Todos recorreram das decisões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e disputaram a eleição sub judice, ou seja, caso a decisão final não seja favorável, eles serão impedidos de tomar posse. Os votos recebidos por esses candidatos não foram computados.
Um dos que terão que vencer a batalha na Justiça é Geraldo Ribeiro de Morais, conhecido como Dico (DEM), que já foi prefeito de Paulistas, no Vale do Rio Doce, e tenta retornar ao Executivo. "Eu paguei o funcionalismo público no último dia de mandato e estourei o orçamento anual", disse, explicando por que foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa por rejeição de contas públicas.
Já Reginaldo Moura Batista (PPS), que teve 2.441 votos em São Pedro dos Ferros, na Zona da Mata mineira, também foi enquadrado na lei por rejeição das contas de mandato anterior, mas diz que não se sente confortável por ser tratado como "ficha suja". "Mágoa não (sinto), mas um sentimento a gente tem, sim".
Outros quatro vencedores nas urnas que podem ser impedidos de tomar posse tiveram as candidaturas indeferidas, por exemplo, por desincompatibilização fora do prazo e por problemas com a convenção partidária.
Desistência.
No total, 49 candidatos a prefeito foram barrados pelo TRE por causa da Lei da Ficha Limpa. Muitos renunciaram à candidatura. Foi o caso de Athos Avelino (PSB), candidado em Montes Claros, no Norte de Minas, e de Sebastião Quintão (PMDB), que desistiu de concorrer a vice-prefeito em Ipatinga, no Vale do Aço.
ANÁLISE
Eleitor gosta do "rouba mas faz"
Para o cientista político Moisés Gonçalves, na maioria das vezes, o eleitor escolhe votar em um candidato barrado pela Ficha Limpa por não ter clareza da situação. "Ele escolhe sob uma velha lógica, a de ‘rouba, mas faz; rouba, mas me dá emprego ou atende à minha região’", avalia.
O que ocorreu nessas eleições municipais, as primeiras com a nova norma em vigor, segundo Gonçalves, deriva de uma "lógica perversa" ao eleitor. "Ele questiona a política por ser uma coisa suja, mas escolhe um nome sujo". (FV)
O que ocorreu nessas eleições municipais, as primeiras com a nova norma em vigor, segundo Gonçalves, deriva de uma "lógica perversa" ao eleitor. "Ele questiona a política por ser uma coisa suja, mas escolhe um nome sujo". (FV)
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