domingo, 29 de setembro de 2013

ELEIÇÃO NO TUPI PODE SER ADIADA

As eleições no Tupi, marcadas para o próximo sábado, dia 5 de outubro, podem ser suspensas. Esse é o objetivo de duas chapas de oposição - Força Viva, encabeçada por José Paulo Correia de Souza, o Canário, e Renovação, liderada por Oswaldo Ribeiro e Israel Werneck - que não conseguiram se inscrever para a disputa. Hoje, o único grupo político apto a participar do pleito é a chapa da situação, a Mais Tupi, que tem a nutricionista e irmã do atual presidente, Myrian Fortuna, como candidata, com Geraldo Magela Tavares de vice.
A decisão sobre quem está homologado para a disputa das eleições saiu apenas na última quinta-feira, após reunião da Comissão de Fiscalização Eleitoral do Tupi (Cofel). O encontro começou na noite de terça-feira, se estendeu até o início da madrugada, foi interrompido e retomado na última quinta. "Nós chegamos à conclusão de que a Chapa 2 (Renovação) está ferida de vício desde a sua formação. Ela contraria o estatuto do clube, que determina que todos os sócios deveriam estar quites com as obrigações até o dia 20 de setembro. Dessa forma, tivemos que desclassificá-los. O prazo venceu, não tem como retroagir", afirmou o presidente da Cofel, Luiz Roberto Carvalho da Silva.
A argumentação da Cofel é que um dos membros da chapa não estaria em dia com o Tupi no dia 20 de setembro, o que é uma condição imprescindível para a participação, tendo por base os artigos 15 e 26 do estatuto. Já o advogado da Renovação, Alexander Jorge Pires, possui uma interpretação diferente do mesmo documento. "Somos do entendimento que a Cofel está ferindo o que o estatuto diz, dando uma interpretação completamente divergente do que dita o Estatuto, lei maior do clube. É direito do sócio votar e ser votado desde que esteja em dia com suas contribuições, e a data da verificação desse valor é antes da Assembleia Geral. Se tiver que enfrentar uma análise legal do estatuto, também o faremos, porque a interpretação do documento é bem clara nesse sentido."
Já na Justiça
O outro grupo de oposição, encabeçado por Canário, já está buscando na Justiça comum o direito de participar do processo eleitoral. Segundo relato do candidato à Tribuna, afirmação confirmada pela ata da reunião do Cofel, os líderes da chapa procuraram a secretaria do Tupi no último dia 12 para receber a lista dos sócios aptos a participar da eleição, mas não teriam recebido o documento sob a alegação de que a sede social do clube estava sem energia elétrica. Desta forma, o documento não pôde ser impresso nem visualizado no computador.
No dia seguinte, o grupo teria voltado ao clube e, outra vez, não teria tido acesso à lista. " Recebemos a promessa de receber a listagem no dia 17, porém o prazo para a composição da chapa ficaria muito curto (as inscrições terminaram na sexta-feira, dia 20). Desta forma, procuramos a Justiça comum para postergar o prazo de inscrições e da eleição", afirmou Canário. Ontem, a chapa Força Viva entrou com outra ação na Justiça, desta vez acrescentando a ata da reunião. "Além disso, solicitamos a anulação das eleições e também a substituição do Cofel, já que achamos que o grupo é tendencioso", afirma Canário.
O processo
As eleições no Tupi são realizadas de forma indireta. Conforme a Cofel, são necessários 80 sócios em dia com os pagamentos, sendo 60 titulares e outro 20 suplentes para a formação do Conselho. Para participar normalmente da disputa, cada grupo deveria se inscrever até o dia 20 de setembro. Após a eleição, o grupo vencedor define os cargos executivos do clube: presidente, vice-presidente e presidente do Conselho Deliberativo. No dia do pleito, os sócios em dia com suas obrigações financeiras podem ir ao clube, do meio-dia às 19h, para votar. O mandato do presidente é de dois anos.

Propostas dos 'candidatos'

Independente da questão judicial, os grupos já articularam seus "planos de governo" para o Carijó. A chapa Mais Tupi tem como meta, no aspecto social, a multiplicação do número de sócios. Myrian Fortuna aponta que algumas reformas, como a que foi feita no salão de festas, podem ajudar o Tupi a atrair mais pessoas. "Os sócios precisam se conscientizar de que o clube precisa deles. Hoje temos apenas 123 sócios em dia, mas eles já foram apenas 28. É uma evolução", destaca Fortuna. Magela acrescenta que o clube necessita de apoio. "Precisamos trazer a sociedade juiz-forana para o o Tupi. Vamos buscar com empresas, sindicatos e organizações civis para sensibilizar todos no município. O Tupi é a maior marca da cidade", afirma o candidato a vice da situação.
A chapa Renovação aposta em nomes conhecidos do torcedor, como o ex-zagueiro Aldair Nascimento (ex-Flamengo e Roma, da Itália) e Adil Pimenta, ex-atacante carijó, para comandar o futebol alvinegro. "A maioria dos clubes têm dificuldades financeiras. Acreditamos que o caminho para o sucesso é a divisão de base, que foi esquecida pela atual gestão. Temos a tradição de revelar atletas. Com a nossa rede de conhecimento na Europa, um caminho seria a venda para clubes europeus e, com esse dinheiro, montar bons times", afirma o candidato a vice, Israel Werneck.
O grupo Força Viva admite que o caminho alvinegro dentro das quatro linhas está sendo bem trilhado, porém critica uma possível ausência de transparência dessa gestão. "Nós vamos abrir a caixa-preta que é o Tupi hoje. Com a transparência vem a credibilidade e, com ela, os patrocinadores", garante o candidato à presidência pela Força Viva, José Paulo Correia de Souza, o Canário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário