Com 50 milhões de discos vendidos, o cantor Benito Di Paula, 72, está numa situação que nunca pensou enfrentar: seu casarão no Morumbi (SP), onde mora há 30 anos, será desapropriado pelo Metrô de São Paulo para a construção da linha 4-Amarela.
A briga envolve o preço do imóvel — enquanto o governo ofereceu R$ 550 mil, o músico avalia a casa em R$ 4,5 milhões.
Famoso nos anos 70 por músicas como Charlie Brown e Mulher Brasileira, Benito Di Paula é dono de um sobrado de 900 m² (500 m² construídos) com piscina no Morumbi, zona oeste da capital. Ele conta que as negociações com o Metrô não têm sido amigáveis.
— Poderia vir uma pessoa e conversar educadamente, explicar os procedimentos. Mas não, eles mandaram uma intimação informando que eu perderei minha casa. Eles não falam com você, eles te intimidam.
O cantor afirma que o casarão, comprado no início dos anos 80, foi avaliado abaixo do seu valor real por um perito do governo.
— Primeiro eles ofereceram R$ 550 mil, sendo que eu vi apartamentos pequenos à venda nesse valor aqui no bairro. Ele [perito] chega e coloca um preço como se fosse a casa dele.
Nascido no Rio de Janeiro, Benito conta que tem uma família simples e ainda é responsável por parte do sustento de seus dez irmãos.
— Eu sempre fui o arrimo de família [responsável pelo sustento]. Muita gente diz que eu devia estar rico, mas é difícil juntar dinheiro e manter uma família grande. Tem alguns [irmãos] casados, mas sempre pedem algo.
O músico da MPB relembra que trabalhou em cabarés e morou em favelas na cidade maravilhosa antes de vir a São Paulo.
— Com muito orgulho digo que vou ceder minha casa para um metrô que vai passar na favela, isso é legal pra caramba!.
Não por acaso, houve uma “aproximação natural” do cantor com seus vizinhos da favela de Paraisópolis, no Morumbi.
— Certa vez teve falta de água na comunidade, aí eu coloquei uma mangueira pra eles [vizinhos] pegarem água, dar banho nas crianças, fazer comida... Eu considero muito o pessoal da vizinhança, sempre educados, solícitos e atenciosos comigo.
Benito, que mora com o filho mais velho Rodrigo Velloso (foto), comenta que não tem a mesma proximidade com os vizinhos endinheirados do Morumbi e critica a ação do Metrô na desapropriação de sua casa.
— O próprio governo fazendo isso com a gente? Não pode. Se eles fazem isso aqui no Morumbi, imagina o que eles fazem na periferia?.
O cantor comenta que, após avaliar sua casa em R$ 500 mil, o metrô subiu a oferta para R$ 1,1 milhão. Mesmo assim, afirma que o valor ainda está abaixo da média dos imóveis parecidos na região.
— Eu não quero o valor que eu paguei, mas o valor que me possibilite comprar uma casa idêntica ou parecida com a minha.
Quando comprou a mansão no início dos anos 80, Benito pagou 4,5 bilhões de cruzeiros — equivalente a cerca de R$ 4,5 milhões atualmente, de acordo com as contas do cantor. Ele diz, porém, que aceita metade desse valor.
— Nem o valor que oferecem, nem o valor que seria. Eu quero colaborar e não estou infeliz com o metrô, mas com o que o Metrô está fazendo. Com certeza isso não está acontecendo só comigo.
O drama de Benito, porém, pode ocorrer com qualquer proprietário de imóvel. Veja a seguir as dicas do presidente da comissão de precatórios da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Marcelo Lobo, sobre o que fazer nesta situação .
Muito triste!!!Se fosse a casa de algum político a avaliação seria alêm do valor real.Isso é o Brasil!!! Idymar Marques Ferreira. Belo Horizonte.
ResponderExcluirGOVERNO SEMPRE FOI SACANA COM O CIDADÃO, QUANTO A ISTO NÃO HÁ DÚVIDAS.QUANTO A DIZR QUE TODOS PERITOS SÃO DE CONFIANÇA, DISCORDO!!! POIS EXISTE MUITOS PERITOS SAFADOS TAMBEM, CORRUPTOS!!!
ResponderExcluirE triste
ResponderExcluirRealmente muito lamentável essa situação que passa o Benito ... Eles teem que ser justos ! Por que pagar menos ?
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