segunda-feira, 1 de julho de 2013

Presidente da Câmara Municipal defende revisão de planilha

01 de Julho de 2013 - 17:19


Após reunião com grupo de movimento popular que defende redução das tarifas, Settra admite discutir metodologia; audiência é agendada para dia 11

Por Fabíola Costa

Atualizada às 22h16
Após encontro com um grupo dez manifestantes do movimento popular de Juiz de Fora que defende a redução imediata da tarifa de ônibus, o presidente da Câmara Municipal, Júlio Gasparette (PMDB), defendeu a revisão da metodologia adotada para o cálculo tarifário, baseada no Decreto 7.949/2003. "Gostaria de ver essa mudança." O secretário de Transportes e Trânsito (Settra), Rodrigo Tortoriello, que também participou da reunião, admitiu a possibilidade de a planilha ser reexaminada ainda em sua gestão, desde que seja discutido, também, o modelo de transporte que pretende-se oferecer na cidade. O secretário voltou a descartar queda no valor pago pelos juiz-foranos hoje na roleta, de R$ 2,05, a menos que existam novas desonerações por parte do Governo federal.
A reunião desta segunda-feira (1º) foi fruto de acordo firmado na última sexta-feira entre um grupo de manifestantes e vereadores, após mais de 22 horas de ocupação do plenário do Palácio Barbosa Lima. Os jovens sustentavam que a redução imediata da tarifa era única condição para que liberassem o Legislativo. Após várias rodadas de negociação e sob forte pressão - os manifestantes foram isolados no prédio, que ficou cercado pela Polícia Militar (PM), ficando sem água e alimentos - , eles decidiram liberar o espaço com a garantia do encontro que aconteceu nesta segunda.
A planilha foi apresentada detalhadamente por Tortoriello ao grupo, devidamente identificado, que passou pelo crivo dos seguranças e teve acesso à sala de reuniões onde eram aguardados por vereadores e representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os manifestantes até ouviram a explicação, mas afirmaram não ter conhecimento técnico suficiente para discutir os dados apresentados. Eles também chegaram ao encontro com o propósito de reivindicar uma audiência pública para o dia 11. Mantiveram esse posicionamento durante a reunião e, embora quisessem realizá-la no Parque Halfeld, foram dissuadidos por Gasparette para a realização no plenário da Câmara. A data ficou mantida, e o horário marcado para 15h.
Embora não tenha sido esclarecida a real motivação para a escolha da data - o argumento inicial era que o prazo de dez dias seria usado para analisar o documento-, a explicação só veio com o fim da reunião. Na escadaria da Câmara, para um pequeno grupo que aguardava o resultado do encontro, manifestantes comemoraram o agendamento para o mesmo dia da greve geral nacional, cuja mobilização está acontecendo em todo o país nas redes sociais. Conforme a estudante Amanda Bigonha Salomão, integrante do movimento, as pautas relacionadas a transporte que serão apresentadas na audiência são redução imediata da passagem de ônibus, passe livre para os estudantes e qualidade na oferta do serviço. Sobre a redução do valor da passagem, a avaliação é que existiria margem para corte de, pelo menos, R$ 0,20. 

Serviço deficitário
Durante a apresentação, Tortoriello afirmou que está aberto a discutir o assunto de forma organizada, visando a melhoria no atendimento à população. O secretário admitiu que o serviço hoje é "ruim" e não atende os usuários. Ele convidou os manifestantes a se "desarmarem", reconheceu que a planilha atual precisa "mudar e evoluir", mas destacou a necessidade de repensar o modelo de transporte que se pretende adotar e os custos para mantê-lo. Hoje, segundo ele, o custo de manutenção do sistema, que  beneficia 8,5 milhões de passageiros por mês, chega a R$ 17 milhões em Juiz de Fora. Segundo o secretário, se não houvesse a desoneração do PIS e Cofins, implementada pelo Governo federal em maio e que evitou aumento de tarifa este ano, a passagem de ônibus teria que subir, pelo menos, para R$ 2,16 em Juiz de Fora, estimou.

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