As seis escolas do Grupo A de Juiz de Fora entraram na Passarela do Samba entre a noite de sábado (7) até meados da madrugada de domingo (8). A primeira noite de desfile foi marcada pela convocação das comunidades, sendo que muitas escolas destacaram a superação das dificuldades para estar na avenida e reforçaram a disposição de apresentar o melhor. A noite teve temas como assombrações e imaginação, passando pelo Nordeste de Luiz Gonzaga, duas homenagens ao universo circense e ao palhaço Carequinha e encerrou com um apelo para o fim do preconceito. E as duas últimas escolas, Juventude Imperial e Turunas do Riachuelo, tiveram que lidar com o impacto de uma pancada mais forte de chuva que caiu no início da madrugada.
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Os desfiles começaram com cerca de 30 minutos de atraso. De acordo com informações da Liga das Escolas de Samba (Liesjuf), o motivo foi a demora na chegada dos táxis que foram buscar os integrantes da comissão julgadora. No entanto, não diminuiu a expectativa do Rei Momo, Ronaldo Golfinho. “Sou suspeito para falar. Todas tiveram dificuldades e superaram. Quero que elas venham bem e façam desfiles emocionantes”, resumiu.
Agora é esperar pela decisão dos jurados. Os desfiles continuam neste domingo (8), com as escolas dos grupos B e C. A apuração das notas será na próxima segunda-feira (9), no Anfiteatro João Carriço, sede da Fundação Alfredo Ferreira Lage (Funalfa) no Parque Halfeld.
Confira um resumo dos detalhes apresentados pelas seis agremiações do Grupo A (7):
Unidos das Vilas do Retiro
Na concentração, a aparente tranquilidade disfarçava o peso da responsabilidade de abrir os desfiles de Juiz de Fora. “Estresse”, resumiu o autor do enredo Diomário de Deus, na correria para montar as alas na ordem correta. Os oito “bichos-papões” da comissão de frente, com maquiagem e figurino colorido, foram o cartão de visitas do enredo “Assombrações”. “Fizemos o nosso melhor pelo Retiro, para engrandecer o carnaval da cidade. Vamos assombrar os jurados e a avenida!”, prometeu o coordenador do grupo, Rodrigo.
E logo em seguida, a escola investiu em uma fantasia diferente para a porta-bandeira Alcione Cristina Procópio da Silva, que se apresentou ao lado do mestre-sala Weverton Almeida Pereira da Silva em um conjunto de colete e calça verde brilhante, sem a tradicional saia rodada. Abusando das cores, o desfile teve as baianas como bruxas em azul e preto, e as crianças de sacis e fantasmas.
Na concentração, a aparente tranquilidade disfarçava o peso da responsabilidade de abrir os desfiles de Juiz de Fora. “Estresse”, resumiu o autor do enredo Diomário de Deus, na correria para montar as alas na ordem correta. Os oito “bichos-papões” da comissão de frente, com maquiagem e figurino colorido, foram o cartão de visitas do enredo “Assombrações”. “Fizemos o nosso melhor pelo Retiro, para engrandecer o carnaval da cidade. Vamos assombrar os jurados e a avenida!”, prometeu o coordenador do grupo, Rodrigo.
E logo em seguida, a escola investiu em uma fantasia diferente para a porta-bandeira Alcione Cristina Procópio da Silva, que se apresentou ao lado do mestre-sala Weverton Almeida Pereira da Silva em um conjunto de colete e calça verde brilhante, sem a tradicional saia rodada. Abusando das cores, o desfile teve as baianas como bruxas em azul e preto, e as crianças de sacis e fantasmas.
Os 600 integrantes vieram em 12 alas cantando o samba de Sergio Português, Ronaldo Tropical, Bebeto, Nilmar, Cici Vip e Jerônimo Silva, puxado por Felipe do Cavaco. Os 65 músicos da bateria dos mestres Neguem, Geraldo Magela e Gustavo fizeram paradinhas e puxaram palmas do público. A verde, branco, azul celeste e ouro dos nos bairros Retiro, Jardim Esperança, Jardim das Pedras Preciosas e Caeté se despediu da avenida na esperança de permanecer na elite em 2016.
Feliz Lembrança
“Está chegando a hora. A Feliz é garra e determinação, viemos para brigar pelo carnaval”, dizia o integrante da diretoria que chamava os integrantes para os locais corretos na formação da escola. A escola da Avenida Sete de Setembro e do Bairro Barbosa Lage foi a primeira a apresentar o circo e a realizar homenagens ao centenário do palhaço Carequinha nos desfiles deste ano.
“Está chegando a hora. A Feliz é garra e determinação, viemos para brigar pelo carnaval”, dizia o integrante da diretoria que chamava os integrantes para os locais corretos na formação da escola. A escola da Avenida Sete de Setembro e do Bairro Barbosa Lage foi a primeira a apresentar o circo e a realizar homenagens ao centenário do palhaço Carequinha nos desfiles deste ano.
