Políticos do PSOL, PT, PSDB e PSB participaram do encontro.
Confronto promovido pela Band Minas foi na noite desta quinta-feira (7).
Quatro candidatos ao governo de Minas Gerais participaram na noite desta quinta-feira (7), em Belo Horizonte, do primeiro debate para as eleições 2014 no estado. Promovido pela TV Band Minas, Rádio Band News e Jornal Metro, o encontro foi dividido em cinco blocos e mediado pelo jornalista Sérgio Costa. Durante o debate, foram apresentadas propostas sobre temas como saúde, transporte, educação e segurança pública.
Foram convidados os candidatos de partidos com representação na Câmara dos Deputados:André Alves (PHS), Fernando Pimentel (PT), Fidélis Alcântara (PSOL), Pimenta da Veiga (PSDB) e Tarcísio Delgado (PSB). Porém, Alves não compareceu e, em nota à emissora, informou que não tinha interesse em participar. Nesta quinta-feira (7), o político do PHS renunciou à candidatura. Há ainda outros três candidatos ao governo do estado: Cleide Donária (PCO), Eduardo Pereira(PSDC) e Professor Túlio Lopes (PCB).
O debate foi dividido em seis blocos. No primeiro, os candidatos responderam perguntas enviadas pelos leitores do jornal Metro e internautas do portal Band Minas. As perguntas foram sobre economia, segurança, educação e saúde. Cada candidato respondeu uma pergunta de cada tema.
No segundo bloco, o tema foi livre e cada candidato perguntou para um dos concorrentes. No terceiro bloco, jornalistas da Band Minas fizeram perguntas para os candidatos. O quarto bloco teve a mesma fórmula do segundo. No quinto, jornalistas escolheram o candidato e fizeram perguntas. No sexto bloco, os candidatos fizeram suas considerações finais.
Fernando Pimentel falou sobre sua carreira política, projetos e destacou que quer fazer um governo participativo. “Eu quero em primeiro lugar agradecer a Rede Bandeirantes por esta oportunidade, por este debate, aos candidatos que participaram comigo, a você telespectador que nos acompanha até esta hora. Dizer que para mim primeiro é um privilégio participar deste momento da democracia. Eu sou da geração que lutou contra a ditadura. Paguei um preço alto por isso. Fui preso politico. Na minha juventude nós não tínhamos possibilidade de ter um espetáculo como este. Um debate e, depois, a eleição que vai se seguir, mostrando a pungência da nossa democracia. Uma conquista do Brasil que devemos celebrar. Eu quero colocar minha experiência. A minha experiência de Secretário de Fazenda com o prefeito Patrus, depois secretário e vice-prefeito com o saudoso doutor Célio de Castro. Depois prefeito eleito de Belo Horizonte, reeleito, saí do governo com a aprovação de 90% da população e cumpri o meu mandato integralmente até o último dia. Quero levar a experiência dos projetos que apresentamos e trabalhamos em Belo Horizonte com grande sucesso: o Vila Viva, uma verdadeira revolução urbana nos aglomerados, vilas e favelas da cidade. As Umeis, primeira experiência de escola infantil em Minas Gerais, com grande sucesso. Depois transformada em projeto nacional para o país inteiro no governo do presidente Lula e da presidenta Dilma. Assim como o Vila Viva também se transformou no projeto Minha Casa Minha Vida. Enfim, o Orçamento Participativo, tudo que fizemos aqui. A minha experiência de Ministro da presidenta Dilma com quem tive orgulho de trabalhar. Quero colocar tudo isso a serviço de Minas Gerais. Quero fazer em Minas um governo participativo, regionalizado, próximo das pessoas. Carinhoso com o povo, próximo das regiões do estado. Levando em conta as desigualdades regionais, para eliminá-las, levando em conta as características, as especificidades de cada região. Um governo enfim que olhe a Minas Gerais real. Não a Minas da propaganda, não a Minas da marketagem. A Minas real, onde vivem os mineiros, as mineiras constroem os seus sonhos, as suas esperanças, criam suas famílias. É para eles que eu quero trabalhar. E ser um governador que assuma as responsabilidades do governo do estado, não fique jogando a culpa no governo federal, transferindo as responsabilidades para os municípios. Vamos transformar Minas Gerais no estado do sonho dos mineiros. E para isso, serei um governador responsável, por tudo aquilo que ocorre dentro do território de Minas. Não vou jogar a culpa em ninguém. Vou transformar Minas Gerais no estado dos nossos sonhos. Para nós, para os nossos filhos, para os nossos netos. Um estado seguro, um estado fraterno, um estado justo, com saúde, educação e segurança. Serviços públicos de boa qualidade, valorizando o funcionalismo público que é fundamental e tratando os mineiros e as mineiras com a dignidade que eles merecem. Muito obrigado. Boa noite a todos que nos acompanharam até aqui”.
