Durante a ditadura militar, o Exército brasileiro tinha um plano para sequestrar Leonel Brizola, quando o ex-governador vivia exilado em uma fazenda no interior do Uruguai. A informação foi revelada pelo ex-policial federal João Lucena Leal, 75 anos, ao jornal Folha de S. Paulo.
Lucena, que falou em maio sobre o plano em depoimento gravado à Comissão Nacional da Verdade e mantido em sigilo, disse que se infiltrou na fazenda em maio de 1966 com o objetivo de arquitetar o sequestro de Brizola, então o principal nome da oposição à ditadura.
Ele afirmou que passou por um treinamento de "tática de sequestro" no III Exército, em Porto Alegre, que seria responsável pelo plano. Lucena disse que os militares planejavam capturar Brizola, e não matá-lo, porque desejavam extrair informações sobre seus contatos com Cuba, que estaria financiando o político morto em 2004.
O ex-policial afirmou ao jornal que permaneceu entre 45 e 50 dias na cidade uruguaia de Pando e que deixou a fazenda de Brizola porque foi reconhecido por pessoas que trabalhavam no local. Lucena diz ter trabalhado na Presidência entre 1960 e 1962.
Ele ainda disse que, após deixar a fazenda, deixou de ter notícias sobre o plano e considerou que seria "suicídio" levar adiante o sequestro naquelas circunstâncias, uma vez que Brizola estava sempre precavido e acompanhado de seguranças.
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