terça-feira, 5 de novembro de 2013

Justiça condena 2 PMs por morte de coronel do Exército em Porto Alegre

Dois policiais militares foram condenados pela morte do coronel reformado do Exército Júlio Miguel Molinas Dias, de 78 anos, ocorrida no dia 1º de novembro de 2012 em Porto Alegre. O juiz Luis Felipe Paim Fernandes, da 5ª Vara Criminal da capital gaúcha, aplicou a pena de 23 anos de prisão a um deles, e 22 anos e 10 meses ao outro, além de pagamento de multa.
O militar foi morto por volta das 21h, quando chegava em casa no Bairro Chácara das Pedras, na Zona Norte da cidade. Segundo a polícia, ele foi atingido com pelo menos seis tiros. O corpo foi encontrado por vizinhos no lado de fora do veículo, e nada foi roubado. Imagens de câmeras de segurança mostram que o coronel foi seguido antes de morrer (confira no vídeo).
Os réus pertencem ao 11º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento da área. Segundo a sentença, eles usaram um carro com placas clonadas para cometer o crime, com o objetivo de roubar a coleção de armas que o militar guardava. Eles não estavam trabalhando no momento do crime.
"Resta evidente que os acusados no afã de subtrair os armamentos pertencentes a vítima, que possuía uma coleção de armas, premeditaram a ação, porquanto tinham total conhecimento da área e possivelmente da rotina da vítima, haja vista que a localidade era o território do batalhão a que serviam, escolhendo o dia e horário mais apropriados para a execução do delito", escreveu Fernandes.
Coronel guardava documentos da época da ditadura
Documento comprova a prisão de ex-deputado federal Rubens Paiva (Foto: Felipe Truda/G1)Documento comprova a prisão de ex-deputado
federal Rubens Paiva (Foto: Felipe Truda/G1)
Molinas Dias fez parte na década de 1980 do Departamento de Operações e Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do Rio de Janeiro. Um documento que comprova a entrada do preso político Rubens Paiva no DOI-Codi durante a ditadura militar no Brasil, foi encontrado pela Polícia Civil na casa do coronel.
Ele atuou no DOI-Codi depois do desaparecimento do político, e mantinha um acervo com material da época. Os documentos foram repassados para a Comissão Nacional da Verdade e para os familiares de Paiva.
Rubens é um dos 183 desaparecidos políticos com o paradeiro a ser investigado pela Comissão Nacional da Verdade, criada pelo governo federal para examinar e esclarecer violações de direitos humanos praticadas durante o regime que vigorou entre 1964 e 1985. O deputado Rubens Paiva foi preso em 20 de janeiro de 1971.

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