O ato de filiação da senadora Marta Suplicy ao PMDB, em evento neste sábado (26), em São Paulo, amplificou a preocupação política no PT e no Palácio do Planalto.
No evento que aconteceu no teatro Tuca, caciques peemedebistas estavam em sintonia com um projeto próprio de poder para o próximo ano, nas eleições municipais, e para 2018, na disputa presidencial.
Na avaliação de ministros petistas, o ato de hoje foi simbólico: significou o primeiro gesto concreto de afastamento do PMDB do governo Dilma. A dúvida no Planalto é se será um afastamento gradual, ou se a ruptura será imediata.
A filiação de Marta acontece dois dias depois do PMDB levar ao ar uma propaganda partidária na televisão com enfoque oposicionista e com um tom crítico ao governo. A situação entre PMDB e o Planalto é tão delicada, que a presidente Dilma Rousseff viajou para Nova York sem conseguir fechar a reforma ministerial.
Enfraquecida, a presidente depende mais do que nunca do PMDB para manter a governabilidade e evitar a abertura de um processo de impeachment. Por isso, Dilma foi obrigada a adiar a dança das cadeiras no primeiro escalão, o que só aumentou o clima de desconfiança no palácio com o principal aliado.
Além disso, o PT avalia outros dois problemas imediatos com a filiação de Marta ao PMDB. O partido está preocupado com o reflexo do ato de hoje na disputa pela prefeitura de São Paulo no próximo ano. O temor de petistas é de que a candidatura de Marta pelo PMDB inviabilize a reeleição do prefeito Fernando Haddad.
Também há o reconhecimento que isso pode estimular uma debandada de petistas para outras siglas. Essa semana, o deputado Alessandro Molon, do Rio de Janeiro, já deixou o PT para entrar na Rede de Marina Silva, num movimento semelhante ao da senadora Marta Suplicy. http://g1.globo.com/politica/blog/blog-do-camarotti/1.html
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