Ordem do Dia alusiva ao Dia da Vitória
Rio de Janeiro, 8 de maio de 2013
Ao recordarmos, no dia de hoje, os sacrifícios e as glórias do Brasil na Segunda Grande Guerra, temos a
oportunidade de refletir sobre o papel de nosso país nos destinos da humanidade.
Em agosto de 1942, reagindo a atos de agressão direta contra seus cidadãos, seu patrimônio e seus interesses,
o Brasil não teve alternativa senão declarar-se em estado de beligerância contra países do Eixo.
A paz sempre fora nosso ideal, e continuaria a sê-lo.
Mas, naquele momento crítico da História, nossa posição pacífica exigiu o amparo das armas.
Os marinheiros, soldados e aviadores que lutaram pela proteção do Brasil e pela libertação da Itália prestaram
o mais alto serviço pela paz mundial.
Aos que tombaram pela Pátria, dirigimos especial reverência hoje: às centenas de vítimas civis e militares
da Batalha do Atlântico, que pereceram nos ataques à Força naval e à marinha mercante; e aos vários soldados e
aviadores mortos no teatro de operações europeu.
A 8 de maio de 1945, há exatos 68 anos, seu sacrifício foi compensado pelo triunfo das forças democráticas.
Manter viva a memória de seus gloriosos feitos é um dever indeclinável da sociedade brasileira, cuja
independência foi preservada pelo desassombro desses combatentes.
As ações da Força Expedicionária Brasileira e do Primeiro Grupo de Aviação de Caça na Itália, e da Marinha no
Atlântico Sul, contribuíram para que o Brasil tivesse um lugar destacado na criação de uma ordem internacional
mais justa e pacífica.
Nosso país tem procurado assumir responsabilidades compatíveis com a elevada posição que ocupa no
mundo.
Gostaria de mencionar as muitas centenas de militares brasileiros que, neste exato instante, encontram-se
no exterior atuando sob a bandeira das Nações Unidas, dando sequência, em tempo de paz, ao sacrifício feito por
homens e mulheres durante a guerra.
Na guerra ou na paz, o Brasil não se furta a honrar seu compromisso com a causa da humanidade.
Um país pacífico não pode ser confundido com um país indefeso.
Compreendemos com clareza, ao assistirmos a cerimônia deste Oito de Maio, quanto é importante que nós
brasileiros cuidemos de nossa segurança.
No mundo cheio de incertezas em que vivemos, é cada vez mais verdadeiro o axioma de que a defesa não é
delegável.
Apenas com adequadas capacidades dissuasórias evitaremos ameaças à soberania nacional e preservaremos
as instituições que nos são caras, a começar pela democracia e pelo Estado de Direito.
Só assim estaremos também aptos a zelar pelos vastos recursos naturais de que dispomos.
Congratulo a todos os agraciados com a Medalha da Vitória: de diferentes maneiras, a ação das Senhoras e dos
Senhores tornou realidade nosso compromisso com um país seguro e com um mundo mais pacífico.
Embaixador Celso Amorim
Ministro de Estado da Defesa
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