13 de Setembro de 2013 - 07:00
Por Wallace Mattos
Agora é oficial: o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) publicou nessa quinta-feira (12) o edital de citação convocando para o julgamento do caso da partida entre Tupi e Aparecidense-GO, realizada no último sábado, em Juiz de Fora, pelas oitavas de final da Série D do Campeonato Brasileiro. Como estava previsto, a apreciação da matéria em primeira instância será feita na próxima segunda-feira, em sessão da Primeira Comissão Disciplinar, a partir das 18h. O processo é o terceiro na pauta de julgamentos do dia e, se o resultado não agradar a qualquer das partes, cabe recurso ao Pleno na entidade.
Foram denunciados no caso o massagista da Aparecidense, Romildo Fonseca da Silva, o Esquerdinha, que invadiu o campo e impediu o gol que daria a vitória e a classificação ao Carijó para as quartas de final da Série D no último sábado, e o clube de Goiás. Ambos foram enquadrados pela procuradoria do STJD no parágrafo único do artigo 254-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), por "atuar, de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida". A legislação ainda diz que "se do procedimento atingir-se o resultado pretendido, o órgão judicante poderá anular a partida, e as penas serão de multa de R$ 100 a R$ 100.000, e suspensão de 12 a 24 partidas se praticada por integrante da comissão técnica".
Além do massagista e da Aparecidense, também foi denunciado o árbitro do jogo, o baiano Arilson Bispo da Anunciação, no artigo 261-a do CBJD, por "deixar de cumprir as obrigações relativas à sua função" ao não interromper a partida por conta da presença de uma pessoa que não os atletas no campo de jogo. Sua pena pode ser uma suspensão de 15 a 90 dias, com ou sem uma multa que varia de R$ 100 a R$ 1 mil.
Agradou
A denúncia da Procuradoria do STJD agradou o departamento jurídico do Carijó. Mas a dupla formada pelo advogado juiz-forano Felipe Fortuna e o carioca Mário Bittencourt deseja ir além dela, mantendo o pleito de eliminação da Aparecidense da Série D e a consequente classificação do Alvinegro de Santa Terezinha para as quartas de final. "Os procuradores do Tribunal mostraram que estão atentos aos fatos denunciando o massagista, o clube e o árbitro, mas, em nossa argumentação, estaremos indo além. O que o Tupi quer é a eliminação da Aparecidense por entender que a remarcação beneficiaria quem deu causa a toda a confusão. Essa é uma questão interpretativa de quem vai julgar, e seguiremos firmes nesse pedido", disse Fortuna.
Ansiedade e treinamento
Quinta, o treino do elenco do Tupi foi realizado no campo da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Os jogadores realizaram uma atividade técnica usando apenas metade do gramado e não esconderam a vontade de que a próxima segunda-feira, quando começa a se definir o caso nos tribunais, chegue logo. Segundo o volante Genalvo, a situação gera ansiedade, e o pensamento é enfrentar o oponente das quartas de final. "A gente está ansioso pelo fato de ter que esperar a próxima semana. Gostaríamos que fosse rápido para podermos jogar contra o Mixto, pois o justo é nos classificarmos. Espero que a justiça prevaleça. Conquistamos essa vaga dentro de campo e temos que confirmar ela fora também", lamenta o jogador que, em seus 20 anos de futebol, nunca tinha passado por situação semelhante.
Genalvo vai ser um dos beneficiados pela parada forçada que o Tupi terá na Série D. Com uma torção no tornozelo esquerdo, o volante vai usar o tempo extra sem jogos para se recuperar, assim como os zagueiros Silvio e Fabrício Soares; os laterais Henrique e Rafael Estevam; e o meia Michel. "É bom que recuperaremos alguns atletas que vêm sentindo dores. Podemos usar essa parada para ficarmos 100% e, na hora que chegar a decisão, estarmos aptos a mostrar um bom futebol", deseja o cabeça de área, único dos jogadores contundidos a fazer atividades quinta, com uma corrida leve na pista de atletismo da UFJF.
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