem-se (publicam-se) declarações pela manhã, para logo desfazê-las à tarde. Liga-se o celular em qualquer lugar, até mesmo dentro de carros em movimento, para transmitir um “laive”, justificando a repentina mudança de postura. Quanto mais rápido falar, mais rápido se é replicado pelos asseclas de plantão.

No dia seguinte, diante das manchetes dos jornais e comentários encolerizados no Twiter, Facebook ou WhatsApp com críticas aos desacertos, escala-se um culpado, afirmando, sem ruborizar, que foram distorcidos os comunicados.

Enquanto isso, números assustadores sobre o aumento de casos e de perdas em vidas humanas são expostos diariamente. Não se percebe vontade em alguns responsáveis de inserir-se no problema dos afetados. Chamamos a isso falta de empatia.

Tampouco se identifica a busca por soluções de consenso, discutidas em uma távola redonda, onde seriam depositadas as espadas da discórdia políticas, e se buscaria imediata ação pelo troca de opiniões e experiências pregressas. 

Seria pedir-se demais?

A areia da ampulheta do tempo quase preencheu o bojo inferior. Hipnotizados, todos a olham fixamente. A ansiedade tomou corpo no corpo da sociedade. 

Infelizmente, o trono de “alguns” encontra-se virado de costas para o desafio hercúleo que se faz presente. E o detentor, da janela de seu castelo, só tem olhos para a estrada que conduz à arena dos embates eleitorais futuros.

Repiquem os sinos, toquem os clarins, batam tambores, despertem todos deste pesadelo. O caminho está ficando intransitável com os corpos de vítimas da pandemia. Breve as palavras irrefletidas de nada servirão em defesa dos que as evocam. 

Os caminhantes, mesmo os mais humildes, se negarão a trilhar a vereda, exigindo mais segurança, serenidade e estabilidade emocional dos gestores.

E se eles permanecerem insensíveis? Justiça neles (civil, penal, eleitoral, política)! É preciso fazê-los revelar-se fora de suas zonas de conforto.

Paz e Bem!

Otávio Santana do Rêgo Barros 

General de Divisão R1

IMPORTANTE PRONUNCIAMENTO DO GOVERNADOR DE MG - ASSISTA

 





quarta-feira, 3 de março de 2021

TEN FERREIRA, CAPELÃO MILITAR, SE DESPEDE DA 4ª BRIGADA DE MONTANHA


 Hoje, de modo restrito, foi a cerimônia de agradecimento pelos serviços prestados à 4ª Brigada de Montanha e despedida do nosso capelão Ten Ferreira. 

Ele era Oficial Técnico Temporário e agora será oficial da ativa. 


Está indo cursar a Escola de Formação Complementar do Exército, na cidade de Salvador/Bahia. 

Deus o abençoe e o fortaleça nesta nova missão. 


Obrigado Ten Ferreira por me acolher e me amparar na fé de Cristo na hora da maior dor de minha vida que foi o dia da perda de minha querida mãe. O senhor estará sempre em minhas orações e no meu coração.

Para frente e para o alto. 

Montanha!

segunda-feira, 1 de março de 2021

CEL MALBATAN LEAL SE DESPEDE NO COMANDO DA 4ª BRIGADA DE MONTANHA

 


Por muitos anos tive a grata satisfação de conviver com o chefe e amigo Cel Malbatan Leal em diversas oportunidades e atividades no nosso querido Exército Brasileiro.

Convive com ele quando foi o diretor do Campo de Instrução de Juiz de Fora, como chefe da Comunicação Social da 4ª Brigada de Montanha e na Força de Pacificação Arcanjo V.

Antes de ser o diretor do CIJF ele serviu no 10º Batalhão de Infantaria de Montanha, como capitão, tendo desempenhado as funções de comandante da 1ª Companhia de Fuzileiros e chefe da 3ª Seção, de 1992 a 1994.

Em agosto de 2013 se despediu do Serviço Ativo do Exército, onde prestou seus serviços por mais de 34 anos.


