sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Aldemir Bendine, do Banco do Brasil, é o novo presidente da Petrobras

O nome foi uma surpresa para o mercado, mas uma escolha correta de Dilma

da Redação
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O atual presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, vai assumir o comando da Petrobras, no lugar de Graça Foster, que renunciou ao cargo em meio ao desgaste provocado pelas denúncias de corrupção investigadas pela Operação Lava Jato.
A escolha do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para a presidência da Petrobras foi o primeiro grande acerto do segundo mandato do governo Dilma Rousseff. Anunciado nesta sexta-feira, o nome de Bendine significa a retomada da credibilidade para uma companhia ferida por incontáveis denúncias de corrupção.

Funcionário de carreira do Banco do Brasil, com 37 anos de serviços prestados à empresa, Bendine ocupava o principal posto da instituição desde 8 de abril de 2009, quando foi indicado pelo presidente Lula. Na oportunidade, Bendine recebeu a missão de reduzir os juros do banco e aumentar o volume de crédito – foi bem-sucedido nos dois casos.

Nascido em Paraguaçu Paulista (SP), este executivo de 51 anos entrou no Banco do Brasil como estagiário, mas ascendeu rapidamente na empresa. Antes de se tornar presidente, liderou as diretorias de Cartões, Varejo e Novos Negócios. Sob seu comando, o Banco do Brasil passou a ser um dos mais rentáveis do País. Entre 2009 e 2013, o volume de financiamentos dobrou de R$ 320,7 bilhões para R$ 692,9 bilhões, enquanto o total de ativos saltou de R$ 708 bilhões para R$ 1,3 trilhão.

Ns últimos anos, o BB, que manteve a liderança em setores que já dominava, como o agronegócio, passou a atuar em novos mercados, como o de crédito imobiliário, e expandiu sua atuação no segmento de cartões. Em 2013, Bendine fez ainda a maior abertura de capital do mundo, captando R$ 11,47 bilhões no IPO do BB Seguridade. Sob Bendine, o BB não só proporcionou resultados ao governo como passou a competir em condições de igualdade com o mercado privado.

Na Petrobras, Bendine terá amplos desafios pela frente. Nos últimos meses, a empresa, então dirigida por Graça Foster, viu suas ações ruírem, diretores serem presos e até processos abertos no Exterior. Agora, a petrolífera abre um novo caminho com a chegada de um executivo de carreira sólida e com resultados consistentes para apresentar.

A Escolha
O Planalto teve menos de 48 horas para escolher o novo presidente da estatal, depois de Graça Foster e outros cinco diretores formalizarem o pedido de renúncia dos cargos, na quarta-feira, 4.

A presidente Dilma Rousseff já havia sinalizado a troca atual diretoria, mas a troca só ocorreria após a aprovação do valor perdido em razão dos desvios na estatal. A companhia divulgou o último balanço financeiro sem essa informação.

Bendine teve seu nome cotado para assumir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho, também chegou a ser cotado para a vaga.

O nome de Bendine foi uma surpresa para o mercado. O executivo foi presidente do Banco do Brasil e membro do Conselho de Administração da instituição. É bacharel em administração de empresas e cursou MBA em Finanças e em Formação Geral para Altos Executivos. No Banco do Brasil, também atuou como vice¬presidente de varejo e distribuição, secretário executivo do Conselho Diretor e gerente executivo da diretoria de varejo da área de cartões, entre outros. Outro ex-executivo do Banco do Brasil, Ivan Monteiro, também vai integrar o corpo de diretores da petroleira.
Bendine será substituído por Alexandre Abreu
O vice-presidente de negócios de varejo do Banco do Brasil, Alexandre Corrêa Abreu, vai assumir a presidência da instituição no lugar de Aldemir Bendine, que foi escolhido para comandar a Petrobras, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. O nome de Abreu estava sendo cogitado para o cargo juntamente com o do ex-secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Paulo Rogério Caffarelli, que também já foi do BB.

Para o cargo de Ivan Monteiro, atual vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores, ainda não foi escolhido um substituto, segundo fonte. Ele deve assumir a diretoria financeira da Petrobras, conforme apurou o Broadcast.

O Banco do Brasil divulga seu resultado do quarto trimestre no dia 11 de fevereiro e encerra a temporada de balanços dos grandes bancos. Conforme a média de cinco casas consultadas pelo Broadcast (Goldman Sachs, BofA, Safra, UBS e uma casa que não quis ser citada), a instituição deve anunciar lucro líquido ajustado, que desconsidera efeitos não-recorrentes, de R$ 2,884 bilhões no último trimestre do ano passado. Caso o montante seja atingido, será 19% maior ante R$ 2,424 bilhões registrados um ano antes. Procurado pela reportagem, o Banco do Brasil não quis comentar o resultado.
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