Duas edificações vizinhas foram parcialmente interditadas; Defesa Civil espera autorização para demolir partes que ameaçam desabar
Por Felipe Mussel
Parte de um prédio abandonado de quatro pavimentos desabou sobre um galpão que armazena materiais recicláveis, no início da madrugada desta terça-feira (1), no Centro da cidade. A edificação, localizada na Rua Floriano Peixoto no número 111, foi interditada pela Defesa Civil hoje pela manhã. Outros dois imóveis foram parcialmente interditados, um na Rua Fonseca Hermes, nos fundos do prédio, e o galpão vizinho, por estarem em área que pode ser atingida em caso de um novo desabamento. Os destroços atingiram o escritório e o local onde é feita a prensagem do material da Recicláveis Floriano Peixoto, causando prejuízo estimado em cerca de R$ 50 mil, segundo o proprietário Vitor Fernandes. Ninguém se feriu. Não foi preciso fazer a retirada de famílias que moram na região afetada.
A Defesa Civil foi acionada pelo Corpo de Bombeiros às 6h42. De acordo com o chefe do departamento de operações técnicas do órgão, Adair Elpes, a situação poderia ter sido evitada. “É uma construção com uma estrutura muito antiga e em péssimo estado de conservação”. Adair também disse que o Departamento de Fiscalização da PJF tentará localizar os responsáveis pelo local, para que tomem providências. “De imediato, precisamos que os donos autorizem a demolição das partes que ainda oferecem risco de vir abaixo e a colocação de escoras em alguns pontos da estrutura.”
O responsável pela empresa de recicláveis informou que o prédio está abandonado há mais de 30 anos. “Eu trabalho nesta região há pelo menos 49 anos. Já estava aqui quando o prédio ficou pronto, por volta de 1970. Cinco anos depois de sua construção, ele já estava abandonado.” Vitor também disse que, apesar de seu negócio estar segurado, não sabe se os prejuízos, estimados em mais de R$ 50 mil, serão cobertos.
Susto
Por volta das 23h, moradores do entorno ouviram um primeiro estrondo e acionaram os Bombeiros. “O barulho foi muito alto. Nós achamos que era um pedaço de reboco que tinha se soltado. Em seguida, ouvimos outro estrondo e, quando fomos para área de serviço, vimos que um pedaço do prédio havia caído”, relatou um morador de um prédio vizinho, Walter Antônio da Silva, 56 anos.
Em setembro de 2007, o proprietário do galpão de recicláveis já havia acionado a Defesa Civil que, à época, registrou um boletim de ocorrências, relatando a queda de parte do reboco. Segundo Adair, neste tipo de situação, o procedimento padrão adotado é o de acionar a Fiscalização da PJF, que vistoria e notifica o proprietário. Passado o prazo para a resolução dos problemas, multas podem ser lavradas, e os donos podem ser responsabilizados juridicamente pelos danos causados.
Balanço
A Defesa Civil atendeu 33 chamados, das 18h de segunda-feira (30) até as 9h30 de hoje. O maior número de ocorrência está concentrado na região Sul, nos bairros Ipiranga, Santa Luzia e Jardim de Alá, mais castigados pela chuva e pelo vento forte, que ultrapassou os 90km/h ontem. Ainda segundo informações da Defesa Civil, a grande maioria dos casos é de destelhamento parcial de residências. Quatro equipes estão nas ruas esta manhã verificando os estragos: dois na Floriano Peixoto, uma na Zona Sul e uma na Leste, onde foram registradas apenas ocorrências corriqueiras.
FOTOS LEONARDO COSTA
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