Militar dedicado, amigo, profissional e extremamente comunicativo decidiu que ainda não estava na hora de parar e voltou a ativa, desta vez em trajes civis, para continuar servindo a pátria por mais dez anos, nas funções de assessor do comandante e chefe da Comunicação Social sempre na nossa brigada de montanha.

Juiz de Fora reconheceu o seu valor lhe concedendo o titulo de Cidadão Honorário por iniciativa do então vereador José Sóter Figueirôa, em 25 de abril de 2012.


Em abril de 2015, já na reserva remunerada, recebeu a medalha da Ordem do Mérito Militar, em solenidade no 4º GAC L Mth das mãos de seu irmão, Cel Oriente Leal, chefe do Estado Maior da 4ª Brigada de Montanha.


Prezado Cel Malbatan, alguns amigos têm algo para falar para você nesse momento de despedida.


Cercado pelo respeito e pela admiração de todos, o Cel MALBATAN deixa, nesta data, o convívio diário no Comando da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, por ter sido exonerado, a pedido, da função de Assessor de Relações Institucionais. Nesta oportunidade, assinalo o meu reconhecimento e a minha gratidão a esse dileto amigo e destacado oficial, por meio desta merecida referência elogiosa.

Inicialmente, para descrever o papel desempenhado pelo Cel Malbatan e identificar sua valorosa contribuição à nossa Brigada, é necessário apontar que as lides da comunicação social, são complexas, diversificadas e sensíveis, haja vista terem como centros de gravidade a preservação da imagem da Força e o fortalecimento da coesão do público interno.

O Cel MALBATAN, com a perfeita compreensão desses aspectos vitais, conduziu-se sempre com acerto e esmero, evidenciando elevado sentimento do dever, equilíbrio emocional, senso de organização, capacidade de previsão e em especial, elevada sensibilidade na identificação e trato de assuntos sensíveis, fatores decisivos para o bom êxito em sua função.

Além de suas virtudes, nas quais sobressai a fidalguia no trato e a inegável habilidade de comunicação, a sua rica vivência profissional muito contribui para seu sucesso. Sua nomeação constitui-se num clássico exemplo do “homem certo no lugar certo”.

Com sólidas relações na sociedade juiz-forana, tratou sempre de identificar oportunidades de fortalecimento dos laços institucionais da Brigada e do Exército com todos os setores da sociedade. Para tanto, estabeleceu um Plano de Relações Institucionais onde buscou com critério e oportunidade selecionar os stakeholders a serem trabalhados em cada momento, de forma a potencializar o poder de combate da Brigada nos diversos campos de atuação.

No desempenho de suas funções evidenciou equilíbrio e tranquilidade para, nos momentos de crise, buscar soluções conciliadoras que apontassem sempre para a preservação da imagem da Força. Para tanto, desenvolveu também importante rede de relacionamentos com formadores de opinião e com os profissionais da imprensa, garantindo o estabelecimento de um sólido canal técnico que constantemente era acionado para garantir a consecução dos objetivos traçados e a solução mais adequada dos problemas.

Com flexibilidade, adaptabilidade e disciplina intelectual, compreendeu, desde o início, a intenção do Comando de projetar o momento de transformação da Brigada de Montanha e trabalhou com afinco para que a excelência de sua área fosse uma imagem da Brigada. Assim, não mediu esforços em potencializar o emprego e as entregas da seção de Comunicação Social, destacando-se as seguintes ações: o cumprimento das atividades regulamentares previstas no SISCOMSEx com exação e oportunidade; expedição de convites para os diversos eventos e a recepção dos convidados; preparo e condução de eventos sociais para o público interno; a elaboração do projeto piloto da Revista da Brigada de Montanha; a confecção e aquisição de brindes representativos; e, destacadamente, a interação cerrada com autoridades e entidades locais, e com a Reserva Proativa.

Dotado de sólida capacitação profissional, colaborou com sugestões oportunas e acertadas nos diversos assuntos inerentes à área sob sua responsabilidade, contribuindo sobremodo para o fortalecimento da mística do combatente de montanha e para a preservação da imagem do Exército na Guarnição de Juiz de Fora.

