5 de Fevereiro de 2013 - 20:52
Representantes dos professores e do Governo Bruno voltam a se reunir nesta quarta (6) em busca de solução
Por Tribuna
O ano letivo mal começou e já há indicativo de paralisação - programada para esta quarta-feira (6) - dos professores da rede municipal. Além disso, parte dos educadores conseguiu, na Justiça, liminar que garante o cumprimento de um terço da jornada com atividades extraclasse, como determina a Lei do Piso, válida em todo o território nacional, mas que ainda não é cumprida integralmente na cidade. Como os beneficiados pela liminar têm jornada reduzida e os demais docentes estão cumprindo a carga horária integral, há expectativa de as escolas terem dificuldade em fechar o calendário de disciplinas.
Como o retorno das aulas só será feito integralmente na próxima semana - 79 escolas funcionaram na sexta-feira e outras 22 reabriram na segunda-feira - alguns pais e alunos ainda não sentiram o impacto das liminares. "A aula começa às 7h e estamos saindo às 9h30, mas todo início de ano é assim. O horário normal só vai começar mesmo depois do carnaval", disse uma aluna de 13 anos que cursa o oitavo ano do ensino fundamental. Pai de aluno da rede municipal, o taxista Eduardo de Souza diz que ficou sabendo pela vizinha que haverá paralisação nesta quarta. "Estranhei o ano já começar com essa notícia", disse. Já a aposentada Geralda do Carmo, 65, é a avó de estudantes da Escola Municipal Amélia Mascarenhas, e conta que, à tarde, os alunos estão saindo por volta das 15h, conforme informado pelo colégio. Ela confirma que é comum haver carga horária menor na primeira semana e diz não ter conhecimento se algum professor da unidade cumpre jornada diferenciada por conta das liminares. "Fiquei sabendo só da paralisação."
Contudo, nas instituições de ensino, a informação é que os setores administrativos têm se desdobrado para conseguir cumprir os horários de aula. Conforme a coordenadora do Sindicato dos Professores (Sinpro) Aparecida de Oliveira Pinto, neste primeiro momento, "as escolas estão se virando", pois é natural haver um primeiro contato para apresentação dos professores e dos conteúdos. Mas Aparecida explica ser complicado continuar assim. "Logo que as disciplinas começarem de fato, não haverá mais condições, porque não há matemática que consiga fechar um calendário com docentes cumprindo jornadas diferenciadas. Além disso, alguns estão sendo prejudicados por conta do direito garantido aos outros. Os diretores estão desesperados e com razão."
A esperança do Sinpro é que a Prefeitura e a categoria entrem em consenso o mais rápido possível, para que estudantes e professores não sejam prejudicados. O sindicato considerou as conversas realizadas em reunião nesta terça-feira (5) à tarde como preliminares e espera avançar as negociações com o Executivo em novo encontro agendado para esta quarta, à 13h, com a presença da Secretaria de Educação e da Procuradoria-Geral do Município. Antes, às 10h, a diretoria dos representantes dos docentes municipais se reúne para traçar a estratégias necessárias para suprir os anseios da categoria com relação ao período destinado às atividades extraclasses, conforme prevê a Lei do Piso.
Já para os representantes da Prefeitura, o consenso é de que o diálogo com os professores foi restabelecido e existe acordo quanto a proposta a ser analisada. Segundo a assessoria do Executivo, as negociações terão de estar adequadas ao orçamento da PJF, à pedagogia da escola, sem prejudicar o direito do servidor. "Nunca em um início de administração se abriu um diálogo tão intenso com as lideranças sindicais. Isso comprova o objetivo da Prefeitura de ouvir sempre as reivindicações dos servidores e procurar soluções de consenso."
http://www.tribunademinas.com.br/politica/aulas-na-pjf-comecam-com-paralisac-o-por-1-3-1.1226884
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