Do UOL, no Rio de Janeiro
Patricia Amorim não escondeu a decepção com a derrota nas eleições para a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro no último domingo. Ou melhor, escondeu até demais. A presidente do Flamengo, que não conseguiu se reeleger para o que seria seu quarto mandato, “sumiu” durante a última segunda-feira, não foi ao clube, deixou de atender até mesmo as pessoas mais próximas e mostrou que o revés nas urnas foi completamente inesperado.
E a reação da mandatária aos menos de 12 mil votos que teve na disputa para seguir como vereadora assustou até mesmo seus aliados na Gávea. Conselheiros, diretores e até vice-presidentes do Flamengo mostraram preocupação com os possíveis desdobramentos do fracasso na eleição e, principalmente, com o pleito que ocorrerá em dezembro para a presidência do rubro-negro.
Alguns correligionários temem que o fracasso de Patricia no último domingo abale sua candidatura para se reeleger no comando do clube. Ultimamente, ela vinha reclamando a amigos do desgaste da rotina e das intensas cobranças que vinha sofrendo. O mais próximos revelaram um medo de que ela “sinta muito” uma derrota e acabe desistindo de outra “luta”.
“A Patricia não costuma agir assim. Foi um baque muito grande essa derrota, mas ela sempre reage bem aos problemas. Difícil entender o que pode estar passando na cabeça dela agora. Eu, por exemplo, não falo com ela desde sábado. Não consegui ligar e nem encontrei no clube hoje [segunda]. Imagino que esteja com a família e refletindo sobre o futuro”, disse um dirigente muito próximo da presidente.
A mandatária do Flamengo chegou a cogitar a hipótese de não disputar as eleições para a presidência do clube em dezembro, mas o alto número de chapas de oposição acabou a favorecendo e ela, então, definiu por tentar a reeleição. Agora, no entanto, seu futuro é uma incógnita para alguns aliados.
Andrade comemora
Outra figura rubro-negra a não conseguir se eleger para a câmara de vereadores, o ex-jogador e técnico campeão brasileiro pelo clube Andrade teve postura diferente. Com uma votação razoavelmente boa (16.609 votos), mas prejudicado pelo desempenho de seu partido (PSDB), ele “ignorou” a derrota e disse ter motivos de sobra para comemorar a estreia nas urnas.
“Não consegui ser eleito, mas foi uma vitória pessoal. Ter mais de 16 mil votos em uma primeira votação é sensacional. Com pouco recurso, fui muito longe. Não tive dinheiro para fazer campanha e contei com a ajuda de alguns poucos amigos. Fui mais na base do ‘corpo a corpo’. Dessa galera do esporte, fui o mais votado. Vamos ver nos próximos anos. Está bom”, comemorou o ídolo do Flamengo, que baseou sua campanha em encontros com a torcida na porta do Engenhão.
Outro representante do Flamengo na briga por uma vaga para vereador na capital carioca, o ex-vice de futebol Marcos Braz não respondeu aos contatos da reportagem para comentar seu desempenho. Ele teve pouco mais de dois mil votos e também não foi eleito.
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