quarta-feira, 1 de maio de 2013

ALÔ PJF: Instituições passam aperto sem verba da PJF


01 de Maio de 2013 - 06:00


Uma das entidades diz já enfrentar racionamento de alimentos para seus atendidos

Por Tribuna

A falta de repasse de recursos da Prefeitura a 22 entidades de assistência social credenciadas já compromete o funcionamento das atividades das instituições e há até informação de racionamento de alimentos. Conforme foi revelado pelo presidente do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), Ronaldo Gonçalves de Oliveira, em uma audiência pública realizada na segunda-feira, na Câmara Municipal, o problema está ocorrendo há pelo menos três meses. "Isso agrava ainda mais a situação das entidades, que já realizam um trabalho que é de responsabilidade do Poder Público e empregam um esforço diário para não terem suas atividades interrompidas, mesmo quando recebem as verbas."
No Educandário Carlos Chagas, localizado no bairro de mesmo nome, na Zona Norte, a situação nesta terça-feira (30) era preocupante. Para o lanche da tarde, havia apenas dez pães para alimentar 30 pessoas e ainda se pensava nas alternativas para suprir a necessidade. O freezer vazio revelava a falta de solução para o problema. Legumes e verduras também estavam acabando, assim como o leite, os produtos de limpeza e as fraldas geriátricas. "Parte dos nossos assistidos são doentes mentais e tomam remédios muito fortes, por isso precisam se alimentar bem", contou uma funcionária da entidade. "A verdade é que os recursos que recebemos não são suficientes. Mas sem eles fica ainda pior, tive que fazer empréstimos em meu nome para conseguir manter o funcionamento", desabafou o superintendente do Educandário, Mário Albino Martins.
Em outras entidades, os reflexos da ausência dos recursos podem chegar até a folha de pagamento dos funcionários. "Em uma instituição de assistência, o lucro não é financeiro, é social. Tudo reflete na qualidade da vida dos usuários atendidos. Se não pagarmos nossos colaboradores, como poderemos alcançar esse fim? Até o momento, conseguimos nos sustentar com uma poupança programada para dois meses", diz a diretora administrativa do Instituto Médico Psicopedagógico (Imepp), Ana Maria Vieira. O relato é dado com preocupação, já que a alternativa não poderá ser utilizada por muito tempo. O Abrigo Santa Helena, que atua há 97 anos, oferecendo asilo para idosos, também diz estar enfrentando um momento difícil e luta para garantir o salário dos seus 80 funcionários, que ajudam a cuidar dos 140 assistidos.
Durante a realização da audiência pública, o secretário de Assistência Social, Flávio Cheker, admitiu o problema, resultante de um atraso nos convênios, mas afirmou que os contratos serão assinados nos próximos dias, com repasse dos recursos do primeiro trimestre bem como o pagamento adiantado do segundo trimestre deste ano. A assessoria de imprensa da pasta também afirmou que os valores serão enviados, em breve, às instituições com um reajuste de 7% em relação ao ano anterior.

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