Investiu em elementos que fazem parte do imaginário circense, bailarinos na comissão de frente e um palhaço de patins logo à frente do carro abre-alas.“Nunca desfilei assim, mas trabalho como patinador em um supermercado, então será tranquilo”, disse o passista patinador Charles ao G1. Durante a passagem pela avenida, distribuiu pipocas às crianças presentes.
Com o enredo “Com um sorriso Feliz, uma linda Lembrança... O bom menino não faz pipi na cama!”, a campeã do Grupo B em 2014 contou a arte do circo pelo mundo nas vozes de Ednel, Nilmar Romano, Ilê, Junior Almada, Zezé do Pandeiro e Malandragem. O carro-abre alas saudando o público, apresentando o enredo, soltou confetes prateados. As baianas representaram a lona que abriga os artistas e os espetáculos. Alas trouxeram China, Egito e o Brasil. O carro alegórico que mostrava a chegada do circo na cidade chamou a atenção por ter crianças como mágicos, palhaços e bailarinas.
A animação da escola, em cinco alegorias, com 50 destaques, arrancaram aplausos de setores da arquibancada. A rainha Williana Vieira apresentou os 90 músicos de Mestre Caio, que formavam a banda do circo da Feliz Lembrança na Avenida Brasil. Colorida, divertida, com os 600 componentes da azul, vermelho e branco marcaram presença para convencer o jurados a deixar a festa na zona norte de Juiz de Fora.
Unidos do Ladeira
Na concentração, o esquenta da Bateria Esquadrão Choque Nervoso já colocou o público para sambar. Antes de entrar, o compositor Paulinho Jalão fez oração pelo sucesso da escola enquanto os 112 ritmistas tocavam a Ave Maria. Com o sinal verde, os fogos anunciaram que a tricampeã do carnaval de Juiz de Fora veio disposta a manter o troféu em sua quadra.
Na concentração, o esquenta da Bateria Esquadrão Choque Nervoso já colocou o público para sambar. Antes de entrar, o compositor Paulinho Jalão fez oração pelo sucesso da escola enquanto os 112 ritmistas tocavam a Ave Maria. Com o sinal verde, os fogos anunciaram que a tricampeã do carnaval de Juiz de Fora veio disposta a manter o troféu em sua quadra.
Em um desfile ágil que trouxe brilho, luzes nos carros alegóricos, o Ladeira fez uma viagem pela imaginação humana. Desde os medos, os sonhos, os vilões que assustam e os seres mágicos que inspiram. A comissão de frente com coreografia usando fumaça para dar um efeito especial, a porta-bandeira Pamela e o mestre-sala Dudu como elfo e fada, até Emília e o Visconde de Sabugosa sambaram e Capitão Gancho se tornou destaque de um navio alegórico.
O samba cantado pelos compositores Paulinho Jalão, Moacir do Cavaco e Raimundo de Lima foi entoado pelos 720 componentes que passaram em 11 alas, em quatro alegorias e 12 destaques. “Aproveitamos o tempo e controlamos para a comissão evoluir” explicou o presidente Marcus Valério Américo Mendes. Com a parte final do desfile fazendo referência à explosão de imaginação proporcionada pelo carnaval, a diretoria saiu confiante em mais um bom resultado.
Real Grandeza
“A gente veio simples”, resumiu o presidente Luiz Carlos Masson na concentração. E quem disse que carnaval não pode ser simples? Com o enredo “‘Tá Certo ou Não Tá?’ Numa Explosão de Cores, Real Grandeza, entrega flores ao palhaço da nossa corte - Carequinha Centenário de Alegria!”, a segunda na noite fazendo referência ao circo e ao centenário de nascimento do palhaço Carequinha, a Real abriu o desfile com a tradicional comissão de frente, que sempre traz uma coreografia diferenciada. Neste ano, uma alegoria de uma lona de circo, de onde saíam vários palhaços, interagindo e convidando o público a embarcar no desfile.
“A gente veio simples”, resumiu o presidente Luiz Carlos Masson na concentração. E quem disse que carnaval não pode ser simples? Com o enredo “‘Tá Certo ou Não Tá?’ Numa Explosão de Cores, Real Grandeza, entrega flores ao palhaço da nossa corte - Carequinha Centenário de Alegria!”, a segunda na noite fazendo referência ao circo e ao centenário de nascimento do palhaço Carequinha, a Real abriu o desfile com a tradicional comissão de frente, que sempre traz uma coreografia diferenciada. Neste ano, uma alegoria de uma lona de circo, de onde saíam vários palhaços, interagindo e convidando o público a embarcar no desfile.
“Hoje a avenida te abraça. Quem faz a graça sou eu. Não há razão pra tristeza. Na Real Grandeza o circo é seu”, a homenagem a Carequinha passou em um ritmo menos acelerado que as anteriores, colocando o público para brincar. Os 100 ritmistas comandados pelos mestres Jansen Narciso, Gilson Pires, Cristiano Egídio, Alexandre Hungaro, Wilson Pires, Reinaldo Aprígio Junior fizeram paradinha para brincar junto com os 600 componentes.
