Público aguarda desenrolar após cancelamento de evento em Juiz de Fora.
Procon acompanha o caso e orienta quem comprou ingresso para show.
Surpresa, decepção, descaso e esperar para saber o que vai acontecer. Esse é o sentimento do público que esperava conferir o show da banda Chiclete com Banana, previsto para esta sexta-feira (24) em Juiz de Fora. Os organizadores do evento afirmam que irão tentar negociar uma nova apresentação do Chiclete com Banana na cidade. O superintendente da Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), Nílson Ferreira Neto, reforçou que o caso será acompanhado e os consumidores que tiverem dúvidas devem procurar o setor, em Juiz de Fora. A apresentação do show da banda foi cancelada após interdição do Corpo de Bombeiros nesta sexta. Segundo eles, a estrutura montada no Parque de Exposições para o show estava em desacordo com a lei de prevenção contra incêndio e pânico.
O G1 conversou com pessoas que compraram o ingresso de pista e de camarote para o evento. A jornalista Lidiane Souza veio de Rio Pomba, na Zona da Mata, onde trabalha, para ir ao show com irmã e uma amiga de infância. “Nós combinamos de ir para relembrar nossos velhos tempos”, contou. Elas compraram ingressos para ficar no público, cada um custando R$ 60, além da doação de 1 kg de alimento. “Fomos surpreendidas com a notícia. Minha irmã me avisou e a gente buscou informação na imprensa e nas redes sociais”, contou. Agora o trio aguarda os desdobramentos do cancelamento e, no caso de Lidiane, uma indefinição. “Estamos esperando o posicionamento. Só que, se houver remarcação, dependendo da data, talvez eu não possa vir”, afirmou.
Decepção é o sentimento da professora Márcia Tavares que comprou ingressos para camarote junto com o irmão e a namorada e mais três amigos. “Ficamos completamente decepcionados com essa situação. A gente planejou isso há dois meses. Agora ninguém está querendo ir em uma nova data”, desabafou. Segundo Márcia Tavares, a entrada feminina custou R$ 120 e a masculina, R$ 150, porque foram adquiridas no primeiro lote de vendas. “Vamos aguardar para saber o que vai acontecer, se terá devolução, se será remarcado”, lamentou. Ela considerou que os organizadores não esclareceram rapidamente a situação. “Não houve nenhum pronunciamento oficial dos organizadores. Ficamos sabendo tudo por terceiros, redes sociais e a imprensa. Rolou uma decepção geral. A gente achou um pouco de descaso. E aí fica um sentimento de desconfiança”, reforçou.
O analista fiscal Guilherme Nascimento disse que a confirmação do cancelamento foi descoberta muito tarde. “Eu só soube que não teria por volta de 21h30, 22h. Vi nas redes sociais pessoas reclamando que já tinham se deslocado para Juiz de Fora”, comentou. Ele e um grupo de amigos compraram ingressos do 5º lote para camarote, no valor de R$ 170, e agora aguarda a solução dos organizadores. “A intenção é esperar para ver o que acontece. Se demorar muito, a gente toma as providências cabíveis. Acho que ter outro show da banda é a melhor opção para os organizadores”, considerou.
Procon acompanha caso
De acordo com o Procon, Superintendente Nílson Ferreira Neto, cabe aos organizadores esclarecer as providências em andamento, conforme o Artigo 6 Inciso III do Código de Defesa do Consumidor. “É o direito amplo de informação, os organizadores têm que deixar bem claro o que será feito, de forma imediata, seja de forma pública nos meios de comunicação e também encaminhar ao Procon quais medidas eles vão tomar”, afirmou. Nílson ainda destaca que a responsabilidade pelo caso é dos organizadores. “Eles deveriam ter verificado previamente todas as providências necessárias e as devidas autorizações para realização do evento”, reforçou.
Segundo Nílson Ferreira Neto, o cancelamento permite vários desdobramentos. Quem comprou ingresso e não quiser esperar tem direito à restituição imediata. “Está previsto no Código, a pessoa deve entrar em contato com a organização para ser ressarcido”, esclareceu. Outra possibilidade envolve a remarcação da apresentação. “Em caso do cliente não poder comparecer na nova data do show, ele pode procurar a organização e pedir o ressarcimento também”, disse Nílson. Se o evento não for realizado, a hipótese de processo não está descartada. “E em caso de não realização mais do show, aquele consumidor que ficou frustrado ou que teve gastos extras, sofreu danos morais. Eles têm direito de acionar a Justiça por dano moral, tanto pelo gasto que tiveram pelo dano material como pela frustração da expectativa para a realização do show”, concluiu.
Os consumidores que tiverem dúvidas ou quiserem orientação podem procurar o Procon, localizado na Avenida Presidente Itamar Franco, nº 992, Centro. O horário de funcionamento é de 8h30 às 17h30.
Organizadores tentam a remarcação
Um dos organizadores, Sílvio Lopes, explicou neste sábado (25) ao G1 que foram feitas melhorias ainda na sexta para tentar manter o evento, mas o local continuou interditado. Ele disse que haverá uma reunião na próxima semana com os empresários do Chiclete com Banana, em Salvador, para tentar a remarcação da data até fevereiro, já quem em março Bell Marques já não estará mais no grupo. Ainda segundo o organizador, as providências e orientações para quem comprou ingresso serão divulgadas após essa reunião.
Estrutura irregular
Segundo informações dos bombeiros, repassadas na tarde de sexta, durante vistoria no local a estrutura montada estava em desacordo com a Lei 14.130 de 19 de dezembro de 2001, que dispõe sobre a prevenção contra incêndio e pânico no Estado. O subcomandante da 5ª Companhia de Prevenção e Vistoria, tenente George André dos Santos Sant’Ana, explicou que havia irregularidades na estrutura temporária para o evento.
http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2014/01/decepcao-diz-fa-sobre-show-cancelado-do-chiclete-com-banana.html
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