terça-feira, 2 de julho de 2013

SAÚDE EM JUIZ DE FORA: Paciente psiquiátrico fica amarrado e precisa amputar parte do braço

02 de Julho de 2013 - 19:39


Denúncia foi feita pelo Centro de Referência em Direitos Humanos de Juiz de Fora e Zona da Mata

Por Flávia Crizanto

Depois de ficar amarrado por 17 horas na cama, em um processo chamado de contenção mecânica, um paciente do Hospital Psiquiátrico Municipal (antiga Casa de Saúde Esperança) precisou ter parte do braço esquerdo amputado, no dia 14 de junho, por causa de problemas vasculares. De acordo com o Centro de Referência em Direitos Humanos de Juiz de Fora e Zona da Mata, que divulgou o caso, teria havido negligência no atendimento ao paciente que se envolveu em um briga dentro da instituição 14 dias antes e por isso precisou ser contido.
Mas, após passar pela intervenção, o paciente não teria recebido o atendimento médico devido, mesmo após reclamar de fortes dores e apresentar marcas aparentes de inchaço na região afetada. O homem chegou a ir para o HPS no dia seguinte por insistência da irmã, que notou o problema durante uma visita. Entretanto, foi examinado pelo médico de plantão que não constatou problemas e liberou o paciente. "Meu irmão foi examinado no corredor, em uma consulta que não durou nem três minutos. Questionei diversas vezes, mas não adiantou. A situação foi ficando pior, até que no dia 2 de junho voltamos ao HPS, mas a outra médica disse que a situação era grave e o resultado acabou sendo a amputação."
A denúncia foi encaminhada ao órgão pelo coordenador geral do Centro de Referência em Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Um levantamento dos prontuários de atendimento do paciente foi feito, junto com visitas e reuniões com as equipes da unidade psiquiátrica. "Existem indícios de maus-tratos, violação de direitos e negligência, por isso pedimos a apuração do caso pelo Ministério Público e também esperamos os esclarecimentos da Secretária de Saúde", explica a advogada do Centro de Referência Maria Cristiane Ribeiro. O secretario de Saúde José Laerte Barbosa afirmou que uma comissão de sindicância está encarregada de fazer um levantamento do caso e apurar o que aconteceu. "É de nosso interesse entender toda a situação", explicou.

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