quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

JF e região têm casas noturnas interditadas


05 de Fevereiro de 2013 - 21:26

Ações são pontuais porque Bombeiros têm efetivo reduzido para demanda em vários setores

Por Flávia Crizanto

Pelo menos seis estabelecimentos foram interditados em Juiz de Fora e região nos últimos dias em uma ação conjunta desencadeada pelo Corpo de Bombeiros. No estado de Minas, foram pelo menos 53 fechamentos de casas noturnas irregulares. As medidas foram tomadas depois da tragédia que matou mais de 230 pessoas em uma boate de Santa Maria (RS), no dia 27 de janeiro.
Em Juiz de Fora, a operação envolve, além dos Bombeiros, a Secretaria de Atividades Urbanas, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) e Polícia Militar. O objetivo na ação local é fiscalizar pontos que tenham recepção de público, como as casas de eventos e shows. Até esta terça-feira (5), cerca 20 estabelecimentos já haviam sido vistoriados, sendo dois interditados nas zonas Sudeste e Nordeste, e seis receberam solicitação de mudança de alvará por causa do ramo de atividades. Na região, ações também estão acontecendo e culminaram com fechamentos de estabelecimentos nas cidades de São João del-Rei, Viçosa, Astolfo Dutra e Muriaé.
Além da ação executada nas boates, os Bombeiros são responsáveis por fiscalizar todas as edificações destinadas ao uso coletivo, prédios, shoppings, cinemas, que, para serem consideradas seguras, precisam obter o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), conforme regulamenta a Lei Estadual nº 14.130/2001. Entre 1º de janeiro e 1º de fevereiro deste ano, 329 pedidos de alvará de funcionamento foram solicitados à Prefeitura de Juiz de Fora, o que, segundo a assessoria da Secretaria de Atividades Urbanas, não significa que serão concedidos ou precisarão passar por vistoria. 
Demanda
Com um efetivo de 29 homens para realizar esses serviços, o Corpo de Bombeiros também precisa atender outras 30 cidades da região. Para o assessor de comunicação da corporação, capitão Marcos Santiago, essa realidade ainda é melhor do que a encontrada no restante do estado. "Para dar conta, temos que compartimentar nosso trabalho de acordo com as necessidades. Existe o momento de dar atenção ao Centro da cidade, depois ao carnaval, clubes, cachoeira, chuva. Não conseguimos fazer tudo ao mesmo tempo."
O comandante da Companhia de Prevenção dos Bombeiros, capitão Leonardo Nunes, explica que a seleção dos locais a serem fiscalizados é feita por amostragem ou quando existe a expectativa de aglomeração de público. "Não há uma frequência específica, o trabalho é realizado continuamente. Foi a caso do Centro. Desde o incêndio de 2011 (no cruzamento da Rua Floriano Peixoto com Avenida Getúlio Vargas), visitamos mais de 200 estabelecimentos. Ali temos uma grande concentração de prédios antigos, construídos com escadas sem proteção, corredores estreitos. Isso nos preocupa. Para resolver a situação, propomos uma compensação, aumentando o número de extintores e detectores de fumaça, por exemplo."
De acordo com o Corpo de Bombeiros, os pedidos de vistoria estão aumentando. As especificações para obtenção do auto de vistoria variam de acordo com os tipos de estabelecimentos, que são classificados em quatro modalidades: brancas, verdes, amarelas e vermelhas. Nas duas últimas categorias, existe a necessidade de apresentação do projeto de segurança contra incêndio e pânico, elaborado por um profissional especializado do Crea. O engenheiro é responsável por determinar os itens de segurança necessários de acordo com a área e com o público (ver quadro). 

Corporação orienta prefeitos

Para facilitar o repasse de informações sobre segurança, um encontro, com 24 representantes e prefeitos de cidades da região, foi realizado no Anfiteatro de Engenharia da UFJF. O objetivo foi o de orientar sobre a regularização de edificações e os procedimentos necessários na realização de eventos temporários, como carnaval, festas populares, shows e queima de fogos. "Não foi a tragédia de Santa Maria que motivou a reunião. A ação já estava planejada há cerca de um mês, pois a nossa preocupação é também prevenir situações de risco", explicou o comandante da Companhia de Prevenção dos Bombeiros, capitão Leonardo Nunes.
Além desta iniciativa, operações estão acontecendo nas 30 cidades atendidas pelo 4º Batalhão dos Bombeiros. Para a prefeita do município de Rio Novo, Maria Virgínia Ferraz, é preciso estar ainda mais alerta. "Esses esclarecimentos são de extrema importância. A gente tenta se precaver de todas as maneiras. Com últimos acontecimentos, tentamos nos prevenir, ainda mais neste momento que antecede o carnaval."
http://www.tribunademinas.com.br/cidade/jf-e-regi-o-tem-casas-noturnas-interditadas-1.1226915

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