Instalada nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte, desde novembro de 2010, a Força de Pacificação deixará as comunidades a partir do fim de março. A expectativa, tanto do Exército quanto do Governo do Estado, é de que em junho a área seja totalmente ocupada por policiais da UPP (Unidade de Policiais Pacificadora), que será implantada no local.
De acordo com o coronel Luiz Alfredo Mendes, subcomandante da Força de Pacificação, o processo de transição será iniciado entre os dias 25 e 26 de março.
- Manda o que está no acordo que foi celebrado entre os governos federal, do Estado do Rio e o Ministério da Defesa. A partir do fim de mês, dia 25 ou 26, o Exército começa a deixar a área para que o Estado tome conta.
A previsão é de que 500 policiais sejam deslocados para os complexos em março, mais mil em abril e maio e outros 700 em junho. Assim como ocorre geralmente antes da instalação de UPPs, agentes do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) devem fazer uma varredura inicial e “preparar o terreno” para a polícia pacificadora, como explicou o coronel.
- Pelo que tenho observado, a polícia tem o protocolo que começa pelo Bope, dando uma geral na área para a entrada da UPP.
O anúncio da chegada da UPP aos dois complexos em março foi feito no dia 8 de setembro do ano passado pelo governador Sérgio Cabral. Na ocasião, ele afirmou que o “Exército não ficaria lá para sempre” e anunciou que a transição seria feita em um período de quatro meses, assim como foi confirmado pelo coronel Luiz Alfredo Mendes.
Inicialmente, porém, a intenção era que o Exército ficasse nas comunidades até outubro de 2011. De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança, o prazo foi estendido por causa da falta de policiais e porque a Polícia Militar precisava de mais tempo para formar novos agentes no CFAP (Centro e Formação e Aperfeiçoamento de Praças).
Em matéria publicada em setembro passado, o R7 denunciou que os futuros policiais militares que devem integrar a UPP do Complexo do Alemão reclamaram das poucas aulas de tiros e de abordagem policial durante o curso de formação.
Os alunos do CFAP relataram ainda atrasos no recebimento dos uniformes e problemas na alimentação e acomodação oferecidas na unidade.
De acordo com o regulamento da PM, os alunos do CFAP devem fazer 330 disparos com diversas armas, como fuzil, pistola calibre 40 e revólver 38, durante os seis meses de curso. No entanto, um recruta, que não quis se identificar por medo de represálias, contou que só deu 70 tiros, apenas 21% do que o treinamento exige, em cinco meses de aula.
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