Fidélis Alcântara afirmou que sua campanha não aceita doações de empresas, defende pessoas esquecidas pela sociedade e defendeu os moradores das ocupações urbanas. “Eu quero começar agradecendo cada um dos trabalhadores e das trabalhadoras que estão colocando este programa no ar, que estão aqui até esta hora trabalhando e levando até a casa, e todos que estão em casa também. Agradecer a audiência até este horário, muito obrigado, e apresentar um pouco. Eu faço parte da Frente de Esquerda Socialista: que é o Psol, o PSTU, o PCR e as Brigadas Populares. Nós apresentamos uma alternativa para o governo de Minas Gerais que ela já começa na campanha. A nossa campanha, ela não recebe dinheiro de empresa. Ela é autofinanciada, com os militantes, com os amigos. Inclusive se você quiser fazer uma doação, pessoa física, para nós. Pode entrar em contato através do nosso site: fidelis50.com. Pessoas físicas nós aceitamos doações, cidadão, é o CPF, não CNPJ. Por que a nossa campanha tem que ser independente. Nossa militância não recebe um real. Quando você pega um panfleto na rua, você pode saber que aquela pessoa que está ali, ela está envolvida com a nossa luta. Ela ajudou a construir este programa e nós lutamos pelos invisíveis. Pelas pessoas que são esquecidas pela sociedade: os moradores de rua, os negros e negras, os trabalhadores que sofrem com ônibus lotado todos os dias, né. E principalmente, outro caso muito grave que não foi falado aqui, que é o caso do genocídio da juventude negra. Espero que, em um outro debate, a gente tenha condições de falar um pouco. Eu quero aproveitar este momento para fazer um apelo a você que está em casa acordado até agora. Conheça melhor as ocupações urbanas de Belo Horizonte. Saiba que o povo organizado construiu na Região Metropolitana de Belo Horizonte e também no interior, que eu fui lá em Uberlândia e conheci. Vinte mil casas e não são de lonas, não são barracos. São casas com estrutura completa, montadas, inclusive com projeto urbano doado pela Universidade Federal de Minas Gerais, pela PUC e outras instituições, acompanhados pelos geólogos do Brasil, quer dizer, não são barracos. São casas construídas pelo povo que luta pelo direito a moradia. E não são invasões, são ocupações de terrenos públicos ociosos. É importante ressaltar isso. É importante ressaltar que o governo de Minas Gerais hoje quer usar o caveirão, o helicóptero e sua tropa de choque em cima dessas pessoas que lutam por moradia. Eu peço inclusive ao praças, cabos e soldados que vão estar nesta ação, para pensar duas vezes, pensar um pouco se polícia é para reprimir o povo pobre que luta. E aproveito estes momentos finais para pedir o seu voto para a Frente de Esquerda. Vote para deputado estadual e para deputado federal 50 ou 16 e para senador 161, Geraldo Araújo Batata. E agradeço a quem ficou acordado até agora, muito obrigado e uma boa noite”.
