Derrotado nas eleições para o Governo de Minas Gerais, o ex-prefeito de Juiz de Fora Tarcísio Delgado (PSB) não deve declarar apoio imediato a nenhum dos candidatos que passaram ao segundo turno da disputa à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Tarcísio diz preferir aguardar as decisões da cúpula do partido, que serão tomadas ao longo da semana, mas admite ter mais identificação com os projetos sociais criados e mantidos pelo PT. Sobre a campanha para o Governo, em que permaneceu estagnado na faixa dos 4% dos votos, o ex-prefeito credita o insucesso à falta de recursos, sobretudo devido à mudança na campanha nacional do PSB, após a morte do ex-presidenciável Eduardo Campos (PSB).
Segundo Tarcísio, agora é aguardar as reuniões que a cúpula da legenda deve fazer durante a semana. “Não vou participar dessas decisões. Fui candidato, mas não participo na direção do partido. Quando me candidatei, sabia que minha relação com a direção do PSB terminaria no dia seguinte ao das eleições, caso não fosse eleito.” Ele, no entanto, recusa-se a antecipar posicionamento por conta da fidelidade às decisões do partido. “Só posso assumir posição quando houver a determinação do PSB, aí poderei concordar ou não. Não fujo a me posicionar.”
Quanto ao governador eleito, Tarcísio Delgado afirma que Pimentel é um candidato que “não conhece e por quem não tem muita simpatia”, embora admita que o projeto político do PT, centrado na criação e expansão de projetos sociais, é aquele que lhe é mais caro. “Apesar de muitas vezes ter sido alvo de críticas veementes do PT, este é o meu tipo de gestão, a minha forma de fazer política”, afirma. O ex-prefeito recusa-se, no entanto, a considerar esta opinião um indício de que teria mais simpatia por Dilma que por Aécio. “Não é simples assim, porque há outros fatores. O Aécio é mineiro, fez carreira em Minas, e isto é importante. Há coisas boas e ruins nos dois candidatos. Tudo tem que ser muito conversado.”
Quanto aos 4% dos votos obtidos nas eleições, Tarcísio considera que sua campanha foi prejudicada pela escassez de recursos partidários, que não vieram para após a morte de Campos. “A candidatura da Marina mudou muita coisa na coordenação da campanha, mudou o grupo que comandava as articulações do partido nos estados. Havia recursos garantidos por Eduardo que não vieram depois do acidente trágico.” Sem dinheiro, conforme o ex-candidato, não se faz uma campanha do porte de uma disputa ao Governo. “Muitas vezes eu empenhava meu próprio dinheiro para ir a Belo Horizonte, cumprir com compromissos de campanha.”
O ex-prefeito diz ter ficado satisfeito com o resultado das urnas para Juiz de Fora, mas ter dúvidas quanto ao retorno para o município. Três deputados federais – Margarida Salomão (PT), Júlio Delgado (PSB) e Marcus Pestana (PSDB) – e cinco estaduais – Isauro Calais (PMN), Noraldino Júnior (PSC), Missionário Márcio Santiago (PTB), Lafayette Andrada (PSDB) e Antônio Jorge (PPS) – foram eleitos. “Quantitativamente é ótimo. Qualitativamente a gente ainda não sabe.” Quanto ao seu futuro na política, Tarcísio garante que jamais deixará de atuar politicamente, mas que a disputa deste ano foi sua última aparição em processos eleitorais. “Não vou poder mais assumir um mandato. Tenho saúde para isso, mas não tenho mais energia para suportar tudo que é necessário a uma gestão municipal, por exemplo.”
http://www.tribunademinas.com.br/tarcisio-ouvira-psb-para-se-posicionar/
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