terça-feira, 2 de abril de 2013

'Tem que denunciar', diz protetora sobre abandono de cão no ES


Um cachorro foi abandonado na rodovia BR-101, entre os municípios de Ibiraçu e Fundão, no Espírito Santo, neste domingo (31). A cena chamou a atenção da dentista Rafaela Santuzzi, 31 anos, que registrou o momento em que o cão foi deixado no acostamento e correu atrás da caminhonete do dono.
Como o trânsito estava lento, ela conta que o cachorro correu quilômetros atrás de seu dono. "A caminhonete parou no acostamento, o dono jogou o cachorro e foi embora. O animal começou a correr atrás da caminhonete por quatro quilômetros, latindo e o dono não fez nada", conta.
Ela e a irmã tentaram conversar com o dono, perguntaram se o cachorro era dele. "Ele respondeu indiferente, que era sim, mas que o cachorro não parava de correr atrás do carro. A mulher que estava com ele disse que se a gente quisesse, poderia comprar o cachorro. Mas não tiraram ele da rodovia e foram embora, deixando-o para trás novamente", relata.
As duas pegaram o cachorro, que recebeu o apelido de Leleco, e levaram para um hotel de animais em Vila Velha, na Grande Vitória. "Ele comeu, tomou banho e foi avaliado pela veterinária. Não podemos ficar com ele porque moramos em apartamento e ele é um cachorro que precisa de quintal. Esperamos que alguém possa ajudá-lo. Se alguém tiver interesse, pode entrar em contato comigo por e-mail: rafasantuzzi@hotmail.com", diz.
Cachorro foi abandonado na Br-101 e correu atrás do dono por vários quilômetros (Foto: Rafaela Santuzzi)Cachorro foi abandonado na Br-101 e correu atrás do dono por vários quilômetros (Foto: Rafaela Santuzzi/ VC no ESTV)
De acordo com a presidente da Sopaes, Virgínia Brandão, a Lei de Crimes Ambientais prevê penalidade para casos de maus tratos a animais. "Existe a Lei 9608/98. As pessoas precisam saber que existe a lei de crimes ambientais e que essas atitudes resultam em multa e penalidade. A sociedade precisa se conscientizar que, mesmo que pequena, a punição existe. Tem que denunciar", falou.
Virgínia destacou a frequência do fato e chamou a atenção da população para a importância da denúncia.  "Infelizmente, esses casos são muito comuns. Tomo conhecimento diariamente. É importante que a pessoa reúna fotos, referência do local, horário e, em casos como este, até a placa do carro para denunciar. Precisamos passar para as pessoas que há vários tipos de crueldade", completou.
Sobre os casos de maus tratos, a presidente da Sopaes foi enfática. "Deixar um cachorro na varanda o dia inteiro no sol também é crueldade. Ninguém é obrigado a ter cachorro. Quando quer, tem que ser uma posse responsável, dar comida, abrigo, vacina, caminhadas, carinho, atenção. Se não pode ter, não tenha", orientou.
Segundo a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e Patrimônio Cultural, o caso deve ser analisado. Caso o abandono tenha resultado em maus tratos ao animal, é passível de punição. Se isso não for constatado, o ato não pode ser considerado crime.

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