Missão cumprida, e muito bem cumprida Cel! No momento em que deixa o nosso convívio diário, em nome dos integrantes da Brigada de Montanha, reitero a gratidão pelo trabalho desenvolvido e os cumprimentos pelo excepcional desempenho em sua função. Que esse momento não seja uma despedida, mas um até breve. Este QG é sua casa, e está de portas abertas para quando a saudade apertar. Que Deus o acompanhe, amigo MALBATAN, proporcionando-lhes saúde, paz, prosperidade e continuado sucesso junto à sua estimada família, parceira e cúmplice de mais essa exitosa jornada.

                 NOSSO GRITO DE GUERRA É MONTANHA!

Gen Bda JOÃO FELIPE DIAS ALVES

Cmt 4ª Bda Inf L Mth



Missão cumprida amigo Malbatan.

Muitas lembranças , a maioria de alegria, algumas de frustração, no entanto o balanço é de ganhos. Ganhos principalmente em amigos. Ao finalizar seu tempo na nossa brigada de montanha, não poderia deixar de cumprimentá-lo e agradecer seu apoio incondicional no momento em que eu estive à frente da nossa brigada. Momentos de elevado profissionalismo dos quais guardo especiais lembranças. Siga agora novos caminhos. 

Seja sempre abençoado. 

Do amigo

Gen Rêgo Barros, ex-comandante da 4ª Brigada de Montanha.


Sou suspeito para falar do Cel Malbatan, pois o considero um grande amigo. Serei breve, entretanto, terei que ser justo. O meu amigo Malba é o profissional que todo chefe quer ter em sua equipe. Ele equilibra, como poucos, a capacidade de assessorar com a capacidade de manter um ambiente de trabalho harmônico. Muito generoso com seus subordinados, ele é muito leal e honesto com seus chefes.

Foi um privilégio ter o Cel Malbatan em minha equipe; e foi uma honra desfrutar de sua amizade!

Desejo-lhe muita saúde e paz nesta nova etapa de sua vida!

Nosso grito de guerra é Montanha!

Gen Álcio Costa, ex-comandante da 4ª Brigada de Montanha.



Falar de um amigo é sempre um prazer, especialmente se ele é o grande Malbatan. Fomos contemporâneos na AMAN, tivemos experiências semelhantes de carreira, seja nos Batalhões de Infantaria, seja fora da força na Presidência da República. Admiro este profissional de escol por toda competência, dedicação e engajamento nas diversas missões que executou em prol do nosso EB. Sua fidalguia, modo afável e relacionamento fácil desenvolvidos durante a carreira, fizeram do Malba um vetor de comunicação social especial na vida das OM que serviu. Agradeço-lhe a amizade e lealdade com que me brindou nestes anos de convívio fraterno.

Montanha!

Gen Eduardo Paiva Maurmann, ex-comandante da 4ª Brigada de Montanha.



Acompanho a carreira do Cel Malbatan desde seus tempos de Cadete, no Curso de Infantaria da AMAN. Já ali se prenunciava sua sociabilidade, descortino, dedicação e capacidade profissional. 

Já na Reserva, tive a satisfação de reencontrá-lo em Juiz de Fora, onde pude acompanhar seu empenho e operosidade no exercício do comando e nas atividades de assessoramento. 

Cumprimento o prezado amigo pelo desempenho de sua desafiadora tarefa na Comunicação Social da nossa Brigada e formulo votos de muita felicidade. Abraço forte, Malbatan.

Cel Arthur Guerra, ex-comandante do 10º Batalhão de Montanha.


Cel Henrique, ex-chefe do Estado Maior da 4ª Brigada de Montanha.


Ao amigo Cel Malbatan, oficial a quem tenho a honra de conhecer desde minha formação, meu agradecimento pela forma sempre gentil com que sempre me tratou e pela amizade dispensada a mim e a minha família, em especial nesses últimos três anos em que tivemos a oportunidade de voltarmos a nos encontrar. Assim, desejo votos de muito sucesso em seus novos projetos pessoais e profissionais.

