0 de Abril de 2013 - 06:00
Obra faz parte de série de intervenções, que inclui ainda bairros JK e Três Moinhos; situação crítica permanece em outros bairros
Por Eduardo Valente
Cinco anos após a demolição de 13 casas em uma área de encosta no Bairro Santa Tereza, região Sudeste, teve início nesta terça-feira (09) a construção de um muro de contenção no local, que abrange as ruas Edgard Carlos Pereira e José Ladeira. Orçada em R$ 3.023.047,97, a obra faz parte de uma série de intervenções que será realizada nas áreas de risco de Juiz de Fora. Depois do Santa Tereza, a previsão é que também recebam a atenção do município as encostas condenadas nos bairros JK e Três Moinhos, com prazo estipulado de 18 meses para a conclusão dos trabalhos. Neste primeiro lote, serão investidos R$ R$ 6.685.002,32, provenientes do fundo perdido do Ministério das Cidades do Governo federal. No total, o município tem garantido R$ 40 milhões, que devem ser utilizados em até 74 pontos vulneráveis já identificados pela Defesa Civil.
Entre as outras áreas de risco já identificadas na cidade, algumas são definidas como prioritárias pela atual Administração Municipal. Neste grupo estão os casos da Rua Rosa Sfeir, no Grajaú, Zona Sudeste, onde quatro casas estão interditadas pela Defesa Civil desde janeiro de 2011, e também na Rua Doutor Sebastião de Andrade, no Eldorado, Zona Nordeste, com outros 14 imóveis condenados desde o fim do ano passado. A Tribuna esteve nos dois locais nos últimos dias e constatou que os moradores estão descrentes de soluções a curto prazo.
Na Rua Rosa Sfeir, o cenário é de abandono de uma das casas mais prejudicadas com a movimentação do barranco dos últimos períodos chuvosos, principalmente com o crescimento da vegetação no entorno. A proprietária do imóvel, a auxiliar administrativa Maria Auxiliadora Ferreira, 56 anos, lamenta não receber ajuda financeira para se manter. "Hoje pago um aluguel simbólico para viver na casa de amigos. O pior é que ainda me cobram o IPTU da casa condenada", afirmou.
Situação semelhante é encontrada no Eldorado. A casa do marceneiro Jorge Luiz Teixeira, 46, é uma das condenadas pela Defesa Civil, mas ele resolveu continuar no local para proteger o patrimônio. "Durmo na sala (de frente para a rua). Em caso de qualquer chuva ou barulho conseguirei sair a tempo. Vivo aqui desde que nasci. Meus pais, de 81 anos, sendo 58 nesta casa, resolveram sair e vivem de aluguel. Hoje a aposentadoria deles serve para duas despesas: o aluguel de R$ 800 e a compra de medicamentos", lamentou.
Outras intervenções
Estas duas áreas de contenção estão incluídas no segundo lote de intervenções previstas com recursos do Ministério das Cidades, que deve atender a cerca de 30 bairros do município. Para que estas correções tenham início, a Secretaria de Obras aguarda a conclusão do processo licitatório. Conforme a assessoria de imprensa da pasta, a empresa que venceu a concorrência pública desistiu das obras e, como determina o edital, o serviço foi oferecido à empreiteira vencedora do primeiro lote, que já realiza intervenções no Santa Tereza. Caso não aceite, uma nova licitação deverá ser marcada.
Segundo o subsecretário de Defesa Civil, Márcio Deotti, desde janeiro, o órgão está dividido em duas frentes de trabalho. A primeira cuida das ocorrências, enquanto a segunda compõe um departamento de prevenção, que estuda os chamados com objetivo de agilizar as intervenções necessárias. "Quando é uma demanda que pode ser resolvida de imediato, acionamos nosso setor operacional. Caso contrário, quando precisa de um estudo maior, enviamos o caso para a subsecretaria de projetos que, entre outras determinações, busca os recursos necessários."
Deotti informou que, apenas entre 1º de janeiro e esta terça-feira, a subsecretaria realizou 956 atendimentos no município, sendo 261 por orientações técnicas preventivas.
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