08 de Setembro de 2013 - 07:00
Avenida Rio Branco foi palco do tradicional evento de civis e militares e também dos protestos que se seguiram sem intercorrências
Por Sandra Zanella e Gracielle Nocelli
Cento e noventa e um anos depois do grito da Independência do Brasil, o 7 de Setembro foi comemorado em Juiz de Fora com o tradicional desfile cívico-militar na Avenida Rio Branco. Milhares de pessoas acompanharam o evento, que teve início às 9h, no trecho entre a ruas Braz Bernardino e Floriano Peixoto, pela pista central no sentido Bom Pastor/Centro. Após a marcha de cerca de dois mil militares do Exército, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, viaturas motorizadas, incluindo as de órgãos ligados à segurança pública, como polícias Civil e Rodoviária Federal, e a Escolta Prisional, chamaram a atenção dos presentes, principalmente das crianças. A apresentação militar foi seguida pelo desfile civil, que teve como ponto alto a passagem de alunos e professores de escolas públicas e particulares, algumas delas com suas fanfarras. Estudantes e representantes de instituições civis também aproveitaram a oportunidade para levar às ruas em faixas e cartazes mensagens para um país melhor, com saúde e educação de qualidade. Apesar de em outras cidades do país terem ocorrido confrontos envolvendo manifestantes e polícias, em Juiz de Fora o desfile foi tranquilo, sendo seguido do Grito dos Excluídos, sem intercorrências.
Em um palanque montado em frente ao Parque Halfeld, autoridades do município acompanharam a festa ao som das bandas de música do Exército e da PM. Para o prefeito Bruno Siqueira (PMDB), "a participação das famílias reforça o espírito cívico que a data proporciona". O vice-prefeito Sérgio Rodrigues (PMDB) disse ter se lembrado da infância e adolescência, quando participava dos eventos. "É uma oportunidade de reviver o que passei naquela época."
O comandante da 4ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha), general Francisco Brito, lembrou a história política do Brasil. "A participação do Exército foi significativa para a conquista da Independência. Mas o 7 de Setembro a cada ano tem nos mostrado a interação entre o meio militar e o civil, com vários representantes do segmento civil participando dessa festa, que é de todo o Brasil, e não só das instituições militares."
O chefe do 4º Departamento de Polícia Civil, delegado geral Rogério de Melo Franco Assis Araújo, também fez questão de comparecer. "É um dia festivo, e a Polícia Civil é uma instituição de 204 anos que, com satisfação, participa." O assessor de comunicação organizacional da 4ª Região da PM, major Jeferson Ulisses Pires, destacou os trabalhos preventivos e educacionais realizados pela corporação. Durante a passagem das viaturas, as crianças se divertiram com a presença do mascote Leão Dare, do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), e do boneco PM Amigo Legal. "Nosso mote principal hoje é de ações preventivas, com o intuito de evitar que o crime aconteça."
Ainda segundo major Ulisses, a segurança do evento foi feita por 200 policiais militares, incluindo homens do Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate). "Tudo transcorreu dentro da normalidade da manifestação democrática."
Público
Pela primeira vez, o consultor Luciano Villar, 37 anos, e a esposa, Rossane Villar, 34, mostraram à filha, 3, o espetáculo. "Acho importante despertar nela, desde cedo, o espírito de patriotismo e civilidade", disse Luciano. Após balançar a bandeira do Brasil e se encantar com os militares, a menina acabou dormindo no colo do pai. Já as filhas da dona de casa Ana Debora Pereira Oliveira, 38, não piscaram os olhos durante a comemoração. Segundo a mãe, apesar de terem apenas 7 e 10 anos, as crianças fizeram questão de sair de Santo Antônio de Pádua (RJ) e viajar cerca de duas horas e meia. "Meu irmão é bombeiro e desfilou de moto. A mais velha até deixou de participar do evento do colégio para poder vir." Com 82 anos, Heloísa de Melo Santos perdeu a conta de quantas paradas assistiu. "É uma festa bonita da Independência."
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