Termo é uma brincadeira irônica utilizada para caracterizar os juiz-foranos.
Proximidade com o RJ é um dos motivos para a afinidade, diz historiador
Todo juiz-forano já foi chamado de “carioca do brejo” pelo menos uma vez na vida. O termo faz alusão à influência que a cidade do Rio de Janeiro exerce sobre o município mineiro.
O G1 mostra um pouco das características dos cariocas que encantaram os juiz-foranos e a preferência pela cidade maravilhosa que podem ser observadas até hoje no lazer e no esporte dos moradores de Juiz de Fora.
O historiador Roberto Dilly revelou ao G1 que o principal motivo dessa ligação tão intensa entre as duas localidades tem a ver com a proximidade regional. “Juiz de Fora sempre foi distante da capital de Minas Gerais, até mesmo quando era Ouro Preto, e não Belo Horizonte. Estamos quase na divisa com o estado do Rio de Janeiro e, por isso, criamos uma dependência muito grande”, destacou. Ainda segundo Dilly, essa não é uma particularidade apenas da cidade da Zona da Mata. “No sul de Minas ocorre o mesmo, só que com a influência paulista. Até o sotaque é parecido”, explicou.
O jornalista Flávio Lins é um dos autores do livro “Cariocas do Brejo entrando no ar: O rádio e a televisão na construção da identidade juiz-forana” e, de acordo com ele, não é possível precisar ao certo quando o termo começou a ser utilizado. No entanto, pesquisas indicam que foi na passagem do século 19 para o 20. “Nós não conseguimos localizar no tempo e no espaço com precisão porque é uma tradição oral. As pessoas foram tomando conhecimento aos poucos. O que sabemos é que a influência do Rio de Janeiro começou antes mesmo da fundação de Juiz de Fora", contou.
Segundo o jornalista, a região onde hoje está a cidade era uma parada de viajantes, que ligava a região aurífera de Minas ao Rio de Janeiro, onde as pessoas paravam para descansar, alimentar os cavalos e conversar. "Como o ouro estava em decadência, ouviam-se histórias tristes de pessoas de Minas Gerais que estavam perdendo o que tinham. Já do Rio ouviam-se histórias modernas e de ousadia. A cidade carioca era portuária e chegavam navios do mundo inteiro. Tinha muita novidade. Assim começou a surgir esse encantamento”, explicou.
Além das histórias, outra explicação, de acordo com Lins, é que Rio de Janeiro e Juiz de Fora sempre tiveram um intercâmbio cultural e econômico muito grande. “Pela proximidade, os artistas do século 19 vinham a Juiz de Fora. Isso se repetia também no comércio. Nós tínhamos uma fábrica de refrigerantes na cidade cujo principal mercado era a Guanabara”, afirmou.
A influência do Rio de Janeiro não é vista de forma negativa pelos juiz-foranos, ainda que o rótulo "carioca do brejo" tenha sido criado como forma de criticar o jeito do morador da cidade mineira. De acordo com Flávio Lins, pesquisa apontou que o termo é uma brincadeira dos mineiros do interior do estado com os juiz-foranos. “A ideia é pejorativa, uma ironia à afinidade da cidade com o Rio. Porém, não temos notícias de que os moradores da cidade mineira tenham ficado ofendidos com isso. Eles acharam até interessante, porque é uma maneira de se diferenciar. As pessoas da Zona da Mata incorporaram isso e aceitaram tranquilamente”, comentou.
http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2014/01/rio-de-janeiro-influencia-cariocas-do-brejo-de-juiz-de-fora.html
O G1 mostra um pouco das características dos cariocas que encantaram os juiz-foranos e a preferência pela cidade maravilhosa que podem ser observadas até hoje no lazer e no esporte dos moradores de Juiz de Fora.
O historiador Roberto Dilly revelou ao G1 que o principal motivo dessa ligação tão intensa entre as duas localidades tem a ver com a proximidade regional. “Juiz de Fora sempre foi distante da capital de Minas Gerais, até mesmo quando era Ouro Preto, e não Belo Horizonte. Estamos quase na divisa com o estado do Rio de Janeiro e, por isso, criamos uma dependência muito grande”, destacou. Ainda segundo Dilly, essa não é uma particularidade apenas da cidade da Zona da Mata. “No sul de Minas ocorre o mesmo, só que com a influência paulista. Até o sotaque é parecido”, explicou.
O jornalista Flávio Lins é um dos autores do livro “Cariocas do Brejo entrando no ar: O rádio e a televisão na construção da identidade juiz-forana” e, de acordo com ele, não é possível precisar ao certo quando o termo começou a ser utilizado. No entanto, pesquisas indicam que foi na passagem do século 19 para o 20. “Nós não conseguimos localizar no tempo e no espaço com precisão porque é uma tradição oral. As pessoas foram tomando conhecimento aos poucos. O que sabemos é que a influência do Rio de Janeiro começou antes mesmo da fundação de Juiz de Fora", contou.
Segundo o jornalista, a região onde hoje está a cidade era uma parada de viajantes, que ligava a região aurífera de Minas ao Rio de Janeiro, onde as pessoas paravam para descansar, alimentar os cavalos e conversar. "Como o ouro estava em decadência, ouviam-se histórias tristes de pessoas de Minas Gerais que estavam perdendo o que tinham. Já do Rio ouviam-se histórias modernas e de ousadia. A cidade carioca era portuária e chegavam navios do mundo inteiro. Tinha muita novidade. Assim começou a surgir esse encantamento”, explicou.
Além das histórias, outra explicação, de acordo com Lins, é que Rio de Janeiro e Juiz de Fora sempre tiveram um intercâmbio cultural e econômico muito grande. “Pela proximidade, os artistas do século 19 vinham a Juiz de Fora. Isso se repetia também no comércio. Nós tínhamos uma fábrica de refrigerantes na cidade cujo principal mercado era a Guanabara”, afirmou.
A influência do Rio de Janeiro não é vista de forma negativa pelos juiz-foranos, ainda que o rótulo "carioca do brejo" tenha sido criado como forma de criticar o jeito do morador da cidade mineira. De acordo com Flávio Lins, pesquisa apontou que o termo é uma brincadeira dos mineiros do interior do estado com os juiz-foranos. “A ideia é pejorativa, uma ironia à afinidade da cidade com o Rio. Porém, não temos notícias de que os moradores da cidade mineira tenham ficado ofendidos com isso. Eles acharam até interessante, porque é uma maneira de se diferenciar. As pessoas da Zona da Mata incorporaram isso e aceitaram tranquilamente”, comentou.
http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2014/01/rio-de-janeiro-influencia-cariocas-do-brejo-de-juiz-de-fora.html
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