quinta-feira, 24 de outubro de 2013

PJF multa CBU por atraso em cronograma

23 de Outubro de 2013 - 21:07

Após duas revisões de planejamento, previsão de inauguração da fábrica passou para maio

Por Fabíola Costa

A audiência pública realizada na Câmara Municipal nesta quarta-feira (23), que pretendia ser uma prestação de contas das empresas em implementação na cidade, tornou-se - mediante a ausência delas - um informe da Prefeitura sobre o andamento dos projetos. Dentre os empreendimentos citados, a Companhia Brasileira de Usinagem (CBU) ganhou destaque, por conta do atraso na realização do projeto e de problemas com fornecedores locais. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda da PJF, André Zuchi, destacou ainda, entre os 26 projetos em andamento na cidade, a Mercedes-Benz, a Codeme e a Brafer. Sobre a CBU, ele confirmou atraso na execução, mas afirmou que o projeto, que já demandou investimento de R$ 10 milhões, está sendo implementado, com obras em andamento. Depois de duas revisões no cronograma, a perspectiva de inauguração passou para maio de 2014.
Zuchi explicou que, por ter sido beneficiada pela doação do terreno com encargos, a CBU tem o compromisso de cumprir as condições acordadas com o Poder Público no prazo de dez anos, inclusive o cronograma previsto. Em função de atraso, teria recebido multa de 10% do valor do terreno, estimado em cerca de R$ 2 milhões. Conforme o secretário, a empresa teria pedido para realizar o acerto durante o processo produtivo, possibilidade que está em análise na Procuradoria Geral do Município (PGM). Segundo Zuchi, a CBU teria alegado retração do mercado e dificuldade de obtenção de recursos. A companhia foi procurada, mas não se posicionou.
Durante a audiência, fornecedores denunciaram problemas junto a empresa. O proprietário da J.S Construções, Adão Jorge da Silva, diz ter firmado contrato no valor de R$ 834 mil para realização de obras civis. "Quando estava quase finalizando, mandaram uma notificação dizendo que não precisavam mais do trabalho da minha empresa." O proprietário diz ter recebido menos do que o acordado e garante ter realizado a maior parte da obra. O caso está na Justiça. O advogado Rodrigo Infante, que representa as empresas Chamonix e Pedreira Santa Mônica, usou o plenário para comunicar que as empresas ajuizaram ação por problemas no pagamento de material de construção que teria sido fornecido para a obra. Após ouvir as queixas, o secretário de Governo, José Sóter de Figuerôa Neto, se comprometeu a intermediar um encontro entre fornecedores, sindicato de classe e direção da empresa para tratar do assunto.
R$ 42 mi
Conforme Zuchi, com a cessão e a doação de terrenos para três empreendimentos (Codeme, Brafer e CBU), a Prefeitura investiu R$ 6,5 milhões. A expectativa, segundo ele, é de retorno do capital na ordem de R$ 42 milhões, em função da estimativa de arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) destes negócios em dez anos.
Sobre a produção de caminhões pela Mercedes-Benz, o secretário estimou que a montadora deve responder por 10% da arrecadação de ICMS na cidade este ano. Para os próximos cinco anos, a expectativa é chegar a 40%. Zuchi destacou que a montadora não solicitou e não conta hoje com isenção municipal. "É um grande projeto, em função do efeito multiplicador."
Conforme a Prefeitura, a Codeme está em fase de aprendizagem, ainda não conta com doação, mas cessão do direito real de uso do terreno, e emprega atualmente 300 pessoas. A previsão de investimento chega a R$ 120 milhões. Em fase de implantação, a Brafer deve entrar em atividade em 2014, após uma revisão de cronograma. A empresa conta com doação de terreno, e o investimento previsto é de R$ 87 milhões, com perspectiva de criação de 400 empregos na cidade. Atualmente, 120 trabalhadores atuam na obra.

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