Miguezim de Princesa
I
Vi cantador forrozeiro
Leite de pedra tirar,
Assisti Tião Badé
Com um jumento se atracar,
Mas tirar leite de bode
Somente no Ceará.
II
Depois que Joaquim Barbosa
Acunhou no fogareiro,
Deputado Guimarães
Respondeu breve e ligeiro,
Dizendo ter-se criado
Mamando em pai-de-chiqueiro.
III
Guimarães e Genoíno,
Nascidos no Ceará,
Quando eram pequeninos
Não paravam de berrar.
Então alguém já dizia:
O cabrito quer mamar!
IV
De tanto mamar no bode,
Beber mel de mandaçaia,
Comer tanajura frita,
Preá, calango e lacraia,
Genoíno, estando forte,
Foi lutar no Araguaia.
V
Nem deu o primeiro tiro
Pra fazer revolução,
Se atrapalhou na vereda,
Por causa da escuridão,
Deu de cara com um tenente
E acabou na prisão.
VI
Anos depois, no poder,
Se enrolou no mensalão,
Apesar de não ter sido
O chefe da confusão,
Recebeu mais de seis anos
Da caneta do negão.
VII
Foi aí que Guimarães,
Pra defender o irmão,
Bateu na caixa dos peitos,
Encheu bem forte o pulmão,
Disse que mamaram em bode
E não temiam nada, não!
VIII
Forte, não sofreu abalo
Quando um assessor careca,
Que estava acostumado
A andar com uma merreca,
Foi flagrado no avião
Com dinheiro na cueca.
IX
Guimarães será o líder
Da bancada do partido,
Vai fazer questão de ordem,
Como homem decidido,
E quando usar o microfone
Só vai sair um balido...
X
No Ceará é assim:
Quem desse leite tomar
Perde o medo do perigo,
Pode o mundo se acabar,
E se topar com uma cabrinha
É capaz de se casar!
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