Ricardo Noblat
Pouco antes do início do recesso do Congresso, em conversa com um colega em Brasília, o senador Fernando Collor comparou a situação que viveu antes do seu impeachment em 1992 com a situação que vive hoje a presidente Dioma Rousseff.
"A situação é muito parecida", observou Collor. "Eu não tinha o controle do Congresso. Dilma também não tem. Eu só acordei para isso muito tarde. Ela também."
Collor contou que telefonou um dia para Orestes Quércia, que mandava no PMDB de São Paulo. E pediu o apoio dele. Resposta:
- Presidente, se o senhor tivesse telefonado há 15 dias eu teria como dar um jeito. Agora, não posso mais.
No dia em que deixou de vez o Palácio do Planalto, Collor tomou um helicóptero com destino à Casa da Dinda, sua residência particular. Pediu ao piloto que sobrevoasse um centro educacional construído por seu governo na cidade-satélite de São Sebastião. Era caminho.
O piloto respondeu que o combustível não seria suficiente para isso. É claro que seria.
"Foi nessa ocasião que me dei conta de que havia perdido o poder", lembrou Collor.
Fernando Collor ao lado da mulher, Rosane, após assinar o documento de seu afastamento da Presidência da República, na saída do Palácio do Planalto (Foto: Roberto Stuckert Filho / Agência O Globo / VEJA)http://noblat.oglobo.globo.com/meus-textos/noticia/2015/08/tal-qual-fernando-collor.html
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