sábado, 9 de junho de 2012

Exército já patrulha Riocentro para a Rio+20



RIO - Começou a funcionar, no nono andar do Comando Militar do Leste (CML), o Centro de Coordenação de Operações de Segurança da Rio+20, com a participação de representantes de militares das Forças Armadas, das polícias Federal, Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal. Também desde esta segunda-feira homens do Exército estão patrulhando as ruas da cidade. 

No Riocentro, 1.200 militares da 4ª Brigada de Infantaria Motorizada de Juiz de Fora — que recentemente participaram da ocupação dos complexos do Alemão e Penha — já rondam o local. 

— O Centro de Operações vai funcionar 24 horas de hoje (segunda-feira) até 29 de junho, quando acaba para a gente a Rio+20. Nossa presença nas ruas, entretanto, acontecerá de forma gradual — explicou o coronel Saulo Chaves dos Santos, chefe de comunicação social do CML.

Preparativos finais no centro de controle

O CML também divulgou uma orientação para as pessoas que forem ao Riocentro participar da conferência: não serão permitidos o transporte e o uso de objetos pontiagudos e cortantes que possam ser caracterizados como arma branca no Riocentro durante a Rio+20. Nem o uso de qualquer arma, mesmo as autorizadas por porte. A medida é semelhante às restrições adotadas aos passageiros nos embarques em voos nos aeroportos brasileiros. O Itamaraty calcula em cerca de 50 mil o número de pessoas credenciadas para o evento.

— Mesmo quem tem direito a porte não poderá entrar armado no Riocentro durante a Rio+20. Assim como não serão permitidos objetos pontiagudos e cortantes, com característica de arma branca — afirmou o coronel Saulo.

No nono andar do prédio do CML, no Centro, a movimentação era frenética ontem à tarde. Depois de cruzar um portal magnético com detector de metais, militares do Exército armados conferiram o crachá. Nome confirmado, o retrato do visitante aparece numa tela de computador. Dentro de uma sala com capacidade para mais de 60 pessoas, homens de várias instituições analisam gráficos e acertam detalhes.

— A operação de segurança começou hoje, como foi planejado. Já estamos trabalhando. Na próxima semana, ninguém que não for autorizado entra aqui. Agora só fechamos no fim do mês — contou ao repórter do GLOBO.
Pelo planejamento do Exército, 15 mil homens vão patrulhar a cidade para a Rio+20. Oito mil militares das Forças Armadas e sete mil das polícias Civil e Militar. Haverá vigilância em terra, no mar e no ar. A operação de segurança terá o apoio de 32 helicópteros e cinco centros de monitoramento e controle. Ao contrário do que aconteceu Rio 92, não há planos de as Forças Armadas ocuparem as favelas, mesmo aquelas localizadas ao longo da Linha Vermelha e que não estão pacificadas.

Cidade terá 550 câmeras de monitoramento

Para fazer o monitoramento da cidade, do evento e do deslocamento de autoridades, haverá 550 câmeras da prefeitura e três helicópteros do Exército equipados com câmeras que vão vigiar tudo e transmitir as imagens em tempo real para o centro de controle no CML. Entre as novidades está o Centro de Monitoramento Cibernético, para evitar possíveis ataques aos sites oficiais responsáveis pela divulgação de documentos durante a Rio+20. Apenas no centro foram investidos R$ 20 milhões para a implantação de um sistema que contará com uma rede própria de wi-fi, com capacidade para 30 mil acessos simultâneos, somente para quem estiver dentro do Riocentro.

O policiamento ostensivo contará com o reforço de tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. A Marinha informou que tem previsão de empregar 3.200 militares, principalmente para realizar a segurança terrestre e marítima. Na orla, serão usadas 26 embarcações e seis aeronaves. Na área considerada de maior risco para a segurança, entre a Ilha do Governador e o Centro, a segurança ostensiva ficará a cargo dos fuzileiros navais. Policiais do Exército cuidarão do trecho entre o Centro da cidade e o Riocentro.

A Rio+20, que será realizada de 13 a 22 de junho, marcará os 20 anos da Rio 92. São esperadas 193 delegações estrangeiras. O Riocentro sediará a reunião de cúpula. A segurança do evento será estendida à Arena HSBC, na Barra; à Quinta da Boa Vista; ao Píer Mauá e ao Aterro do Flamengo. Os gastos com o aparato de segurança, segundo o Ministério da Defesa e o Comando Militar do Leste, deverão chegar a R$ 150 milhões.


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