O trecho final do desfile destacou a importância de Carequinha para o público infantil, os trabalhos no rádio e no cinema. Os 600 componentes da amarelo, branco e vermelho, distribuídos em 14 alas, e em quatro alegorias, inclusive com destaques penduradas fazendo referência aos trapezistas, cantaram o samba e cumpriram a missão de se divertir e fazer o público voltar a ser criança diante do mundo do circo.
O trecho final do desfile destacou a importância de Carequinha para o público infantil, os trabalhos no rádio e no cinema. Os 600 componentes da amarelo, branco e vermelho, distribuídos em 14 alas, e em quatro alegorias, inclusive com destaques penduradas fazendo referência aos trapezistas, cantaram o samba e cumpriram a missão de se divertir e fazer o público voltar a ser criança diante do mundo do circo.
Juventude Imperial
A Juventude Imperial também destacou um desfile pautado pela simplicidade. “Vamos brincar. Se der para ganhar, ótimo. Mas vamos nos divertir”, foi a convocação para a comunidade. Sem recursos financeiros, como foi destacado, a escola usou a criatividade no enredo sobre uma viagem ao Nordeste do Brasil para encontrar Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, em “A Juventude convida a Realeza: com Certeza vai ter festa no sertão para coroar o Rei do Baião, Luiz Gonzaga”.
A Juventude Imperial também destacou um desfile pautado pela simplicidade. “Vamos brincar. Se der para ganhar, ótimo. Mas vamos nos divertir”, foi a convocação para a comunidade. Sem recursos financeiros, como foi destacado, a escola usou a criatividade no enredo sobre uma viagem ao Nordeste do Brasil para encontrar Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, em “A Juventude convida a Realeza: com Certeza vai ter festa no sertão para coroar o Rei do Baião, Luiz Gonzaga”.
A comissão de frente, formada por rapazes de fraque e cartolas, usou um tripé com uma coroa, símbolo da agremiação, para apresentar o desfile. Uma curiosidade, foi que a Juventude colocou algumas alas e Pelé e Grace Kelly, o casal de mestre-sala e porta-bandeiras, antes do carro abre-alas. Carros alegóricos destacaram a fauna e a flora. No último, os teclados da sanfona apresentavam o rei do baião na festa.
A chita foi um tecido usado em fantasias de alas e no carro alegórico de produtos típicos. Uma ala coreografada lembrou o período de festas juninas, tradição nos estados do Nordeste. No meio do desfile, o chuvisco que acompanhava a escola desde a concentração se tornou uma pancada de chuva mais forte. A comunidade demonstrou garra e seguiu o samba comandado por Márcio Moreno e Martinho Caetano, com outros intérpretes, e com o apoio dos ritmistas da “Orquestra do Couro”. Talvez, como a escola previu na concentração, não dê para ganhar. Mas demonstrou que, por mais um ano, apesar dos pesares, a Juventude esteve no carnaval de Juiz de Fora e demonstrou garra.
Turunas do Riachuelo
Já eram mais de 2h quando a chuva parou para ver a Turunas passar. Na concentração, o intérprete Zezé do Pandeiro destacou a missão de encerrar a primeira noite de desfiles. “As outras escolas já deram seu recado. Agora é com a gente!”. Disposta a não se abater com a chuva, nem com os problemas enfrentados ao longo do ano, como lembrou o vice-presidente Diomário de Deus, a escola levantou a bandeira do direito à diversidade no enredo “O sol nasceu para todos... ser diferente é normal!”.
Já eram mais de 2h quando a chuva parou para ver a Turunas passar. Na concentração, o intérprete Zezé do Pandeiro destacou a missão de encerrar a primeira noite de desfiles. “As outras escolas já deram seu recado. Agora é com a gente!”. Disposta a não se abater com a chuva, nem com os problemas enfrentados ao longo do ano, como lembrou o vice-presidente Diomário de Deus, a escola levantou a bandeira do direito à diversidade no enredo “O sol nasceu para todos... ser diferente é normal!”.
A comissão de frente formada pelos personagens símbolos do carnaval, o Pierrô, a Colombina e o Arlequim abriram caminho para os 700 integrantes. As alas e alegorias citaram o racismo, ao Estatuto do Idoso, o Movimento Gay de Minas (MGM), que foi seguida de um carro que vinha com uma grande bandeira do arco-íris e com drags queens como destaque, inclusive Isabelita dos Patins. Outro destaque para a ala infantil que usou o conto do patinho feio para fazer referência ao bullying.
Mestre Ronie Cofer conduziu os 80 músicos, que estavam vestidos de punks, no enredo, uma forma de destacar o preconceito contra a aparência, na apresentação do samba “O sol nasceu para todos, ser diferente é normal”, de Batista Coqueiral, Ary Arantes, Edson Gaguinho. Na reta final do desfile, a Turunas destacou o sol, lembrando que ele não discrimina ninguém. A escola foi seguida por um arrastão animado das pessoas que estavam na arquibancada, colocando um ponto final nas apresentações.
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