Fotografias de líderes do regime devem ser retirados de exposição.
Nome de avenida também deve sofrer alteração.
A Prefeitura de São João del Rei, no Campo das Vertentes, pretende retirar do salão nobre do edifício quadros com fotografias de ex-presidentes do Brasil, que governaram o país durante a Ditadura Militar, como Marechal Castelo Branco, Arthur Costa e Silva, Emílio Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo. A justificativa para a retirada é que esses governantes não foram eleitos democraticamente.
A retirada das obras está agendada para o dia 31 de março, data em que o Golpe Militar completa 50 anos. "Nós reconhecemos que eles fizeram parte da história do Brasil, uma história muito triste que ainda está sendo contada. Várias famílias estão trabalhando para recuperar os corpos de seus filhos. Ainda há pessoas desaparecidas", explicou o assessor Executivo da Prefeitura, Sálvio Penna. A medida prevê a colocação das fotos de dois outros presidentes que não fazem parte do acervo: Fernando Color de Mello e Itamar Franco.
Para o historiador da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), Afonso Alencastro, a ação não apaga o passado político do Brasil, mas abre espaço para uma discussão sobre o período do regime militar no país. "Eu vejo que não é uma iniciativa isolada da Prefeitura. Esse debate também ocorre no Rio de Janeiro com a ponte Rio-Niterói para mudança também do nome, que é Garrastazu Médici. Acho que tem um fim educativo e é interessante ter provocado essa discussão", explicou o historiador.
Além dos quadros, a Prefeitura também pretende modificar o nome da Avenida 31 de Março, acesso principal da cidade sentido BR-040. De acordo com a Prefeitura, o nome da via deve ser mudado por fazer referência ao golpe e a proposta é de que ela passe a chamar Avenida dos Imigrantes. A mudança não tem data para ocorrer e a Prefeitura garante que a substituição do nome ainda vai ser discutida com a comunidade.
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