O Comando Militar do Leste impediu nesta quarta-feira (21) a visita de membros da Comissão Estadual da Verdade do Rio ao 1º Batalhão de Polícia do Exército, onde funcionava o DOI-Codi durante a ditadura militar.
O objetivo da comissão era pressionar para que o prédio seja tombado e se torne um centro de memória sobre a tortura praticada durante o regime militar. No local, foi preso e torturado o ex-deputado federal Rubens Paiva.
O grupo chegou ao local pela manhã e não teve a entrada autorizada. De acordo com Wadih Damous, presidente da comissão, o Exército havia sido notificado sobre a visita, mas informou que não permitiria a entrada.
"Dois coronéis enviaram ofício ontem dizendo que a entrada não seria permitida. Mas fomos mesmo assim, trata-se de uma repartição pública. O dono do Exército é o povo", disse ele.
Damous se reuniu à tarde com o general Francisco Carlos Modesto, comandante militar do Leste, para tentar viabilizar a visita. Segundo o presidente da comissão, o oficial informou que a entrada só seria autorizada com aval do Comando do Exército.
"Não vou pedir ao comandante do Exército, mas sim ao ministro da Defesa [Celso Amorim], que é a autoridade máxima das Forças Armadas. Essa negação é resquício da ditadura. Os militares ainda não se adequaram à democracia", disse Wadih Damous.
O Comando Militar do Leste afirmou, segundo o telejornal "RJTV", da TV Globo, que a visita não foi autorizada porque a comissão não tem respaldo legal para fazer diligência em área administrada pelo governo federal.
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