Fausto Macedo e Breno Pires - O Estado de S. Paulo
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 3, sete gestores da ONG Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat) — inclusive um padre e a presidente da entidade, Jorgette Maria Oliveira — e um assessor do Ministério do Trabalho, Gleide Santos Costa, lotado na Secretaria de Políticas Públicas de Emprego da pasta, capturado em flagrante por corrupção. Em poder de Costa, os federais encontraram R$ 30 mil em dinheiro que ele teria recebido de propina para facilitar aditamento a um convênio com o ministério que, desde 2009, já garantiu à ONG o repasse de R$ 47,5 milhões.
Um assessor do Ministério do Trabalho, Gleide Santos Costa, foi preso em flagrante, com R$ 30 mil
Pelo menos R$ 18 milhões desse montante, segundo a PF, teriam sido desviados pela organização por meio de contratos fraudulentos com oito empresas prestadoras de serviços cujos sócios fazem parte do quadro de gestores da ONG.
A Operação Pronto Emprego da PF mobilizou 150 agentes federais e auditores do Tribunal de Contas da União, que fizeram buscas em 38 endereços em São Paulo, Rio e Brasília — até nos gabinetes de Costa e de um outro assessor, também sob suspeita, na sede do ministério, na Esplanada. Foram apreendidos documentos, arquivos de computador e cópias de contratos e convênios com entidades.
Costa foi detido às 6 horas da manhã em um hotel na Avenida São Luís, centro da capital paulista. A PF vasculhou o quarto do assessor. O dinheiro estava distribuído, parte no bolso interno do paletó preto, outra na carteira, mais um tanto em um estojo, outra quantia enrolada em elástico. Os federais o seguiram desde que desembarcou na tarde de segunda-feira, 2, em Congonhas, procedente de Brasília — a viagem foi paga com recursos do ministério, segundo a PF, sob alegação de que ele estaria em missão oficial.
Costa chegou a São Paulo e, em um carro que a ONG colocou à sua disposição, dirigiu-se à sede do Ceat, um sobrado na Vila Mariana, onde encontrou-se com os executivos da entidade, sob coordenação de Jorgette, que foi filiada ao PDT por 13 anos, até 2009.
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