23 de Maio de 2013 - 21:14
Categoria, que rejeitou índice de correção salarial de 6,5%, quer aumento real de 10%; negociações serão retomadas nesta sexta
Por Ricardo Miranda
Os servidores públicos municipais rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 6,5% apresentada pela Prefeitura. O índice recompõe as perdas inflacionárias dos últimos 12 meses, com base no IPCA, e seria aplicado já a partir de maio. As categorias do funcionalismo público representadas pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinserpu) consideram o percentual muito aquém da reivindicação inicial de 10% de ganho real, além da correção inflacionária. Com a recusa, definida nesta quinta-feira (23) durante assembleia, as negociações devem ser retomadas ainda nesta sexta. Por ora, não há deliberação quanto à paralisação ou greve. O presidente do Sinserpu, Amarildo Romanazzi, pediu aos trabalhadores para manterem a mobilização. Ele informou que, como a proposta tinha validade apenas até assembleia, as conversas com a Prefeitura devem ser reiniciadas da estaca zero.
Além do índice, considerado baixo, a maioria dos servidores discordou também da proposta de reajuste do tíquete-refeição de 12,9%. Com o novo percentual, o benefício seria elevado para R$ 140. Em suas manifestações, vários trabalhadores defenderam a elevação para R$ 150 e mudanças na forma de pagamento. Atualmente, metade do tíquete é pago de acordo com a assiduidade do servidor. Quanto a isso, a Prefeitura havia proposto algumas mudanças, como maior tolerância na aceitação de atestados médicos. Outro aspecto que, segundo membros de várias categorias, não havia sido contemplado pelo Executivo envolve a ampliação da progressão nas carreiras. Especificamente em relação a Amac, o Sinserpu havia negociado o mesmo percentual dos demais servidores, ou seja, de 6,5%, mas para incidir apenas nos valores repassados para folha de pagamento do órgão.
Ao apresentar a proposta da Prefeitura, Amarildo Romanazzi ressaltou a boa evolução das conversas com Executivo na atual campanha salarial. Para ele, o fato de os secretários de Administração e Recursos Humanos, Alexandre Jabour, e de Fazenda, Fúlvio Albertoni, serem servidores de carreira ajudou na busca de entendimento. O dirigente do Sinserpu revelou ainda que, diferentemente das últimas administrações, em nenhum momento o reajuste de 10% a cada triênio sofreu ameaças. Os argumentos pró-Governo, no entanto, não conseguiram arrefecer os ânimos dos trabalhadores. Ao contrário, a postura de Amarildo Romanazzi foi criticada duramente durante algumas intervenções. Ao menos duas vezes, o sindicalista recorreu ao fato de ter declarado apoio à candidata Margarida Salomão (PT) nas últimas eleições municipais para justificar sua isenção em relação à administração do prefeito Bruno Siqueira (PMDB).
Com a deliberação da assembleia do Sinserpu, apenas o Sindicato dos Professores (Sinpro) fechou o índice de reajuste salarial. Na última semana, após interferência do Judiciário, os docentes conseguiram reposição de 6,5%. Do índice aprovado, 4,63% será retroativo a janeiro como forma de abono, valor que será pago de forma escalonada até janeiro do ano que vem.
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