16 de Junho de 2013 - 07:00
Programa de treinamento mantido pela Settra tem baixa procura, enquanto demanda por serviço se mantém elevada
Por BÁRBARA RIOLINO
Criado em 2010, o programa "Monitores de travessia", mantido pela Settra, com o objetivo de capacitar voluntários para ajudar na travessia de pedestres em áreas próximas a escolas, esbarra na baixa procura, ao mesmo tempo em que a demanda pelo serviço se mantém alta. Hoje, conforme a pasta, somente 14 monitores estão em atuação na cidade, sendo que o ideal seria ter dois deles para cada escola. Considerando apenas os colégios da rede pública - 102 municipais e 49 estaduais - seriam necessários mais de 300 voluntários para garantir a segurança de alunos e comunidades nas travessias.
"A grande dificuldade que temos é achar voluntários. O brasileiro não tem a cultura do voluntariado e acaba só cobrando ações do Poder Público. As pessoas precisam abraçar esta causa, em prol de um benefício coletivo", defende a coordenadora do projeto e supervisora do setor de Educação para o Trânsito da Settra, Renata Vianna.
Ela explica que a secretaria disponibiliza o aparato necessário para que o voluntário atue com segurança. "Fornecemos boné, colete com faixa refletiva e apitos. A parte teórica do curso dura três dias, e nela são passadas noções sobre legislação e educação para o trânsito, gestos e apitos. A parte prática é feita junto com agentes, que acompanham os voluntários, auxiliando-os até que se sintam seguros para atuar. Esta etapa tem duração média de duas semanas."
O auxiliar administrativo do Colégio Equipe, no Bairro São Mateus, Zona Sul, Leonardo da Cruz Araújo, 37 anos, foi um dos primeiros a atuar como monitor de travessia na escola. "Com o aumento no número de alunos, o colégio procurou pelo serviço. É muito importante auxiliar a travessia não só dos alunos, mas da comunidade do bairro." Dos outros 13 monitores de travessia, cinco atuam no Bairu, região Leste, e oito nas escolas de Santa Luzia, Zona Sul.
Agentes em vias mais perigosas
O aumento na adesão ao projeto é uma estratégia para desafogar a demanda de trabalho dos agentes de trânsito de Juiz de Fora. Dos 60 profissionais existentes, 50 estão direcionados para a fiscalização de trânsito. Segundo o chefe do Departamento de Fiscalização de Transporte e Trânsito da Settra, Paulo Peron, este grupo se divide em três turnos: manhã, tarde e noite. "Infelizmente nosso efetivo é pequeno, e não conseguimos atender a todos os pedidos. Mas, é importante destacar que não priorizamos escolas, e sim a via na qual ela está situada. O critério é verificar o movimento e o fluxo de veículos que recebe."
Peron explica que, em 2001, a Settra assumiu definitivamente a atuação em áreas escolares. "Antes, o trabalho era feito em conjunto com a Polícia Militar." Atualmente, os agentes se dividem em seis áreas escolares: na Rua São Mateus, bairro homônimo, para atender os alunos da Escola Estadual Fernando Lobo; na Rua Bernardo Mascarenhas, no Fábrica, Zona Norte, para os estudantes da Escola Estadual Professor Quesnel; na Rua Osório de Almeida, Poço Rico, região central, para a Escola Estadual Henrique Burnier; na Avenida dos Andradas, no Morro da Glória, para o Colégio Santa Catarina; e em dois pontos da Avenida Itamar Franco, para atender aos colégios Jesuítas e Stella Matutina.
Nota do editor: O povo está cansado de ser chamado a ser voluntário, a máquina pública tem muitos que ganham muito para não fazer nada. Menos cargos comissionados e mais concursados para atuarem em prol da população que paga por um serviço de péssima qualidade.
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