Na sua segunda tentativa de chegar à Prefeitura de Juiz de Fora, a professora Margarida Salomão (PT) contraiu uma dívida de campanha de R$ 3,3 milhões. A petista obteve receita de R$ 1,49 milhão, mas as despesas fecharam em R$ 4,8 milhões. O déficit, conforme o presidente municipal do PT, Rogério Freitas, será assumido pelo partido. Ele alegou que a arrecadação ficou "abaixo do previsto". O prefeito eleito Bruno Siqueira (PMDB), que disputou o segundo turno com Margarida, terminou disputa com superávit, tendo gasto R$ 1,57 milhão e arrecadado R$ 1,77 milhão. O prefeito Custódio Mattos (PSDB) teve despesa exatamente igual à receita: R$ 2,11 milhões. Os dados sobre as prestações de contas finais de campanha dos candidatos que concorreram no segundo turno das eleições municipais deste ano foram disponibilizadas na última quinta-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A situação de Margarida é semelhante à da maioria dos candidatos do PT em Minas. Levantamento feito pela Tribuna mostra que, nas cidades com os dez maiores eleitorados do estado, os petistas estiveram no páreo em todas e contraíram dívidas em sete delas. O maior déficit foi registrado em Contagem. O deputado estadual Durval Ângelo (PT), que foi derrotado por Carlin Moura (PCdoB) no segundo turno, gastou praticamente o dobro do que arrecadou. Sua dívida é de R$ 3,9 milhões. Mesmo em Governador Valadares e Ipatinga, onde o PT saiu vitorioso, respectivamente, com Elisa Costa e Cecília Ferramenta, as contas de campanha não fecharam. O mesmo acontecendo em Belo Horizonte, com Patrus Ananias (PT), que foi derrotado por Márcio Lacerda (PSB) e ainda ficou com uma dívida de R$ 33,9 mil.
As exceções foram Gilmar Machado (PT), em Uberlândia, e Daniela Correa (PT), em Ribeirão das Neves. Os dois venceram as eleições sem contraírem nenhum centavo de dívida. O primeiro gastou o que arrecadou e zerou o caixa. Já a petista teve até sobra de R$ 2.200. Ainda assim, o saldo do PT junto aos maiores eleitorados de Minas foi negativo. Ao todo, o partido saiu das urnas com R$ 9,29 milhões de dívidas. Do total arrecadado, a maior fatia foi repassada por meio de doações intermediadas pelo partido, as chamadas doações ocultas. A prática não é ilegal, mas impossibilita que se conheça o doador original do dinheiro. Por isso, o recurso é usado por empresas que não querem ter seu nome diretamente associado aos candidatos.
Nas 50 cidades brasileiras onde houve disputa de segundo turno, os cem candidatos tiveram, até a última terça-feira, para apresentar à Justiça Eleitoral suas prestações de contas finais de campanha. O mesmo prazo vigorou para comitês financeiros e partidos. O concorrente que não apresentar as contas eleitorais, conforme o TSE, não pode obter certidão de quitação eleitoral, ficando impedido de obter o registro de candidatura para a próxima eleição por não estar quite com a Justiça Eleitoral. Em Minas, apenas a prestação de contas do candidato à Prefeitura de Montes Claros, Paulo Guedes (PT), ainda não estava disponível no site do TSE.
http://www.tribunademinas.com.br/politica/divida-de-campanha-de-margarida-e-de-r-3-3-mi-1.1195884
Nenhum comentário:
Postar um comentário