Tarcísio Delgado questionou a briga entre PT e PSDB e saiu em defesa do minério produzido no estado e de uma política mais favorecedora para este segmento. “Permito me perguntar àqueles que tiveram a paciência de nos ouvir até agora, que estão nas suas casas, se Pimenta da Veiga tem razão ao dizer que todas as desgraças de Minas vêm do governo federal ou Fernando Pimentel tem razão a dizer que todas as desgraças de Minas são do governo estadual. Um diz que é o outro, o outro diz que é o outro e fica este jogo de empurra e as coisas não vão adiante. Então esta é a primeira indagação que eu faço. E me permito pedir ao espectador que olhe bem isto, que analise bem isto. Veja estas palavras dos candidatos. Quero dizer neste final que, se chegasse ao governo de Minas, eu ia fazer novamente uma Minas inconfidente. Minas na sua exploração do seu solo e do seu subsolo. Nos faz lembrar aqueles poetas de Vila Rica, que juntamente com Tiradentes se levantaram contra a esfoliação deste território. Por isso, nós precisamos honrar a memória, não de Silvério dos Reis, como temos feito na política nacional. Mas de Tiradentes e dos grandes poetas que ali sonharam com a liberdade e sonharam com melhores condições contra a esfoliação do nosso estado. Eu quero pedir a todos que considerem isto. Nós precisamos fazer um basta nesta coisa de deixa me deixa, joga na pedra, joga n’água, não. Nós precisamos avançar, fazer coisa diferente. Nós estamos propondo fazer coisa diferente, que fizemos quando ocupamos o poder. Não estamos prometendo fazer uma coisa hipotética, não. Nós fizemos isso quando ocupamos o poder. Por isso eu quero dizer a Minas Gerais que nós precisamos, com referência ao trato do minério, que nós vamos abordar mais nesta campanha, precisamos tomar consciência. E me proponho a fazer uma grande liderança, junto aos governos do Brasil inteiro. Reunir os governadores para ir ao presidente da República e fazer com que seja aprovada alguma coisa na defesa do patrimônio mineiro tão esfoliado, tão perdido. E para encerrar, eu diria: Deus quer, o homem faz, a obra aparece. Nós vamos fazer diferente uma obra para Minas Gerais”.
Pimenta da Veiga fez um resumo de sua carreira política e destacou a democratização da telefonia celular no país como um legado de quando era ministro de FHC. “Eu quero agradecer muito a Rede Bandeirantes de televisão, esta tradicional emissora pela realização deste debate. Quero agradecer aos jornalistas convidados, que nos propiciaram debater Minas, seus desafios, suas potencialidades. Quero agradecer muitíssimo a você, que ficou conosco até aqui, até tarde da noite, em um dia de semana, portanto num dia de trabalho. Obrigado pela sua companhia e pela sua compreensão. O grande vencedor hoje foi o eleitor. Que pôde comparar os candidatos, que pôde comparar as propostas, as ideias. E isso é o princípio básico da democracia. Eu quero agradecer muito a todos e dizer que sou advogado por profissão, mas militante político de longa data. Durante a minha militância estive no Congresso como parlamentar. Fui deputado federal por vários mandatos. Líder do PMDB com a maior bancada da história da Câmara. Fui líder e presidente nacional do PSDB. Fui prefeito de Belo Horizonte, com grande orgulho de ter sido prefeito da capital. Fui ministro de Estado do governo Fernando Henrique. Como ministro, conseguimos democratizar o telefone celular. E fazer algo que muitos não acreditavam. Conseguimos levar o celular a todos os lugares. Conseguimos realizar um antigo sonho. Colocando um celular na mão de cada brasileiro. Por tanto, é com esta militância, e por acreditar que podemos fazer muito por Minas Gerais, que eu quero ver, a educação que hoje em nosso estado é considerada nos seus anos iniciais a melhor do país. Eu quero que seja a melhor em todos os anos do ciclo escolar. A saúde que é considerada hoje a melhor do Sudeste, eu quero que seja a melhor de todo o Brasil. Quero também reduzir as desigualdades entre as pessoas e as regiões. Em Minas, 2 milhões de pessoas saíram da pobreza e da indigência, é isto que quero. Mas para alcançarmos estes objetivos, precisamos da sua companhia. Venha conosco nesta jornada. Eu quero lhes dizer, vai valer a pena. Muito obrigado e até breve”.
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