segunda-feira, 16 de maio de 2016

CAUBY, CAUBY - POR ESTE EDITOR

Uma parte de minhas memórias.

O Brasil hoje acordou mais triste, nos deixou Cauby Peixoto.

Me lembro perfeitamente que no início dos anos 80 o saudoso Denicio Alves, cantor e proprietário da Casa da Seresta, no bairro Mariano Procópio, trouxe o cantor Cauby Peixoto para uma apresentação em sua casa em noite de sexta-feira.


Na época eu era muito amigo do colunista social do Diário da Tarde, Iverson Bisaggio, e ele havia sido convidado para a grande noite. Me convidou e também meu amigo Humberto Menini para o acompanharmos.

A noite foi memorável, pois a Casa da Seresta não era muito grande e todos ficávamos muito perto do palco e Cauby interpretou suas lindas canções ao lado de todos os presentes.


Antes do inicio do show fomos apresentados ao Cauby pelo Denicio Alves e este solicitou ao Iverson que conduzisse o Cauby ao Ritz Hotel ao término do show e assim foi feito.

Me lembro que a Av. Rio Branco estava em obras e em frente a entrada do Ritz era barro puro, um canteiro de obras no local. Iverson parou o carro e antes de nos despedirmos de Cauby ele já foi dizendo " Vocês não acham que está muito cedo para irmos dormir? Será que não tem um bom restaurante para tomarmos um Campari?" Confesso que ficamos meio que atordoados com a proposta, mas rapidamente me meti no assunto e fui dizendo: podemos ir no Concorde (era um restaurante que tinha na rua Dr. Romualdo, quase esquina com Rio Branco, pilotado por nosso amigo Edson). E la fomos nós para o Concorde.

Vou dizer a vocês que o Cauby deu um outro show no Concorde. Pegou seu Campari e encostou no piano, que tenho quase certeza que era conduzido pelo nosso amigo Goianá.

Durante os maravilhosos papos na noite Cauby nos convidou para sermos seus convidados especiais em seu show, no sábado, na inauguração do Disco Club Girafão, o que aceitamos na hora.

Perguntei ao Cauby se poderia levar a minha mãe, pois ela não me perdoaria se eu não a levasse. Cauby disse que seria uma honra para ele te-la no seu show e ainda a faria uma grata surpresa.


No sábado a noite estávamos nós quatro no Girafão. Confesso que se não fosse o show do Cauby teríamos indo embora, pois o sinteco foi passado no chão da casa pela manhã e parecia que estávamos em um local tomado por gás lacrimogênio.

Começou o show e o ar foi melhorando. No intervalo do show veio uma pessoa e me disse que o Cauby queria falar comigo no camarim. Chegando lá ele me perguntou o nome de minha mãe e qual a canção que ela mais gostava. Disse-lhe que era Blue Gardênia e Tarde Fria. Ele agradeceu e eu voltei a minha mesa.

Cauby em dado momento do show começou a cantar Blue Gardênia e se dirigiu a nossa mesa e entregou um buquê de rosas a minha mãe. Não preciso falar mais nada...

Passagens que não me esqueço e não tenho como provar, pois, diferente de hoje, não era comum termos uma câmera fotográfica em mãos. Mas a melhor prova é a minha memória.

Vá em paz Cauby e obrigado por ter deixado que eu tenha está história para poder contar aos meus amigos

2 comentários:

  1. Interessante que você nos contou esta história dias atrás em um agradável encontro de amigos para um bate papo.
    Léo Peixoto

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  2. Paulo Rossi, já que não consegue comentar vou transcrever aqui o que o amigo fez em minha página do Facebook.

    Eu nao sei como se faz comentários em sua coluna, confessando desde já minha santa ignorância em mexer em computador e celular, fato que pode ser comparado a caoacidade administrativa da ex presidenta. Mas voltando os holofotes para sua coluna e o que escreveu. Parabéns meu caro pelo estilo claro, conciso e direto da abordagem de um episódio do grande e inesquecível Cauby. Se ele estivesse vivo e lido a coluna, com certeza teria te osculado e agradeceria com a música de sua predileção. Insubstituível.

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