11 de Setembro de 2013 - 07:00
Alta de impostos e insumos importados teria impulsionado reajuste; setores temem queda de vendas
Por Gracielle Nocelli
Os juiz-foranos estão pagando até 15% mais caro na hora de tomar cerveja. A alta de impostos e insumos importados teria aumentado os custos das cervejarias e impulsionado o reajuste de preços que, primeiramente, foi repassado aos estabelecimentos e, agora, está pesando o bolso do consumidor. Diante do encarecimento, a preocupação dos setores é a queda do consumo. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) da Zona da Mata, a venda de cerveja corresponde até 40% do faturamento de empresários do setor.
O diretor executivo da entidade, Marcos Henrique Miranda, diz que a percepção dos juiz-foranos com relação ao encarecimento da cerveja aconteceu há duas semanas. "Os frequentadores dos bares do bairro Alto dos Passos foram os primeiros a reclamarem a diferença." Segundo ele, o preço médio praticado pelos estabelecimentos subiu de R$ 6,50 para R$ 7,50, a garrafa de 600 ml. "Os estabelecimentos que têm menor área de estoque, como é o caso destes bares e restaurantes, irão aumentar os valores primeiro. Mas a realidade é nacional e atinge também os supermercados."
A Associação Mineira de Supermercados (Amis) informou que não possui dados sobre o preço da cerveja no estado. Mas estabelecimentos com representação em Juiz de Fora e outros municípios mineiros afirmam que a alta chegou até 10%. "Já compramos o produto com nova tabela. A alta foi puxada pela Ambev e seguida por outras companhias de bebidas", disse o gerente de linhas de produtos do Mart Minas, Thiago Vaz. Apesar do supermercado trabalhar com maior estoque,o reajuste também já foi repassado ao consumidor. "O giro do produto é muito rápido, por isso, o repasse já foi feito."
O gerente de marketing do Bahamas, Nelson Júnior, afirma que o setor "tem travado uma queda de braços" com as indústrias para garantir os preços mais baixos. "Se há aumento, tentamos trabalhar com a oferta de algumas marcas. Nossa preocupação é que o encarecimento atrapalhe o volume de vendas." A Abrasel também teme a queda do consumo no setor de bares e restaurantes. "Para evitar isto, a entidade trabalha nacionalmente para conseguir a desoneração da folha de pagamento e a redução do ICMS", esclarece Miranda.
Procurada pela Tribuna, a assessoria de imprensa da Ambev, responsável por 70% do mercado brasileiro, não falou sobre o assunto. Já a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) afirmou que não comenta os preços praticados pelo mercado por se tratarem de "decisões estratégicas das empresas."
Alimentação fora do lar
As refeições fora de casa também ficaram mais caras para os juiz-foranos, conforme a Abrasel. Mesmo com a ausência de dados locais, o diretor executivo da entidade, Marcos Henrique Miranda, comenta que a inflação dos alimentos comprados de produtores e mercados contribuiu para o encarecimento. "A alta é a mesma para o empresário e o consumidor final. Com os produtos mais caros no supermercado, os preços sobem nos bares e restaurantes." Em agosto, o IPCA teve alta de 0,24%, conforme dados do IBGE. A inflação foi alavancada, principalmente, pelos alimentos, bebidas e vestuários.
Mesmo assim, o segmento de alimentação fora do lar não teme retração. Com o crescimento de 16,2% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2012, a expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Alimentação (ABIA) é que as vendas de 2013 superem em 17% as do ano passado.
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