Cel Guilherme Motinha, chefe do Estado Maior da 4ª Brigada de Montanha


Cel Augusto Perez, ex-comandante do 4º Grupo de Artilharia de Montanha.



Empresário Marcos Saçço, proprietário dos Fogos Nicolino



Caro amigo, missão cumprida e mais do que cumprida.

Agora, de fato e de direito, passa a integrar, junto conosco, a Reserva Pró-Ativa de nosso Exército Brasileiro.

Desejo a você o merecido "Descanso do Guerreiro" junto de sua esposa Mônica, filhas, genros e o nosso querido Pedrinho, seu neto.

Só tenho que lhe agradecer por sua amizade a mim dedicada por todos estes anos e dizer que continuamos sempre a disposição do amigo.

"O meu grito de guerra é montanha, montanha responde o rochedo..."

Luiz Eduardo da Silva Schmitz - 1º Ten R/2 Art, Tu 79, NPOR 4º GAC L Mth



PARABÉNS CHACARA, 58 ANOS DE FUNDAÇÃO

 


domingo, 28 de fevereiro de 2021

VENCER A CORRENTEZA - POR OTÁVIO SANTANA DO RÊGO BARROS

 


As últimas semanas foram recheadas de acontecimentos que afrontaram o desejado equilíbrio entre os Poderes. Nada bom para o País.

Uma marcante característica da nossa República é a hegemonia do poder Executivo, detentor de muitas ferramentas de indução, até de pressão, para fazer valer seus objetivos políticos.

O mais claro desses alvos é a busca e a manutenção do poder. Aceito como natural esse apetite pelo mando (sucesso). Não há originalidade a quem demonstre essa tendência. Ressalto, entretanto, que os sinais dessa postura não devem se inclinar para o benefício de poucos, mas, ao revés, apontar para o amparo de todos.

A anomia moral que prevalece nesta Terra de Santa Cruz vem impactando o “andar da carruagem”, cujo passageiro é a sociedade tão sofrida.

Os cocheiros mostram-se imprudentes e negligentes ao escolherem o caminho mais acidentado e pouco iluminado que nos impede de discernir um futuro de estabilidade política com paz social.

Há poucos dias, um interlocutor, diante de minha aflição, me arguiu: quando se está no mar e somos tomados por uma forte correnteza, que opções podem ser adotadas? Camarada, ele adiantou: enfrentar a correnteza ou deixar-se levar.

 Na primeira opção, as forças podem ser sugadas pelo esforço físico do embate e você perece sem alcançar a praia.

Na segunda, a correnteza pode levá-lo a tão longe que você perderá a referência, ficando incapaz de distinguir o contorno da praia.

A meu ver, nenhuma das alternativas deve ser adotada pelos que desejam sinceramente o bem do País.

Sozinhos não temos força para enfrentar o antagonismo da corrente. E se não tivermos força para enfrentá-la, ficaremos à deriva.

É necessário compreender o que se passa. Aliás, “compreender significa, em suma, encarar a realidade, espontânea e atentamente, e resistir a ela – qualquer que seja, venha a ser ou possa ter sido” (Hannah Arendt).

Resta-nos, como sociedade consciente de nossos anseios, assoprarmos os apitos de sobrevivência (lembram-se do filme Titanic) para que o som chegue a outros impactados do mesmo espírito de preservação.

Os gritos facilitarão a reunião. Juntos, reforçaremos o emocional. Traçaremos estratégias factíveis. Escoimaremos o pânico. Nos manteremos flutuando para enfrentarmos a astuciosa correnteza que teima em nos afastar de nossos anseios.

 Ainda temos força e esperança. A praia está longe, mas à vista. E, sobretudo, percebe-se senso de urgência para a ação.

    Paz e Bem!

    Otávio Santana do Rêgo Barros

    General de Divisão R1