Sobre a morte.
A reunião de hoje à tarde do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural terá uma cadeira vazia. A mesma em que, por quase uma década sem ausências, sentou-se Wilson Jabour Júnior, insuperável no ânimo de defender pessoas, fatos e obras que a cidade tem obrigação de guardar do seu passado para exemplo de todas as gerações futuras.
Essa vida breve, que um infarto impiedoso interrompeu no exato momento em que acenava mais promissora do que nunca, fica como a vitória sobre o destino cruel, porque foi uma vida plena de realizações; muitas e notáveis realizações.
A morte, que o poeta Bandeira disse ser a indesejada das gentes, no caso de Wilsinho sai humilhada no projeto sinistro de correr contra o tempo e antecipar seu fim. A morte apressada fracassou, porque nele os cinquenta anos foram suficientes para fazer o que outros só fariam em um século.
Na manhã desolada de sábado, quando o corpo se foi para sempre, os amigos só tinham a consolá-los a certeza de que ele não partiu sozinho, porque se deixou muito de si também levou muito de nós.
Jornalista Wilson Cid
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