Homem dos tempos em que não havia químicos e muito menos créditos para as fotografias, Jorge Couri fez de sua carreira uma verdadeira alquimia da imagem. Internado desde o dia 16 de abril na Santa Casa de Misericórdia, o fotógrafo morreu de parada cardiorrespiratória às 18h30 desta terça (19), aos 85 anos. De acordo com a sobrinha Helena Couri, um tombo, há dez anos, havia o deixado bastante debilitado, o que agravou com a internação. “Nos últimos dias, ele já não conversava mais”, conta. Com mais de meio século de atuação, Jorge iniciou sua carreira no grupo “Diários Associados”, trabalhando para os jornais “Diário Mercantil” e “Diário da Tarde”. Posteriormente, atuou na Tribuna e no “Hoje em Dia”. Para o editor geral da Tribuna, Paulo César Magella, “Jorge foi e é uma referência no jornalismo fotográfico em Juiz de Fora. A cidade perde mais uma das pessoas que escreveram sua história”.
“Tinha uma grande admiração por ele, um brilhante profissional, que sempre me incentivou muito no início da carreira. De colega de redação, passamos a ser sócios na fundação da agência Nova Comunicação”, lamenta o colunista social Cesar Romero. “Ele foi o responsável pela formação de grandes nomes da fotografia atual”, completa. Um dos muitos aprendizes de Jorge foi o editor de Fotografia da Tribuna, Roberto Fulgêncio. “Tudo o que sei devo a ele. Entrei no jornal ainda muito menino, e foi ele quem teve toda a paciência e perdeu muito tempo me ensinando o ofício. Foi um grande mestre”, emociona-se Fulgêncio.
Segundo o fotógrafo Humberto Nicoline, Jorge Couri deixa como legado a naturalidade com que lidava com sua arte. “Ele representa essa geração de fotógrafos natos. Nasceu para isso. Na parte laboratorial, era um verdadeiro alquimista. Quando começou, era preciso preparar os químicos, que não existia para comprar. Além disso, nunca se incomodou em não ter suas fotos creditadas. Até porque, quando abríamos o jornal, sabíamos que era dele aquela imagem. Havia uma maestria no olhar dele. O que via, ninguém mais via”, pontua Nicoline. “Ele encerrou sua profissão no analógico, registrou toda a história recente da cidade com sua lente”, reforça Fulgêncio.
O corpo de Jorge Couri está sendo velado na capela 3 do Cemitério Parque da Saudade, e seu sepultamento acontece às 16h desta quarta (20), no Cemitério Municipal. O fotógrafo, homenageado com uma grande exposição proposta pela Prefeitura em 2011, deixa a viúva Marilda e os três filhos Mary, Jorge e Miriam.
http://www.tribunademinas.com.br/a-despedida-do-mestre-fotografico/
Lamentavelmente se foi mais um ícone da Comunicação juiz-forana. O bom é que suas imagens e seu bom caráter, ficará para a eternidade, nos arquivos e em nossos corações. Que o Senhor Jesus esteja consolando seus familiares!
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